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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O Vazio e o Nada ....


Aqui estou eu
Na delicia eterna
Que guardo
Nos meus confins
Na gotícula de água
Que molha
Um tecido de linho
Nos afagos ternos
De impagáveis momentos
Nas palavras sinceras
Trocadas numa fosca luz
Num todo indecifrável
Que torna o cerne do meu ser
Num adubo que alimenta
Meu pedaço sagrado de terra
Tornando-o assim
Mais arável

No sorriso que deixo
No sentido que agarro
E na mão que fecho
Entrego-me
No sabor da entrega
Escolhendo a plenitude
Da profundidade do nada
Nesse vazio de tudo
Onde reconheço o poder
Valor sem igual
De fragmentos simples
Que ninguem apaga

Do nada
Inicio o gesto
Que acciona a ignição
Que gere a criação
Que aqui ou ali considero
Elementos essenciais
De um pouco de tudo

Do nada
Crio linhas e pontos
Referencias espirituais
Mentais
Que ditam
Digestões leves desta globalidade
Do que julgo serem
Coordenadas
Das minhas aptidões
E trabalhadas soluções

Do vazio
Inspiro-me no deleite cru
Do simplesmente estar
Respirar
Sentir o prazer único
De naquela fagulha de tempo
Em total liberdade
Sentir o pleno
E em silencio desfrutar

Do vazio
Mergulho no espaço
Onde a ausência
De qualquer resistência
Me faz flutuar
Levitar
Sob o véu da serenidade
E do bem infinito
Dessa sua complexa
Permanente essência

Deleito-me
Na observação
Da gotícula de água
Que no tecido fino
Se alojou
E assim humedeceu
Delicadamente
Na sua passagem simples
De fugaz Existência

Existência que me inspira

Sublimes

Retratos profundos

De rara

Excelência ….