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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Labirintos Internos ...


Na rouquidão
Da minha garganta
Sinto um ardor arenoso
Que se traduz
Em restos de um nó
Onde emerge um lampejo
Na margem do meu espírito
Que marcou a decisão
Num tempo especial
De mente assente
Na condução
Da minha história
Para um rumo diferente


Olho para trás
Levemente por cima
Do meu ombro
E escuto os ecos
Que ficaram no jardim
De algumas lembranças
Algo que
No registo da experiência
Por mim passou
Como um sofisma
Ou um poema
Iniciado nos traços
Da minha inocência
Inspirado por momentos
De inteira liberdade
Que o sabor do meu paladar
Simplesmente guardou


Nos passos que dou
No tragar
Dos meus pensamentos
Deixo pegadas na calçada
Dos roteiros habituais
Desta metrópole onde
Já não me preocupo
Com partilhas de sorriso
Mas tento estar atento
Isso sim
Ao chão que piso


Diria que
Cada vez mais
O conforto que preciso
Está no Amor
Das pessoas que tenho
Mas também nas curvas
Dos labirintos internos
Que percorro
Tocando as paredes
Dos conhecimentos
Que cativo e reciclo
No lugar mais profundo
Que habita em mim
Em cada momento


A base das linhas
Que desenham
O Amor
Serenidade e a liberdade
Estão na directiva idêntica
De como se arquitecta
O esplendor de uma cidade
Na convergência
Harmoniza-se se possível
Com a paisagem envolvente
Mas estrutura-se
Por dentro
Sem nunca depender
De nenhum ruído ou fulgor
Pois a essência do sedimento
Está sempre no núcleo
Que reside no centro


Para lá
Das superfícies sólidas
Que referenciam a matéria
Reconhecidas
Pelo sensorial primário
Dos cinco sentidos
Existem enxames
De partículas e átomos
E vazios infinitos
Desconhecidos

Onde se passeiam

Possibilidades de


Revelações sublimes …..






Luis Sousa