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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2008 ... Milagres Acontecidos



O fecho de um ciclo
E o abrir de um outro
Numa cadencia
De acontecimentos
De revelações
E de memórias
Que ficarão sempre
Em alguns corações

Um tempo já escrito
Feito de vagas premonições
Objecto de claridades
Neblinas e nevões
Que definiram os traços
De tantas emoções

Um tempo
Onde a Mão do Divino
Cruzou e marcou
O sulco profundo
Do destino
Onde as fagulhas de luz
Cumpriram no sublime
Milagres acontecidos
Em filamentos
De um traçado fino

O fecho de um ciclo
Abençoado
Guardado e protegido
Por Anjos e Mensageiros

Na sua invisível demanda

Justos cumpridores


Do seu Sagrado

Oficio ….






segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Ecos de Silêncios




Nos meandros da voz
Na sublime marca do olhar
Na ténue frescura
Com que alguém
Se deixa encantar
Encontra-se a magia
Da meta fonia
Onde se penetra fundo
Na sonoridade da melodia
E se bebe a poção
De cada palavra
No fluxo significativo
Cenário único da sintonia

São ecos que retornam
Na simbiose mesclada
Que drena
O fluido da osmose
Num trilho
Cuja incógnita está
Em cada pedra
Na borda do caminho

Ecos de silêncios
De palavras invisíveis
Que o xamã declama
Na oratória do encontro
Que acontece na magnitude
Do ínfimo fragmento
Que contem o código
Que define o sorriso
Ou a lágrima
Com que se contempla
A beleza do firmamento

Nem todos conhecem
A legenda escondida
Nos grãos de areia
Nem as imagens contidas
Em nuvens de poeira
São incidências
Intenções e convergências
Que confundem propositadamente
Algumas fragrâncias
E outras transparências

Saberá o humano
Decifrar os meandros
De tantas constelações
E incidências ?


No vão da escada
Que separa o corredor
Do portal do tempo
Encontra-se a arca dos sonhos
Que se fecha de madrugada
Evitando a luz do dia
Não é medo nem mania
É coragem bravia
É consciência dos limites
Na contenção e equilíbrio
Desse rio transbordante
Que desagua
Numa cascata imensa
De sabores e apetites


Por hoje é tudo
Guardo nos ossos
Da minha mão
As palavras que não disse

Debaixo dos meus dedos

Ficaram

Pausas

Ecos de silêncios


Da Minha

Construção ….



sábado, 27 de dezembro de 2008

Nada vem do nada ...



A pedra que se solta
Na escarpa da montanha
A folha seca
Na corrente de um rio
Passagem de um vulto
Resíduos que não ficam
Em campos férteis de amigo

Nada vem do nada
Nem a pobreza
No âmago de um espírito
De um qualquer ser
Encrostado no tempo
Esperando talvez pelo eco
De uma qualquer chamada


Entender os sinais
Nos gestos
Cada vez mais
Comuns e normais
É mergulhar
Pelo lado de dentro
No avesso da gravura
Que decora
O que parecem ser
Imagens do centro


É nesse outro lado
Que se conhece
A geografia do lugar
Os detalhes e o espanto
Os dizeres despidos
Os quadros colocados
Numa qualquer intenção
De embelezar o canto


Nada vem do nada
Cada sopro
Cada brisa
Cada elemento
Que promove
Qualquer chegada
Nasce de uma fricção
Inicio de uma vibração
Que em tal momento
Agita a corda
Que solta o timbre
De uma qualquer vontade


Nas dunas deste deserto
Nestas planícies áridas
A céu pleno e descoberto
Cada valiosa presença
Quando valiosa mesmo
Deverá beber a água
Pura e fresca do discernimento
Respirar a brisa da noite
Onde se espelha a luz
De Agradecimento
Porque uma valiosa presença
Na pobreza deste imenso deserto
É queda de chuva
É oásis
É movimento e criação
Em puro florescimento


Nada vem do nada
Qualquer cobrança
Qualquer distorção
Não vale nada
O que
Realmente importa
É proteger sempre
Regar sempre

Quando na profundidade
Se reconhece o teor



De uma qualquer


Valorosa Presença …..








sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Na Magia da química ...



Após o serenar
No refugio do meditar
Na inspiração da reflexão
No colher da essência
Na vanguarda da energia
No valor da sabedoria
Na certeza da determinação
No ausentar da emoção
No pragmatismo da visão
Na supremacia da ousadia
Nos momentos sublimes
Da conversão
De todas as possibilidades
Absolutamente consciente
Do nascer
De todas as oportunidades

Desfraldei o pano
Abracei a transparência da entrega
Que vejo em cada fase da lua
Viagens de cada ano
Observei o meu rosto
No reflexo do espelho
Do um pequeno lago
E senti a magia da química
Que me está no espírito
Na alma
Nos ossos e no tutano
E assumi que
A maior e a mais valia
Reside
No cerne eterno
Da minha interior
Alquimia

Um Caminhante
Jamais pode ignorar
Seus amuletos protectores
Sua visão e sua Fé
Sua armadura e sua espada
Polidas pelo óleo da justiça
Limpas pelo tecido do bem
Abençoadas pela força da luz
Esculpida e guardada
Pelos Mensageiros do além

Um Caminhante
Por mais que se esqueça
Por mais que não se lembre
Deverá se recordar que
O destino é incógnito
Provocador e dual
Inspirador
Borbulhante
Desafiador e factual

Em resposta
Construída a directriz
Na emergência
Da plena e lúcida
Consciência

Observo os carris
Sem fim

Onde faço por esmerar
Cada centímetro

Da Minha


Sapiência …..




terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Onde está a verdadeira Magia ?



Neste rodopio horário
Onde o mundo se agita
Na sinceridade e na hipocrisia
Dos acenos e festividades
Eu pergunto-me
Onde está a verdadeira magia ?

Nos contra tempos
Nos Inesperados movimentos
No gesto obediente
Que se faz necessário
Sim eu posso
Escolher os passos
Avançar nos espaços
Recuar os braços
Tudo numa perspectiva
De observar os traços

No meu olhar
Pressinto
Movimentações
Colocações periféricas
No intuito de adquirir
Informações estratégicas
Sim
Claro que eu posso
Mergulhar no pântano
Enfrentar os meio dragões
E sentir o ar
Roçando e abrindo
Os alvéolos dos meus pulmões

Feliz Natal
Pois
Frase na ordem do dia
É regra do parecer bem
Mas não sei não
Desta vez
O puzzle desencaixou
Desta vez acho mais
Desta vez sinto mais


Que não passa de uma frase
Puramente espontânea


Cada vez mais oca
Cada vez mais vazia .....








segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Vozes Interiores



Nesta Cadência
Deste tempo presente
Seguido da incógnita
Da sua consequência
Acredito
Nesta determinação
Energia dual que equilibra
O movimento
Nesta onda de influência

Chamem-se
O que quiserem
Vozes interiores
Ecos vindos
De um lugar bastidor
Algo invisível e incolor
Sinais
São sim antes de mais
Fagulhas de luz
Que imprimem
Na tela do meu espírito
Pigmentos
Energias
Aproximadas certezas
Súmula enquadrada
No sentido criador

Existem fracturas
Nos leitos de pedra
Na argila seca
Sedimentos cortados
São efeitos
Do calor que quebra
Sintonia dos elementos
Crises
Equilíbrios
Derivações e oportunidades
Pelo universo formulados
Oportunidades cíclicas
Para empenhos renovados

Vozes interiores
Segredos divinos
Trilhos inspiradores
Indicações abstractas
Onde o concreto se apresenta
Com contornos repentinos
Onde transformam
Círculos e quadradinhos
Em interpretações factuais
Promovendo orientações
Amplas e globais

Ecos passados
Novos rumos pensados
Novos cenários projectados

Numa equação incerta

De inúmeros
Dados ….






sábado, 20 de dezembro de 2008

Chegou-me na Melodia




Na neblina
Que veio na corrente
Do rio imenso
Que separa as duas margens
Chegou-me na melodia
De um certo momento
Uma frase que registei
Pela sua beleza e profundidade
Contendo uma vontade impar
Acesa
Numa centelha de alento


Cumplicidade
Reciprocidade
E uma dose de amor …


Confesso que perante
A perspectiva inspirada
E a profundidade que extraí
No contexto destes dizeres
Deixaram-me por instantes
Embrenhado e envolto
Mergulhando
No leito profundo
Dos meus íntimos desejos
Há muito sonhados e comungados


Cumplicidade
Reciprocidade
E uma dose de amor ….


