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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Ecos de Silêncios




Nos meandros da voz
Na sublime marca do olhar
Na ténue frescura
Com que alguém
Se deixa encantar
Encontra-se a magia
Da meta fonia
Onde se penetra fundo
Na sonoridade da melodia
E se bebe a poção
De cada palavra
No fluxo significativo
Cenário único da sintonia

São ecos que retornam
Na simbiose mesclada
Que drena
O fluido da osmose
Num trilho
Cuja incógnita está
Em cada pedra
Na borda do caminho

Ecos de silêncios
De palavras invisíveis
Que o xamã declama
Na oratória do encontro
Que acontece na magnitude
Do ínfimo fragmento
Que contem o código
Que define o sorriso
Ou a lágrima
Com que se contempla
A beleza do firmamento

Nem todos conhecem
A legenda escondida
Nos grãos de areia
Nem as imagens contidas
Em nuvens de poeira
São incidências
Intenções e convergências
Que confundem propositadamente
Algumas fragrâncias
E outras transparências

Saberá o humano
Decifrar os meandros
De tantas constelações
E incidências ?


No vão da escada
Que separa o corredor
Do portal do tempo
Encontra-se a arca dos sonhos
Que se fecha de madrugada
Evitando a luz do dia
Não é medo nem mania
É coragem bravia
É consciência dos limites
Na contenção e equilíbrio
Desse rio transbordante
Que desagua
Numa cascata imensa
De sabores e apetites


Por hoje é tudo
Guardo nos ossos
Da minha mão
As palavras que não disse

Debaixo dos meus dedos

Ficaram

Pausas

Ecos de silêncios


Da Minha

Construção ….