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sábado, 29 de maio de 2010

Sombras Viajantes ...







Há dias
Em que
quase tudo simplifico

Há dias em que
Algo do que percepciono
Complico


Há dias
Em que me confronto
Com a ideia do fim
Sem que qualquer sintoma
Ou fantasma do medo
Venha ao encontro de mim


Surpreendo-me
Comigo mesmo
Pois como pode alguém
Distanciar-se do mundo
Não se preocupando
Com qualquer festim


Há dias
Em que sou a eficiência
Profissional eficaz
Homem decidido
Que vagueia naquele universo
Onde não existe qualquer paz



Há dias que
Perante as condicionantes
Valorizo
Meus refúgios circundantes
Próprios dos homens
Cujos espíritos e almas
São como sombras viajantes



Há dias
Em que há coisas
Que ultrapasso e não desisto
Que perante tudo
Com a coragem e determinação
Continuo e persisto


Há dias

Em que tenho a consciência

Que um dia

Talvez chegue o tal momento


Em que


Seja mais forte do que imagino


E aí


Sem querer



Sem ter forças para mais


Talvez eu não resisto ….

















sábado, 22 de maio de 2010

Sempre na Realidade ...










As palavras estão nas imagens


A essência e a verdade


Estão sempre na realidade


Não nas miragens


Apesar da beleza

Das mais belas paisagens ....











segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sonhos Múltiplos ...






Apesar da normalidade
Apesar da constante dualidade
Dos ciclos intermitentes
Que se aglutinam
Nos cantos e nas esquinas
De qualquer cidade
Há muito que
Deixei de querer entender
Quais os padrões
Da palavra sanidade


Quero sim
Sempre que possível
Aqueles momentos
Perfumados e translúcidos
Onde acontece a evasão total
Deste mundo
Tantas vezes demasiado normal
Buscando eu cascatas e rios
Paisagens surreais
Que me trazem sublimes viagens
Feitas de sonhos múltiplos



Quero a descoberta
Numa cadência aleatória
Por vezes
No cosmos sintonizada
Que me faça sentir
Que essa é de facto
Uma viagem predilecta
Onde a frequência
Me deixa em cada escalada
De espírito livre
De Consciência pura e alerta



Nesta vida
Onde a exigência
É constante
A pressão dominante
Distante da cor da emoção
E da química da poesia
Jamais se pode deixar
Que a vida perante tudo isso
Se torne mundana e vazia



Há Vida
Muito para além
Da rotina
De cada dia


Ela simplesmente existe


Nas sinapses que criam
As imagens
Dos meus pensamentos


Nos momentos singulares
Que desfruto e partilho
Algumas alquimias


E nestas estrelas cadentes
Que agora caiem
Devagar
Devagar




E que transformam
Ideias minhas
Palavras minhas





Em simples poesias ….













domingo, 9 de maio de 2010

Ela Persiste ...







A perseverança
Tem sido constante
A observação
Tem sido permanente
O empenho determinado
E todos os passos
Têm seguido
Um rumo consequente



Embora nunca saibamos
O que está para lá
Da cordilheira dos montes
Existe algo brilhante
Mágico e efémero
Quando temos a noção clara
Que na essência do nosso Ser
Se constroem algumas pontes



É nesta viagem
Feita de elementos pictóricos
Mistura mesclada de horizontes
Que dissolvemos os ingredientes
Na busca de cenários consistentes
Que nos tragam directivas
Sentimentos
Projecções contemplativas
Que nos façam sentir vivos
E nos trilhos múltiplos dessa descoberta
Nos tornem pessoas receptivas



Na rotina e na pressão
Confusão instalada
De cada dia
Se esquece quase sempre
Dessa Luz ténue que alumia



Mas Ela persiste
Apesar da força
Das tempestades
Que trás o vento
Ela permanece e não desiste


Agradeço aos Deuses
Aos Mensageiros do tempo
Aos Sinais que chegam
Em cada especial momento



Pois é Ela




Que desde sempre





Me Ilumina e Assiste ….









sábado, 1 de maio de 2010

A Frescura e a Sombra ...







Entre a vertigem
Do maior sucesso
E a intimidade do processo
Existe aquela pausa
Distancia prudente
Entre a queda e a causa


Entre a glória
E as raízes
Dessa Árvore Mãe
Que fornece
A frescura e a sombra
Da minha história
Existem canaviais
Latitudes
E pontos cardeais
Que cimentam os degraus
Dos meus presentes actos
Alicerçados nos rochedos
Da minha memória



Nesses canaviais
Aprendi a reconhecer a força
Das correntes fluviais
Aprendi a respeitar
Os momentos cruciais
E fiz emergir
Da essência e do substrato
As resinas e os filamentos
Que transportam os significados
Que traduzem os meus sinais




É nesta canoa
Que navego pelo leito
E pelas margens
Paro e contemplo
A beleza
De algumas paisagens
Decomponho
Pensamentos e ideias
E divago
Entre algumas miragens



Mas é assim
O fluxo
Que impele este meu destino
É assim o cinzel
Que esculpe o meu olhar
Numa variante
Por vezes intrigante
Mas nunca perdendo
A noção do milagre
Guardando sempre
A gratidão do presente
A humildade necessária
Num viajante





Quero ver se consigo
Não perder este elo

Continuar a deixar aqui
Uma parte
Deste lado de mim


Esta neblina catártica
Que quase lhe sinto
O aroma a jasmim


Pois é de dentro
Que este magma flui



Parecendo sempre




Nunca Ter Fim ….