Quem aspira
Ao sublime peneirar
Dos derivados preciosos
Que se podem retirar
Desta simbiose localizada
Na fronteira da utopia
Só poderá ser alguém
Que conhece
O sabor rugoso da dor
O vazio cinzento da ausência
E o valor sem igual da presença


Cumplicidade
Reciprocidade
E uma dose de amor ….



Quem ousa querer criar
A filigrana deste sonhar
Só poderá ser alguém
Que colhe sensibilidade
No vapor
De um qualquer lugar
Que respira inteligência
Em cada acto coroado
Entre o receber e o dar
E que vislumbra nos contrastes
Nos relevos
Nas sombras e claridades
De uma paisagem
Sinais puros e valiosos
Para abraçar e guardar


Na constatação
Dos significados subjectivos
E na dimensão singular e bela
Que encontrei na envolvência
Desta simples frase
Única e simplesmente
Me deixei ficar
Passeando-me
Pela imaginação aleatória
De substratos e imagens

Que nessa instantânea viagem

Pude eu
Gostosamente

Desfrutar ….









quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Marcas Solitárias ....



Os pingos de desejo
No fervor que emerge
No encosto da pele
No sabor molhado
De um demorado beijo

A força que persiste
Lagoa silenciosa
Vontade que renasce
Contra tudo o que
De pior existe

O sabor a sal
Daquela lágrima
Incontida
Que cai desprevenida
No cume da emoção
Que explode e se exprime
De forma intensa e sentida

Marcas solitárias
Nas esquinas dobradas
Pelos teatros da vida
Mágoas guardadas
Que se querem longe
Distantes
E se possível
Esquecidas e eliminadas

Os prazeres degustados
Pecados em êxtase
Saboreados
Fluidos transpirados
Vozes e palavras
Desejos de malícia
Na pele derramados

O Amor partilhado
Em laços embrulhados
Na devoção presente
Num mundo privado
Que cada um sente

A constatação
Da inutilidade do Conhecimento
Sem sobriedade
E o vazio da Sabedoria
Sem generosidade


Vivencias
Intima verdade

Expressas

Pelos ventos

Da minha liberdade …..









terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Xeque Mate



No mundo dos humanos
É sabido que
Os cabos que dobramos
Podem ser declives nublados
Fruto de imensas
Vontades egoístas e tiranas

No mundo dos humanos
Apesar dos valores e princípios
Que possamos defender
Jamais é permitido
Viver na inocência

Xeque mate
Palavra chave da
Ambição frequente
Viciada tentação
Que desfigura
Toda e qualquer razão
Nos gestos e acções
Teatros legalmente instituídos
Aplaudidos e programados

Numa sociedade
Cada vez mais isenta
De qualquer valor
Onde fica a bondade
Onde fica a justiça
Da palavra Verdade ?

Da ignorância à ganância
Da exploração ao explorado
Tudo se permite
Neste caldo coalhado
Pois o coração
Não está no seu lugar
Fugiu definitivamente
Para qualquer outro lado

No mundo dos humanos
Apura-se
A arte do camaleão
Decora-se
A máscara que encobre o fraco
Pois tudo se rege na sombra
Sombras do opaco

Os paraísos só se constroem
Em lugares restritos
Onde a confiança possa existir
Onde a alma se condensa
Onde a mente se eleva
E aí descansa e assim não pensa

Em outros
Comuns lugares
O mesmo de sempre
Todos os lances são pensados
Planeados e elaborados
Para a “glória” letal

Do Xeque Mate


Fatal ….





domingo, 14 de dezembro de 2008

Pensamentos e divagações ....


Quem sou eu ?
De onde vim ?
Porque aqui estou ?
Para onde vou ?


Simples questões
Para um mar imenso
De pensamentos e divagações ….


Há muito que me encontro
Nesta incursão
Tal como um geólogo
Ou um mineiro
Pesquisando e garimpando
Solos dispersos
Buscando pedras
Ou sinais preciosos
Que me indiquem o trilho
Da sabedoria e da pura compreensão


Através de todas as experiencias
Que até hoje tenho vivido
No meu mundo interior
E na permuta inevitável
Com a realidade exterior
Bem como através
Do universo decisivo
Mágico
Maravilhoso
E fecundo da leitura
Tenho consolidado ideias
Reunido elementos
Observando e vislumbrando
A vastidão das inúmeras dimensões
Que compõem a consciência humana


Tal como um grande sábio indiano disse :
Se os nossos desejos forem puros
É certo que eles se tornam realidade ….


Existem em nosso redor
Factos e acontecimentos
Sinais e evidencias
Que subtilmente nos dão
Um orientação inspiradora
Para uma manifestação incisiva
No contexto desta nossa existência


Nesse trajecto e neste conceito
É possível ir encontrando
Fórmulas concretas e abstractas
No sentido de aumentar
Em intensidade e em qualidade
O apreço por todos os aspectos da vida


Neste caminho ondulante
E curvilíneo
Despertam-se intuições
Algumas das quais profundas
Indicando o direito inato à genialidade
Que existe em cada ser humano
Ultrapassando e transcendendo
Medos e ilusões
Consolidando assim os traços
Que definem as linhas individuais
De cada singular existência


Qualquer que seja
A circunstancia pessoal
Ou os sinais que transmitimos
Ao mundo que nos rodeia
Tudo o que nos acontece
Destina-se simplesmente
A despertar e a desenvolver
Cada vez mais o nosso potencial

Na realidade
Quando sentimos o apelo
Da nossa inspiração
E da nossa intuição
Transcendemos em potencial
E aproximamo-nos cada vez mais
Das nossas infinitas capacidades

São estas mensagens
Que nos chegam
Através
Dos nossos mensageiros invisíveis
E que nos indicam a fonte
Da sabedoria plena

Que interiormente
Em cada um de nós

Existe

De forma inequívoca


Ao nosso dispor ….





sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Na esfera do Tempo ...


Existem momentos
Na minha vida
Em que sinto em mim
Acontecer
Uma brisa oculta
Silenciosa
De inspiração divina

Existem momentos
Em que é sábio e sensato
Deixar
Nas invisíveis mãos
Dos anjos mensageiros
A definição das cores
De cada amanhã

Na indefinição das coisas
Na incógnita dos resultados
Condicionantes que destilam
Aquele tal vapor acre
Que envolve as opções
Emergindo algumas erupções
Provocando na paisagem
Zonas arenosas e movediças
Que dificultam o escrutínio
Das imagens de cada fotograma

Mas na pura verdade
A maior sabedoria
É aquela que apreendemos
Quando reconhecemos
Os singulares tons e filamentos
Das nossas maiores bênçãos

Por isso
É necessário tranquilizar
Deixar o vento
Calmamente soprar
Observar
E escutar os sons
Das conchas e dos búzios
Do fundo do meu mar

Um caminhante
Na esfera do tempo
Encontra pelo caminho
Texturas incertas
Viaja no vapor da nuvem
Deita-se nas dunas dos areais
Corre pelas planícies horizontais
Descendo aos confins das cavidades
Experimentando as ambiências
Nas entranhas do magma


O que eu guardo
E que jamais perderei
É o Amor que tenho
É o Amor que dou
É o saber que apreendo
Nas vagas que retenho


Que fazem de mim
A essência do que eu sou ….


terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Amo-Te Meu Filho ...


