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sábado, 27 de dezembro de 2008

Nada vem do nada ...



A pedra que se solta
Na escarpa da montanha
A folha seca
Na corrente de um rio
Passagem de um vulto
Resíduos que não ficam
Em campos férteis de amigo

Nada vem do nada
Nem a pobreza
No âmago de um espírito
De um qualquer ser
Encrostado no tempo
Esperando talvez pelo eco
De uma qualquer chamada


Entender os sinais
Nos gestos
Cada vez mais
Comuns e normais
É mergulhar
Pelo lado de dentro
No avesso da gravura
Que decora
O que parecem ser
Imagens do centro


É nesse outro lado
Que se conhece
A geografia do lugar
Os detalhes e o espanto
Os dizeres despidos
Os quadros colocados
Numa qualquer intenção
De embelezar o canto


Nada vem do nada
Cada sopro
Cada brisa
Cada elemento
Que promove
Qualquer chegada
Nasce de uma fricção
Inicio de uma vibração
Que em tal momento
Agita a corda
Que solta o timbre
De uma qualquer vontade


Nas dunas deste deserto
Nestas planícies áridas
A céu pleno e descoberto
Cada valiosa presença
Quando valiosa mesmo
Deverá beber a água
Pura e fresca do discernimento
Respirar a brisa da noite
Onde se espelha a luz
De Agradecimento
Porque uma valiosa presença
Na pobreza deste imenso deserto
É queda de chuva
É oásis
É movimento e criação
Em puro florescimento


Nada vem do nada
Qualquer cobrança
Qualquer distorção
Não vale nada
O que
Realmente importa
É proteger sempre
Regar sempre

Quando na profundidade
Se reconhece o teor



De uma qualquer


Valorosa Presença …..