Neste tempo
Para nós sempre pequeno
Que juntos passamos
E que na tua presença
Me ensinas
Sem te dares conta
Os saberes múltiplos
Da tua inocência

São várias as vezes
Que ao longo de cada dia
Sinto aquela saudade
Dormência deste amor
De pai para filho
Que a nós nos liga
E que em cada singular memória
Se transforma em magia

Meu filho
Meu pimpão
Meu príncipe
Hoje
E em cada dia
És aquela luz que encontro
Ao chegar ao nosso mundo
Ao nascer de cada noite
O meu espírito alumia

Na descoberta de cada pedaço
Do teu complexo e novo mundo
Encontro a tua alegria
A fagulha da inteligência
O filamento da tua sensibilidade
Que no brilho do teu Ser habita
E se faz assim
Pura alquimia


Pedaços do nosso tempo
Tesouros que guardamos
E que serão lembrados
Em cada passo dado
Na comunhão
Das nossas vidas
E nas estrelas luzidias
Do nosso firmamento


Adoro esse teu sorriso lindo
Amo cada minuto
Da tua companhia
Pois a cada dia que passa
És cada vez mais
Meu maior companheiro


Amo-te


Meu filho ….








domingo, 7 de dezembro de 2008

Por Favor ....


Tomar uma corda
Por uma serpente
Num lugar sombrio
Pode produzir
Medos devastadores
Mas quando
A claridade incide
Sobre essa mesma corda
Tais medos
Deixam de ter quaisquer razões
Para existirem


O fim de toda a ilusão
Na relação plena
De uma abertura ampla
Para a compreensão sem limites
Caminho do auto-conhecimento
E do mundo exterior que nos rodeia
É o objectivo permanente
Na busca incessante
Para uma capacidade maior
Na eliminação de marcas e resíduos
Da panóplia do sofrimento


Essa abordagem
De um conhecimento
Que diverge da acumulação de dados
Com que se rege o cientifico conhecimento
Para uma compreensão profunda
Da existência
Na sua verdadeira natureza
São os parâmetros que se registam
Como antídotos fundamentais
Contra a inércia e a ignorância

Não de uma ignorância
Por falta de informação
Mas sim de uma visão falsa
Da realidade
Que normalmente nos faz crer
Que o que nos envolve
É permanente e sólido
Confundindo na generalidade
O prazer ilusório e passageiro
Com a pretensa felicidade

Assim sendo
A confusão mental
Vai-se instalando
Gerando no seu sequente processo
O turbilhão flutuante
No nosso espírito
Desaguando quase sistematicamente
Num comportamento primário
Onde se confrontam
As estrelas que orbitam os desejos
E as crateras onde se depositam
As desconfianças e o medo


A ignorância perpetua-se
E os oásis resistentes
Que ainda habitam as planícies
Da suposta paz interior
Desaparecem
Deglutidas pelas areias movediças
Da insegurança do medo
E do terror


Assim se observam
Os cais de desembarque
Onde acenam sofrimentos e dor
Próximos dos jardins circundantes
Que em desespero se lamentam
Porque perderam inesperadamente
A sua ultima flor


Palavras sinceras
Sentimentos genuínos
E bosques de amor

Venham a este mundo
Por favor

Para que se acabem


Com tantos gritos
De dor ….






sábado, 6 de dezembro de 2008

Metamorfoses


Na semente que lanço
Crio uma esperança
No embrião
Que vejo nascer
Espero por sinais
Metamorfoses
Convergências reais
Dos meus sonhos e pensamentos


Fico-me pelos resultados
São como desígnios
Predestinados
Revelações concretas e abstractas
Onde emergem transparências
Ou derivações opacas


Resta-me continuar
No tempo e no espaço
Persistir e caminhar
Nunca abdicar
De princípios e regras
Que no seu conjunto
Estruturam-me
E fazem
O meu edificar


Quanto ao rebanho
Nada tenho
Com que me identificar
Reconheço que por vezes
Por assim ser
Seja necessário algo mais
Para a semente medrar
No sentido puro e verdadeiro
Em que o movimento
Se possa sintonizar


Sei da resistência do meu escudo
Sei das dores que se assistem
Em frases magoadas
Sei da força da minha espada

Sei da verdadeira substancia
Com que Existo


Consagrando


A minha Palavra …..







sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Fluxo Vibrante


Hoje não estou virado
Nem receptivo
A quaisquer tipo de ruídos
Poluidores da minha paz
Pretensiosos invasores
Da minha serenidade

Hoje não estou disponível
Para projecções alheias
Conjecturas programadas
Que correm em outras veias
Planos engendrados
Criados por outras ideias

Hoje não estou disponível
Para nada
Que eu não queira
Para as adulteradas intenções
Que reinam neste mundo
De sinuosa cegueira

Hoje só estou disponível
Para ti
Para o fluxo vibrante
Que vem até aqui
Para o fio condutor
Que nasce em mim
E de forma brutal
Explode em ti

Hoje
Quero inalar
Esse teu cheiro de mulher
Quero beber os fluidos
Do teu sabor
Sentir em nós o suor molhado
Que reflecte a nossa vontade
No seu máximo fulgor

Hoje
Quero escutar
Teus segredos de desejo
Entrelaçados
Nos teus gemidos
Roucos
Agudos e graves
Que incendeiam o rastilho
Da minha fome
E detonam os estilhaços
Da nossa loucura

Hoje
Não quero mais nada


Hoje
É somente isso

Que eu quero ….





quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Magia divina ...


Hoje nos beijos
Que te dei
Nos afagos meigos
Que nas curvas do teu corpo
Eu deixei
Nas palavras quentes
Que ao teu ouvido
Eu segredei
Em cada pedaço
De qualquer coisa
Sabe-me sempre tão bem
Esta sensação
Pura e simples

Existem dias
Com este começo
Deste dia de hoje
Em que sinto
Essa luz envolvente
Essa magia divina
Brilhando
Em cada rosto de nós
Deixando-me
Solenemente agradecido

Os milagres
Da minha vida são estes
Viver reconhecidamente
Cada bago de sintonia
Cada segmento de delicia
Fruto das conjunções
Combinações acontecidas
E presentes
No contexto complexo
Da nossa alquimia

Em cada carinho
Em gesto de amor
Em cada afecto
Cuja temperatura
É sempre quente
Está o silvo
Da minha alegria
E a lágrima da minha dor
Reflexos
Desta imensidão de sentimentos
De emoções e desejos
Em ebulição
Que em cada acção e movimento
Queria eu
Somente parar o tempo
Para em mim
Guardar eternamente
O gosto único
Deste especial sabor

O ar que respiro
Sinto-o puro e leve
O colorido das paisagens
Que me circundam
Vejo-as com cores
Límpidas e suaves
O magma do meu espírito
Sinto-o sereno e tranquilo

São estas harmonias
Conjugações sintomáticas
Roçando quase a perfeição
Que me deixam extasiado
Numa profundidade
De elementos substanciados
Que se evidenciam
Alimentando assim
As minhas convicções
Decapando resíduos
De gordura
Das minhas percepções

Declamando baixinho
Quase em segredo

O Valor Sagrado

Significativo


Das Minhas

Emoções ….






quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Minha Viagem ....


Na minha viagem
Na procura
De uma mágica
Poderosa aragem
Estou ciente
Da minha loucura
Esta coisa
Vibrante e sem margem
Este despertar
Constante
Num provocar penetrante
Que toca o sensorial
Deixando um ar
Não sei como dizer
Talvez
Algo entre a vertigem
E o emocionante


Neste encontro
Entre esse lado
Libertino e louco
De mim
Passo a língua
No doce derretido
Que apanho no vento assim

O céu que me falta
O chão que preciso
Mas que não tenho
Nesse voar que faço
Nesse correr
Que não detenho
Malha do enredo que sou
Entre a planície e o horizonte
Por vezes perco-me
E não sei onde está o fio
Do meu sonho


Nesta aragem
Nesta simples abordagem
Neste ir e voltar sem fim
Nesta escrita
Sem dobragem
Derramo a seiva
Em lados escarpados
Inclinações vertiginosas
Que abraçam vales
Onde existem sintomas
De origens milagrosas

São ecos de mim assim
Pressinto
Uma brisa fresca
Aqui e ali
No refluxo intuitivo
Manuseio
Nas asas da intenção
Embalagens criadas por essências
Desenlaço frascos de aromas
Que espalho pelas estrelas
Talvez despertando nos olhares
Paisagens sem fim

Nesta minha viagem
Sinto-me assim

Procurando

O respirar sereno
Tranquilo e profundo

O sabor genuíno
Que alaga o meu paladar

O olhar intenso
Pelos fenómenos

Que fazem

Os meus sentidos

Vibrar ….





terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O Vazio e o Nada ....


Aqui estou eu
Na delicia eterna
Que guardo
Nos meus confins
Na gotícula de água
Que molha
Um tecido de linho
Nos afagos ternos
De impagáveis momentos
Nas palavras sinceras
Trocadas numa fosca luz
Num todo indecifrável
Que torna o cerne do meu ser
Num adubo que alimenta
Meu pedaço sagrado de terra
Tornando-o assim
Mais arável

No sorriso que deixo
No sentido que agarro
E na mão que fecho
Entrego-me
No sabor da entrega
Escolhendo a plenitude
Da profundidade do nada
Nesse vazio de tudo
Onde reconheço o poder
Valor sem igual
De fragmentos simples
Que ninguem apaga

Do nada
Inicio o gesto
Que acciona a ignição
Que gere a criação
Que aqui ou ali considero
Elementos essenciais
De um pouco de tudo

Do nada
Crio linhas e pontos
Referencias espirituais
Mentais
Que ditam
Digestões leves desta globalidade
Do que julgo serem
Coordenadas
Das minhas aptidões
E trabalhadas soluções

Do vazio
Inspiro-me no deleite cru
Do simplesmente estar
Respirar
Sentir o prazer único
De naquela fagulha de tempo
Em total liberdade
Sentir o pleno
E em silencio desfrutar

Do vazio
Mergulho no espaço
Onde a ausência
De qualquer resistência
Me faz flutuar
Levitar
Sob o véu da serenidade
E do bem infinito
Dessa sua complexa
Permanente essência

Deleito-me
Na observação
Da gotícula de água
Que no tecido fino
Se alojou
E assim humedeceu
Delicadamente
Na sua passagem simples
De fugaz Existência

Existência que me inspira

Sublimes

Retratos profundos

De rara

Excelência ….

domingo, 30 de novembro de 2008

Talvez um Dia ....



São tantas as palavras
Que clamam
No fervilhar do caldo
De revoltas ideias
Mas está difícil desenrolar
Desatar o novelo
Que na planície do espírito
Pende com fios
Decompondo o enredo
De algumas teias


Não sei falar
Utilizando códigos e enigmas
Daí por vezes confronto-me
No pulsar térmico
Da minha subjectividade
Com a necessidade
De muito mais céu
De muito mais chão
Para poder
Fazer voar e correr
O vulto do meu espectro
Com muito mais liberdade


No elaborar dos significados
Que reflectem os quadros
De variáveis observações
Produtos inacabados e complexos
De viagens e reflexões
Dou por mim
Desbravando
Sobrevoando áreas
Zonas recônditas
Inóspitas
Glaciares
De sombreados azuis
Estreitos sombrios
De fluidos derramados


Poderei eu folhear
Descrever
Os sulcos e imagens
Que os pensamentos
Imprimem em tais caminhos ?


Pois
No espasmo do botão verde
Que se contorce de dores
No acto sequente
Do momento seguinte
Em que emerge
O nascimento da flor
Contem-se o movimento
Repensa-se o gesto
Enrola-se o subscrito
E guarda-se no baú do tempo
Como se fosse
Uma jóia de valor

Das coisas ditas
Tocam-se as mãos
Acarinham-se os gestos
Incendeiam-se corações
Elevam-se desejos
Dedilham-se acordes
Efeitos de alucinações

Das coisas não ditas
Projectam-se pontes
Arquitectam-se monumentos
Areias e pedras
Dos meus pensamentos
Cercados por paisagens desertas
Oásis perdidos
Guardados por mensageiros
Combatentes destemidos
Gladiadores de outros tormentos


Não sei
Como se mede a distancia
Entre o choro de uma árvore
E os vãos de lugares
Agora vazios
Onde se escutam
Arrepios e sons
Agudos e graves
Ecos
De inúmeras realidades

Tento assim assimilar

Compreender


Talvez um dia


Esses códigos

Decifrar …..



sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Murmúrios de Magia ....


O fundamento que resulta
Nestas travessias de mim
O que eu encontro
Está na forma
Como vou conseguindo
Libertar-me
Da influencia do ego

Essa sim
É a escalada
Agreste e titânica
Onde por vezes
O ar se mistura
Sabendo a enxofre
De origem vulcânica

Todos os dias
Observo-me
Nesse movimento abstracto
Esforço-me
Para que o lado
Mais elevado de mim
Tome o lugar do ego
Que em certo tempo
Se mostrava inflexível
E algo dominante

Nesta partilha
E nesta combustão interna
Dou graças
E boas vindas
Como ponto de partida
A este meu lado elevado
Pois é aí que reside
A essência genuína
Da minha construção

Sei que
Aceitar o ego como guia
É aceitar
O mais puro engano
É nesta ebulição
Entre o autentico
E a contradição
Que sinto ser esse
O maior desafio
Fazendo da verdade
Solidária companheira
Dos meus pensamentos
E o substrato real
Das ilacções da minha vida

Existe aquele vibrar
Um soar clandestino
Talvez
Um murmúrio divino
Aqui dentro de mim
Que me diz
Que esta passagem
Não termina nesta estação
Pois o mundano e o comum
Que encontro nesta vida
Jamais será
Alimento suficiente
Para uma parte maior de mim

O processo é contínuo
Certamente será eterno
No ajuste
Na correcção diária
Permitindo o afastamento
De ruídos poluídos
De inúmeras distorções

Na verdade
Muitas vezes
Aquilo que penso ser
O que mais preciso
Não é o que
A essência milagrosa
Na sua vertente pura
Me ensina

Os milagres operam-se
Por caminhos
Codificados e sinuosos
No fundo de mim mesmo
Eu sinto
Que existe um lugar
Onde tudo é possível
Pois a cada dia
Reconheço cada vez mais

Essa essência

Murmúrios de Magia …

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Vontade Premente ....


Sinto as vibrações
Que me chegam
No alvorecer de cada dia
Guardo em mim
Esta vontade premente
Viver de forma
Plena e simples
Tentando a cada passo
Encontrar a paz
Que elimine qualquer atrito
Que possa existir
Na ondulação
Do meu espaço

De entre tantas opções
Que podem confundir
O sentir
De algumas emoções
A cada dia que passa
Consciencializo-me
Que está nas minhas mãos
Decidir e escolher
Posturas
Gestos e afectos
Que definem a qualidade
Aqui e agora
Dos meus momentos

É nesta sinalização
Neste escutar permanente
Dos meus íntimos silêncios
Que encontro interiormente
Demandas do sagrado
Nos meus puros movimentos

Paz de espírito
Tranquilidade
Suave serenidade
Prazer intenso
Na expressão
No simples acto
No largar do meu sorriso
Significa viver
Na minha verdade
Fruto da minha busca
E assim estar
No ciclo verdadeiro
E em plena sintonia

Quero tocar
A plenitude

Quero desfrutar
A inspiração da serenidade

Quero sentir
A Paz da tranquilidade ….



quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Revelações Singulares ...


Neste vai e vem
De vincadas
E sublimes emoções
De arejadas
E simples constatações
Situo-me
Entre a vontade firme
De ser feliz
E a inclinação do desejo
De inspirar o sublime

São estas nuances
Onde se esgrimam
Ideais e nostalgias
Incertezas e razões
Experiencias e sintonias
Que se verificam erupções
Das minhas individuais melodias

Assim
No divagar difuso
Com que viajo
Na extensão infinita
Do meu espírito
Nesse correr momentâneo
Com que me encerro no vazio
Espaço obscuro do meu olhar
Deixo-me ir
No sabor aromático
De um cheiro suspenso
Que me devolve
Este sentido intenso
Que observo no queimar lento
De um simples e frágil
Pau de incenso

São estes factos
Ditos pequenos
Mas intensos
Que me fazem crer
Que as essências nobres
Existem nas simples
Por vezes
Aparentemente pobres
Mas na verdade são
Revelações singulares
Que posso sentir
E com estes meus olhos
Saborosamente
Captar e ver

Gosto dos dias amenos
Adoro as noites de luar
Peço um desejo no cruzar
De uma estrela cadente

Acredito em sinais
Que me chegam

Do firmamento ….




terça-feira, 25 de novembro de 2008

Minhas Premissas


Simplificar
É o discernimento
Mais sábio e importante
Que tento preservar
Em todos os capítulos
Da minha vida

Simplificar significa
reciclar ou eliminar
todos os factores e elementos
que possam
Em mim causar
Atritos e preocupações
Ruídos desnecessários
Fontes de constrangimentos
que minam
E dificultam consideravelmente
O prazer
E o desfrute da harmonia
Das minhas noites
E dos meus dias


Esvaziar
O Espírito e a Mente
De pensamentos
Cujas sementes provêm
Da conflitualidade
Entre a minha individual vontade
E a crua realidade
Significa obter
Um discernimento superior
Adubo de sensatez
Poupando-me assim
A internos confrontos
E corrosivos conflitos


O ontem já aconteceu
O amanhã não passa
De uma simples conjectura
No universo efervescente
Das possibilidades
O hoje
O presente
É tudo o que eu tenho
Na força do agora
No ranger deste meu tempo
Que roça a simples fragrância
Essa essência frágil
Deste instante momento


Conjecturas
Incógnitas
Possibilidades
Passadas e futuras
Nada mais são que
Processos de erosão
Falsos fundamentos
Que podem promover
O surgimento
De internos conflitos
E incapacitantes rupturas


Simplificar
Esvaziar
Reflectir
Meditar

Contemplar a beleza
E reciclar os elementos

São premissas fundamentais

Que hoje alimentam
E transformam

As paisagens que registo

No horizone abrangente

Do Meu Olhar …..


segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Princesa Minha ...


Recordo aqueles tempos
Em que éramos
Livres e soltos
Verdes rebentos
Na áurea da vida
Na crista dos dias
Na espuma das ondas
E na ânsia desmedida
Com que vencíamos
A ausência do outro
No tempero da saudade
Do coração
Da alma e do corpo
Que matávamos
Nos nossos refúgios
Oásis
Nas noites e dias

Recordo aqueles tempos
No cheiro das madrugadas
Nas chegadas
Nas idas e voltas
Imensas viagens
Buscando
O auge dos momentos
Mãos dadas
Nossos caminhos
De juras e sentimentos

Hoje
Sabemos
Os caminhos
Que juntos fizemos
Nossa epopeia
Nossa odisseia
Única
Sem igual
Que só nós desbravamos
E assim evoluímos e crescemos

Continuas sempre tu
Jovial
Linda
Bela
Terna
Textura aveludada
Mulher
Há muito eleita
Princesa minha


Hoje Princesa
Estamos de Parabéns
Por aquilo que somos
Por seres tu quem és
No traçado desta viagem
Manancial de histórias
Que juntos fizemos
Que hoje continuamos
Sempre iguais
De mãos dadas
Pelos caminhos que
Até aqui percorremos
Sempre
Passo a passo
Tranquilamente
Com os nossos pés

A maioria acha
Que os humanos são
Um corpo com alma
Eu sei que nós somos
Duas Almas cúmplices
Viciadas no Amor
E nas loucuras
Que partilham e habitam
O meu corpo e o teu

Amo-Te
Mulher Única
Princesa Minha


Hoje
Amanhã

E Sempre ….




domingo, 23 de novembro de 2008

Este Meu Rio ....

Entre a minha paz
E a naturalidade dos factos
Que circundam a paisagem
Dos meus lugares
Resta-me a clareza
Da água cristalina
Que ao longo destes tempos
Correm no riacho que desviei
E que regam subtilmente
Os canteiros do meu jardim


Nada que não mereça
O perdão dos deuses
Nada que seja fatal
Na comissão dos juízes
Pois na verdade se
O meu pecado
É ser quem sou
Descartar o vazio
No olhar que dou
Provocar o sorriso
No entrelaçar da sílaba
Reflectindo
Códigos de pensamento
Que registam imagens
Que na tela de um céu
A tinta manchou


Mas que interessa isso agora
Habito a ilha deserta
Lá por vezes
Só o meu sonho desperta
Entre o fustigar das chuvas
E a realidade dos indicadores
Que marcam o compasso
Entre as noites e os dias
É junto do clã que procuro
O desvendar
De muitas magias


A cada passo
Esqueço a dor da picada
Que o insecto
Me deu no braço
O sentido vai seguindo
A órbita do destino
Em cada estação
Uma nova pausa
O sentir de uma brisa
O respirar de uma aragem
Observando as luzes
Na outra margem
Deste meu rio
Que vive nas sequências
Influências da lua
Umas vezes cheio
Outras vazio
Alagando campos
Criando erosões
Possibilitando até soluções
À sua passagem


É assim
Quanto mais este meu rio
Se aproxima do mar
Mais estou eu sujeito
Ao fluxo e refluxo

Dos ventos e tempestades

Que chegam
Na força das marés ….





sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Meu Horizonte ...


No espectro da amargura
Minha intenção não é
Não será nunca
Condescendência
Com qualquer tipo de censura
Pois há muito desisti
De certas vertigens
Alucinadas viagens

Necessito de
Suficiente espaço
Na fluidez
Dos meus pensamentos
Sendo estes
Elos coaxiais
Na ignição
Dos meus apelos
E chamamentos

No que explano aqui
Na maioria das cogitações
Fruto de variadíssimas
Internas ilações
Não prevejo
Não planeio
Sou eu consignatário
De mim mesmo
Solução simples
Das minhas depurações

Ah , se provoco amores ?
Já provoquei sim
Degeneraram
Em enganos e dores
E hoje ?
Hoje os tempos são outros
Em cada estação do tempo
Prefiro a minha paz
O meu sorriso
E o afago do vento
Prefiro a raiz e o traçado
De um percurso verdadeiro
Coerente
Genuíno
Ainda que sinuoso
Moroso e lento

Assim estou
Na avenida
Do meu horizonte
Neste passear que dou
Diante da minha
Juventude vivida
E a minha vida
De experiencias
Colhidas
Sabendo sempre diferenciar
Uma miragem
Que adorna o vazio
De uma tentação
Adensada de ilusão
Sabendo descodificar
Os ingredientes vitais
De uma decidida
Opção de vida

Uma palavra de Verdade
Todos buscamos
Quer ela nos faça doer
Sofrer ou chorar
Mas é de Verdade que falamos
De algum vazio
Todos comungamos
Mas definitivamente
Eu prefiro o estado
Do esvaziar

Eu intensamente
Me procuro
E o outro lado meu
Na singularidade
Da minha solidão
Em harmonia e união

Sabemos os dois (eu e eu) que

Prescindir e simplificar

É o segredo

Da sabedoria
E da almejada iluminação ….



quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Paisagem ....


Na espuma dos salpicos
Que tingem a minha alma
Não sei que palavras dizer
Nem qual o rumo
Dos pensamentos
Que devo ter
Pois
Nesta linha curva
Que risca
O rumo dos meus pensamentos
Esta minha sensação fica
Algo turva


A imagem
De uma beleza rara
A expressão da paisagem
De uma profundidade
Que me toca
Que me seduz lentamente
Como uma tara

Provações talvez
Testes e premonições
Tatuados na face
Convexa do destino
Onde se reflecte a luz
De um imaginado feixe
Que escreve o argumento
Cuja história
Explanada no meu âmago
Subtilmente traduz

Francamente bela
Não havendo palavras
Capazes de definir
A doçura extrema
Dessa miragem
Fico-me assim
Pelo silêncio de mim

Quando as estrelas brilham
Alguém olha o céu
E pede um desejo
Que se faça então
A vontade no acto

De um

Desejado


Ensejo .....



quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O Amor ...


Na pele
Na carne e no osso
Na voz
No beijo colapso
Sedento e atroz
Está o Amor
Que eu me vejo

Na rodagem do dia
Na camuflagem da noite
Na insinuação inflamada
Que corpo a corpo
Incendeia a magia
Está o Amor
Que eu me concebo

Na presença
Na intensa substancia
Que entranha o aroma
Do cheiro da pele
De dois seres
Está o Amor
Que eu assino

Na tramitação
Entre o ser e o dar
Entre o receber e o estar
Nas relações verificáveis
Nas realidades palpáveis
Está o Amor
Que eu me revejo

Na convivência plena
Na discordância
Na convergência
Na vida consumada
Pela crua realidade
Na gestão rotineira
Na confluência da dificuldade
Na superação da inércia
Na evolução criativa

Entre dois seres

Está a verdadeira essência

Do Amor partilhado

Em que

Eu Acredito ….




terça-feira, 18 de novembro de 2008

Testemunha de Mim


Algo agrestes
Têm sido estes dias
As noites violeta
Azul e cinza
Mas no meio de tudo isto
Eu procuro e sintonizo
Tentando assim equilibrar
O que eu a mim mesmo
Na orla da neblina me explico

Deambulando
Na textura
Por vezes rugosa
Dos meus pensamentos
Surpreendo-me a cair
Inadvertidamente
No precipício
Escarpado da dúvida

Pois
Humanos
Frágeis
Maleáveis e imperfeitos
Existimos
Mas no respeito congrego
Ideais conciliados pelo perfume
Destilado
Na profundidade dos areais
Onde perduram
Corais de sentimento
Refinado

Na drenagem
Das salinas
Do sal e do medo
Prova-se o sabor da lágrima
Que se colhe
Na curva do rosto
Com a mão
Ou com o dedo

Testemunha de mim
Compassivamente observo
Somos dois e não um
Distancio-me
Das sequências da emoção
Protegendo-me da dor
Que trás a marca da chaga
Da cicatriz
No coração e na mão
Testemunha sim
No roteiro
Do diálogo incomum
Entre o eu
E o outro eu de mim

Nestas voltas da vida
Que nos deixam
No acto do trapézio
Assim
Adoraria inspirar
O cheiro intenso
A iodo do mar

Na certeza brutal

De não haver

Nenhuma
Interrogação
Em mim

Flutuando na
Inodora leveza

Da imensidão
Do ar ….

domingo, 16 de novembro de 2008

O Rasgo desse Olhar


De um qualquer lugar
Sinto a presença
Da sua incidência
Não sei se no distúrbio da distancia
Perco um pouco a noção
Se será mesmo meu
Ou se de alguém
O rasgo desse olhar


Na convulsão dos dias
Que seguem na linha do horizonte
Numa sequência disforme
Que penetra e consome
O tutano e o sangue
Até que a consciência tome
Os resíduos e os pingos
Na reciclagem
De tantas almas vazias


De um qualquer lugar
Quer seja na dobra que dou
Ou num gesto que me tocou
Na palavra que algures deixei
E que por aí ficou
Pois
Eu sei o que sinto
No verde da folha
Na seiva da lágrima
Nos poros do orvalho
Não sou
Homem que minto


Na minha distancia
Que destrói a fagulha
De uma qualquer ânsia
Eu pego no beijo
Que me incendiou
Seguro a revolta que me ensinou
E pego nas malas feitas de estrelas
Que a magia da noite me impregnou
E caminho
Ignorando o destino
Sentindo a presença desse olhar
Que há muito me encontrou


No expoente máximo
Da saborosa gargalhada
Ou na dilacerante dor
Que faz a diferença
Entre a Paz
A guerra e o Amor
Eu sei quem sou
Eu sei quem sou


De um qualquer lugar
Nas palavras que se quebram
Nesta minha boca seca
Que eu quero molhar
Sorvo gotas de água
Pura e cristalina
E começo por acreditar
Em sonhos
Em contos de embalar
Talvez em alguns momentos
Já não seja eu
A escrever ou a falar

Talvez seja sim

O desígnio


Desse
Oculto Olhar ….

sábado, 15 de novembro de 2008

Passageiro do Tempo

Observo este homem sempre
Distanciado das normas
Que edificam e classificam
As manobras
Delineadas pelas simulações
Das estratégias globais


Chamo-lhe
O Passageiro do Tempo
Pois desde cedo
Perdeu o significado
E o afecto
Pelas suas raízes
Extorquido do seu
Espaço berço
Jamais
Afectivamente se ligou
A qualquer outro lugar


Não vive os lugares
Por onde passa
Somente passa
É um passageiro do tempo
Sente o cronómetro estalar
Para num qualquer dia
A contagem
Simplesmente parar



Há muito que deixou
De acreditar
Na “verdade” dos homens
Pois sabe que ela é manipulada
Pela convergência e tendência
Entre o egocentrismo
E metamorfose que eclode
No pântano do egoísmo


Distancia-se
Do império social e global
Da corrupção no gesto do favor
E do abraço simulado
Que bate no peito
Pois certamente
Na curva da história
Ele sabe que
A factura sempre se cobra
De qualquer jeito


Passageiro do Tempo
Homem estranho este
Cada vez mais
Distante e solitário
Pressente as intempéries
E trovoadas que se aproximam
Permanece assim observando
Decifrando os planos
Que se apresentam no mostruário


Quando olha o caminho
Que serpenteia
No encontro fatal com o futuro
Não sabe o que dizer
Pára
Espera
E embrulha o momento
No lenço do seu silencio


Passageiro do Tempo
A luz da sua juventude
Já não é mais a mesma
E ele conhece o peso
Da sua armadura
Mas mesmo assim
Longe
Distante
Ele pega na espada
E sente o arrepio
Da sua textura


O cronómetro
Continua marcando
Num ritual de ciclos
Que na sua Vida
Se vão abrindo e fechando
Mas ele permanece
Igual a si mesmo
Nunca se deixando converter
À doutrina inspirada
Pelo manancial dos gulosos




Como Eu

Compreendo


Esse


Homem ……









quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Feliz é o Pássaro ...


Frágil
Mas vivo
É como o pássaro
Na vertigem da descida
Sente o calor
Emergindo na galáxia
Das suas ideias
Fluindo


Mas o pássaro
Reconhece
Que o seu par
É merecedor
Das maiores belezas
Das maiores dádivas
Que o universo conhece


Feliz é o pássaro
Porque
Na alegria
Na louca diabrura
Na tristeza ou na doença
Ele nunca se esquece
Que o seu par
Lhe foi entregue
Pelas mãos de um Deus
Que conhece na realidade
Os confins e os labirintos
Dos roteiros da história


O pássaro ao seu par
Agradece por tudo
Pela devoção
Pelo Amor incondicional
Que ele carece
Pois isto não é de hoje
É de muitas
E já longas luas
Que esta história de Amor
Há muito acontece


O pássaro está frágil
Recuperando
Bebendo a água
Que a chuva deixou
Na curva da folha
Que ao céu se mostrou


Mas
Feliz é o pássaro

Por sentir

Todo esse

Terno e Carinhoso Amor

Que o seu par


Desde sempre


Lhe doou ....







terça-feira, 11 de novembro de 2008

Palavras ....


Na vertigem que chega
No arrepio contagiante
Da palavra sentida
Seduzida e escutada
Emerge um caldo
Com sabor
Difícil de traduzir
Pois é quente e aromático
O sentir cativante
Do seu vapor


Na mente rebelde
E libertina
De um autor
Cuja imaginação flui
Isenta de fronteiras
No explanar da sua criação
Evoluem cenários
Pigmentos de agridoce
Que tocam
Cordas vibratórias
Num lugar
De intimas partes vivas
Compostas por desejos
E sublimes energias


A palavra tem vida sim
Ela flui no braço de rio
Que a fazemos navegar
Remando na espuma
E nas correntes
Dos desejos e sonhos
Que sustentam
Os genes multicelulares
Da nossa inspiração


Entre as fronteiras
Pedaços perdidos
De terras de ninguém
Surgem cactos e arbustos
De flores rosácias
Que na sua sede
Absorvem regadios
Submersos

Que nascem distantes
Na textura dos dedos

De alguém ….





segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Apesar desta constipação ...


Num inicio de semana
Algo fragilizado
Pela surpresa inesperada
De um resfriado
Que nos deixou zonzos
Mas mesmo assim
No conforto
De um tranquilo
Fim de semana também


Ainda sinto
O entupimento
Deste entorpecimento
Que me deixa meio atordoado
Nesta retomada semanal
Sentindo já muitas saudades
Dos momentos carinhosos
Entre todos partilhados
Mas
Em especial
Com o meu Pimpão


Mas apesar de tudo
Guardei aqui bem
Na minha Alma
As delicias dos momentos
As brincadeiras
As ternuras
Que ficaram registadas
Aqui mesmo
No meu Coração


Hoje
Não é dia
Para muita elaboração
Hoje
É dia para
Puro sentimento
Para esta saudade
Minha sensação
Profunda emoção
Que me faz sorrir
Que me faz agradecer
Agradecer muito
Apesar desta constipação


Amo-Te

Adoro-Te

Meu Filho lindo

Minha Vida


Meu

Pimpão …..








domingo, 9 de novembro de 2008

Loucura Minha ....


Com a água salgada
Que molha esse teu corpo
Mato a minha sede
E retenho o sal e o sabor
Por mais um pouco


Na humidade dessa tua pele
Arrasto a minha diabrura
De alguém entregue
Que no calor do fogo
Perde a noção de ser
De qualquer postura


Apesar dos mundos
Dos universos que percorro
Nos vãos
Nos cantos da anatomia
Desta alma minha
Que normalmente
Escrevo e descrevo


Sou também
Um Ser sem ensejo
Que mergulho no desejo
Dos rastilhos do prazer
Que me invadem
Com intensa magia


É o sabor a sal
É o aroma que vem
Nessa brisa marinha
São as linhas que traçam
A beleza desse corpo
Que acordam em mim


Reflexos
Cores
Gestos e sinais



Desta

Loucura Minha ….






sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Zona de Transição


Todos os dias chegam
À minha mente
Duas vozes

Uma acredita na Luz
Feita de plenitude e transparência
Consequência dos desígnios
Cujos rasgos
Observei no plasma mental
Da minha criação
E que pelos processados ciclos
Minuciosamente
Foram escolhidos

A outra chega
Com sintomas viciados
Pela órbita onde gravitam
As incidências das sombras
Exerce assim a sua reivindicação
Na praça da minha interpretação
Fazendo eco da sua prepotência
E reclamando testemunhos
De um passado colonizado
Por desertos de calor intenso
Provocados por vazios
De alinhamento e configuração


Eu paro
E penso que na verdade
Só uma voz se pode registar
Nesta minha vontade
Mais intima e real


No conflito provocado
Pela combustão das forças
Refugio-me num lugar
Divino e Sagrado
Onde contemplo
O desmembrar das teias
Na erosão das areias
Que decifram a minha escolha


Zona de transição
É o nome
Desse recôndito lugar
Onde não existem sons
Sinais de luz ou de luar
Um lugar que me deixa longe
De qualquer pedaço
De terra ou mar
Na transição entre
O que o mundo
Chama de realidade
E o que eu quero
Em mim consolidar
Ou se necessário
Também transformar


Zona de transição
Lugar que descobri
Ao longo da fértil morosidade
Que jaz no aprofundamento
E que emerge na substancia
Da alquimia mágica que surge
No processo introspectivo
Do ritual da contemplação


Zona de Transição

Lugar

Onde escuto

Vozes divinas


Que visitam
E acalmam

O Meu


Coração …..







quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Labirintos Internos ...


Na rouquidão
Da minha garganta
Sinto um ardor arenoso
Que se traduz
Em restos de um nó
Onde emerge um lampejo
Na margem do meu espírito
Que marcou a decisão
Num tempo especial
De mente assente
Na condução
Da minha história
Para um rumo diferente


Olho para trás
Levemente por cima
Do meu ombro
E escuto os ecos
Que ficaram no jardim
De algumas lembranças
Algo que
No registo da experiência
Por mim passou
Como um sofisma
Ou um poema
Iniciado nos traços
Da minha inocência
Inspirado por momentos
De inteira liberdade
Que o sabor do meu paladar
Simplesmente guardou


Nos passos que dou
No tragar
Dos meus pensamentos
Deixo pegadas na calçada
Dos roteiros habituais
Desta metrópole onde
Já não me preocupo
Com partilhas de sorriso
Mas tento estar atento
Isso sim
Ao chão que piso


Diria que
Cada vez mais
O conforto que preciso
Está no Amor
Das pessoas que tenho
Mas também nas curvas
Dos labirintos internos
Que percorro
Tocando as paredes
Dos conhecimentos
Que cativo e reciclo
No lugar mais profundo
Que habita em mim
Em cada momento


A base das linhas
Que desenham
O Amor
Serenidade e a liberdade
Estão na directiva idêntica
De como se arquitecta
O esplendor de uma cidade
Na convergência
Harmoniza-se se possível
Com a paisagem envolvente
Mas estrutura-se
Por dentro
Sem nunca depender
De nenhum ruído ou fulgor
Pois a essência do sedimento
Está sempre no núcleo
Que reside no centro


Para lá
Das superfícies sólidas
Que referenciam a matéria
Reconhecidas
Pelo sensorial primário
Dos cinco sentidos
Existem enxames
De partículas e átomos
E vazios infinitos
Desconhecidos

Onde se passeiam

Possibilidades de


Revelações sublimes …..






Luis Sousa

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Parabéns Obama , Parabéns USA !!!


O mundo presenciou hoje
A algo verdadeiramente histórico …

Já muito tenho dito sobre Barak Obama ,
Pessoa na qual observo qualidades ímpares ,
E graças a essas mesmas qualidades
Foi possível ao mundo inteiro ,
Presenciar à sua memorável eleição como
Presidente dos Estados Unidos da América …

Mas hoje , após essa histórica eleição ,
Quero deixar os meus Parabéns ao povo
Americano , pela forma extraordinária ,
Como soube escolher a mudança neste
Momento tão especial do mundo global …

O povo americano escutou Barak Obama ,
E soube reconhecer que era capaz de
Escolher a mudança,
Ultrapassando e cortando ,
Com todas as fronteiras do passado …

Pensar que a umas poucas décadas atrás,
Antes e durante os anos 70 ,
Era vedada nos Estados Unidos da América ,
A entrada de afro-americanos
Em hotéis , restaurantes e outros lugares
Públicos , este é de facto um momento singular,
Onde se verifica um salto tremendo
Na mentalidade da actual geração americana …


Dizer também ,
Que me emocionei profundamente ,
Quer pela confirmação da vitória
De Barak Obama ,
Quer pelas imagens onde se presencia
A união de todas as pessoas em redor
Deste líder , independentemente da sua
Cor , estatuto social ou outra …

Contudo,
Seria de uma ingenuidade tremenda
Pensar que Obama irá num ápice,
Resolver todos os enormes problemas
Que o esperam , mas sabemos que ,
Com tempo e com a sua determinação
E inteligência , fará sempre mais
Em prol da estabilidade global do que
Foi feito por esta ultima administração
Americana …


Sem dúvida que hoje,
Sinto que a história teve
O seu ponto de viragem ,
E como tal vivo este dia
Com uma enorme felicidade ,
E olho o futuro com um sentimento
De profunda Esperança ….


PARABÉNS OBAMA
PARABÉNS AMÉRICA …




Luis Sousa

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O 1º Dia do Futuro ....


Não sou cego seguidor
De ninguém
Pois estou consciente
Das virtudes
Dos defeitos
E das limitações
De qualquer alguém

Mas acredito
No Espírito divino
Que guia e encaminha
Cada ser humano

Acredito
Na revolução
E na transformação positiva
Que é a base e sustento
Da evolução humana

Em dias de incerteza
E amargura que vivemos
Em termos globais
Algo neste movimento
Sem precedentes e
Que ultrapassa as fronteiras
De um país que
Quer gostemos ou não
É referência cultural
Inquestionável no planeta
Deixa-me assim
Neste estágio
De expectativa e magia
Entre a profunda Esperança
E a tão sonhada Utopia


Acredito sim
No espírito divino
Que encarna o discernimento
Que faz o trajecto deste homem
Acredito
Na força e determinação
Que o encaminham
E o iluminam neste trilho


Para que
A semente da mudança
Seja lançada
Para que
O respeito e o diálogo
Entre os povos
Sejam uma realidade
Para que
Em substituição da arrogância
Do ignorante belicismo de antecipação
De um capitalismo vergonhoso
Nasça a possibilidade
De um humanismo
Efectivamente solidário e vitorioso

Neste 1º dia do futuro

Eu espero
Eu desejo
Convictamente

Neste dia

Nesta noite memorável

Pela histórica eleição


Deste

Homem ….





Luis Sousa

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Sinto-me Desafiado ...


Sinto-me desafiado
Perante o contraditório
Da relatividade subjectiva
Com que vejo desfilar
A leviandade da incoerência


Sinto-me por vezes
Desafiado
Perante os enzimas
Destilados pela subversão
Mascarada e colorida
Por cores
Que imitam a verdade


Sinto-me em permanência
Desafiado pela imersão
Do meu conteúdo
E o saco controverso
E cheio
Desta realidade


Sinto-me desafiado
Pela prova de fundo
Que me contorna
Que me espicaça
E me confronta
No polimento da espessura
Da minha imperfeição


Sinto-me desafiado
Pela distancia entre o abismo
Dos meus sentimentos
E a contracção presente
Das utopias
Outrora projectadas
Por outros elementos


Sinto-me desafiado
Expectante
Vibrante
Por novos
Colossais

E inspiradores


Momentos …..





Luis Sousa

domingo, 2 de novembro de 2008

No Vazio da Luz ....


Viajo na convulsão
Da beleza
Afundo-me no turbilhão
Da incerteza
Caminho na fusão
Das correntes da emoção
Onde sempre encontro
Sinais de orientação


Deixo-me arrastar
Pela sedução e leveza
Entrego-me na singularidade
Das sensações harmonizadas
Que traçam os relevos
Das paisagens
Por mim criadas


Sou pigmentação
Em fotossíntese
No vazio da luz
Sou detalhe marcado
De um sopro veiculado
Por um pensamento
Que não se traduz


Perco-me nos vales
Deixo água
Da minha boca
E marcas de mim
Em esconderijos de ti
Que me deixam sempre
Entre o muito e o pouco


Sou assim
Por vezes
Longe e distante
Sensível e lúcido
Na fronteira que marco
Entre mim
O meu mundo
E o universo dos outros


Quero entender mais
Porque saber
Não será pouco jamais
Vivo em sons musicais
Sento-me na beira da estrada
Penso e admiro a criação
Das elaborações mentais


Sou gesto concedido
Num qualquer desejo
Tal como uma folha
Que voa
No embalo de um suspiro
Elevação ou vento
Que eu sinto
Mas não vejo


Sou assim

Realidade

E alucinação


Num horizonte

Que não decifro


Sempre em contínua



Transformação ….






Luis Sousa

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Nosso Fim de Semana ....


Chega-se a mais um
Fim de semana
E por enquanto
As horas passam
Lentamente
Mas chega-me
Neste consolo
Esta sensação plena
Deste desejo
Reconfortante


Mas sabes Amor
Quero desfrutar
A tranquilidade
De cada nosso momento
Quero no nosso espaço
Saborear
O aroma e a textura
De cada só nosso
Íntimo elemento


Sabes Amor
Escrevo isto porque
Bateu aqui agora
Esta vontade
Regada pela fonte
Desta minha saudade
De estar no conforto
Precioso
Da nossa intimidade


Eu sei
Que Tu sabes
Amor
Neste outro lado
Onde agora estou
Está o meu
Discernimento pragmático
Quando estou
Ao Teu lado
Está o meu Ser
Verdadeiro
Louco e lunático


É isso Amor
Estamos quase
Em mais um
Fim de Semana

Só quero

Sentir o conforto

Que a Tua presença

Em Mim
Sempre


Emana …..








Luis Sousa

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Resilência ....


Nestes dias
A disponibilidade mental
E a abertura do fluxo da inspiração
Têm estado condicionados
Aos elementos
Da minha vida quotidiana


Diria que têm sido dias
De pura revelação
Cuja observação e retenção
Das aprendizagens
Tem sido algo sofrida
Mas magnânima


Perante toda a envolvência
Dos factos e dos contornos
Deixo-me ficar pela
Resilência


Sim
Resilência
Que se traduz
Na capacidade individual
De suportar tensões
Pressões
Intempéries e adversidades


Resilência
Palavra chave que
Resume a essência plástica
Elástica
De me moldar
E de assumir formas
Mantendo sempre
A minha integridade

A Resilência
Está na proporção
Com que me adapto
Às estratégias de superação
Nos acontecimentos adversos
Com que me deparo
No traçado da minha vida


Decifrando
Educando e enriquecendo
Os elementos e fenómenos
Da minha psicoadaptação
Tento consolidar a cada passo
A minha resilência


Hoje em dia
A formação é necessária
Para todas as vertentes da vida
É também fundamental
Para a minha saúde mental e psíquica


Fomentar em mim
A produção de clarividência
Na forma como interpreto
Os acontecimentos
Que me envolvem
É na verdade
Um passo fundamental
Na preservação da minha protecção


Sou imperfeito
Vivo numa sociedade
De pessoas imperfeitas
Como tal
É cada vez mais importante

Deflagrar em mim

Sempre que necessário

Choques de lucidez

Em prol

Da minha


Resilência …..






Luis Sousa