Arquivo do blog

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Por isso ainda aqui escrevo ...






A verdade é que
Se ainda aqui estou
É porque ainda acho que
No dedilhar dos meus dedos
Estão os sentidos
Que quero deixar escritos
Deixando para trás fronteiras
Que limitam mascaras
Reais e virtuais
De seres que não sei
Nem quero sequer saber
Porque hoje em dia
Nada tenho com esses a partilhar
Nesse circulo de circunscritos


A verdade é que aqui estou
Até ao dia em que
Eu achar que esta estadia
Na escrita aqui
Na minha natureza
E na minha alegria
Neste meio
Esta expressão se esgotou



A verdade é que
O que vale realmente a pena
É falar dessa beleza sem fim
Que eu olho
Toco e me invade
E alimenta tudo em mim
Esse rosto de mulher
Que degusta o prazer devagar
Como quem saboreia algo
Sentindo a brisa do mar


Ah loucura minha
Mulher fogo
Que tudo alcança
Na sensibilidade do voo
Na curva do estouro
Cada pedaço que guardo
É tua vontade em mim
Que garimpa espaços proibidos
Que transformam tudo
Em brilho de ouro



Escrevo só para ti
Realidade e sonho
Tudo o que existe em mim
Escrevo aqui
Pedaços colados
De momentos iniciados
Continuados
Em clímaxes terminados em ti



É assim
Mulher sem fim
Loucura que completa
Toda a loucura
Que existe em mim

Aqui deixo estes escritos
Enquanto eu achar que sim



Escritos sentidos
Criados


Nesta fantasia inspirada

Nesta realidade causada


Que existe de ti para mim …
























terça-feira, 29 de setembro de 2009

As Ruínas daquela Casa ...







Naquele quintal
Daquela casa em ruínas
Onde a intensidade
Dos nossos desejos era brutal
Onde a realidade
Das nossas fantasias
Era total
Tudo acontecia
De forma intencional


Naquela casa em ruínas
Distante do mundo
Distante de tudo
Só existia nosso submundo
Onde tudo acontecia
E em som de fundo
Surgiam ecos suaves
Agudos e graves
Sons dos teus gemidos


Ainda sinto encrostados
Nas minhas mãos
Os aromas corporais
Desse teu delicioso corpo
Onde comungamos segredos
Vontades inconfessáveis
De outros tantos enredos


Naquela casa em ruínas
Existem memórias
Nossas histórias
Registadas naquele chão
Gravadas
Naquelas cinzentas paredes
E naquele velho colchão


Naquela velha casa
Em ruínas



Estão pedaços únicos

Fragmentos únicos






Das nossas secretas
E inspiradoras



Doutrinas ….






domingo, 27 de setembro de 2009

Espaços Indecifráveis ...







Como já havia dito por algumas vezes,
Eu sou daquelas pessoas ,
que escreve, não por empolgamento do Ego,
perante audiências que na sua maioria eu desconheço,
mas escrevo sim pela necessidade intrínseca ,
entre o meu Eu, o mundo que me rodeia,
o mundo que observo, e toda uma panóplia de imperfeições,
que abrigo neste meu Ser ,
procurando assim ser melhor ,
umas vezes conseguindo , outras retrocedendo ,
nesta batalha sem tréguas, que me causa angústias e dores ,
mas também, algumas pequenas e grandes alegrias,
apesar de por vezes serem isoladas ,lentas e demoradas ,
muitas vezes suadas e escaladas,
tornando-se assim neste espectro temporal ,
alcançadas e reconhecidas conquistas ….



Com isto , quero eu dizer que ,
mesmo sabendo as bases desta estrutura
que formam as minhas principais escolhas,
encontro-me sempre
em permanente reciclagem e transformação ,
pois , tal como o próprio Universo,
que é feito de Consciência e inteligência Pura ,
e está sempre em mutação,
eu também , em tudo o que me acontece ,
se faz nesse tal fluxo , onde predominam elementos ,
Sinais e mensagens ,
que de acordo com o grau da minha atenção,
accionam todos os mecanismos visíveis e invisíveis ,
para a desejada evolução …


Hoje, não me expresso em poesia ,
não falo de Amor ou nostalgia ,
hoje falo de outros sons ,
ecos de informação que a todos nos envolvem ,
e que nos espaços indecifráveis nos invadem,
e na verdade ,
se tivéssemos sempre consciência deles,
em cada pausa , em cada momento,
talvez a forma como interpretamos os factos que nos envolvem,
teriam uma outra abordagem,
e um outro significado nas nossas interpertações …


“Passe tempo em comunhão silenciosa com a sua Alma”

Quantas incomensuráveis verdades habitam ,
residem e existem, nesta simples frase …

Na vivencia verdadeira,e na expressão completa desta experiencia ,
tomamos Conhecimento de outros Significados ,
de outras Amplitudes , de outras Essências que ,
Transformam radicalmente a forma como nos vemos a nós mesmos ,
os outros, e toda a complexidade exterior,
por vezes tão superficial e supérfluo, que nos rodeia …


Se encontrarmos esse tempo ,
esse espaço milagroso em cada um dos nossos rotineiros dias ,
e pudermos assim ,
entrar por esse caminho de comunhão silenciosa com a nossa Alma ,
estaremos então perante uma descoberta única ,
uma descoberta que nos liga a tudo ,
ligação essa, que toca as cordas vibratórias da nossa origem,
como Seres multidimensionais que ,
no espectro das várias frequências individuais e perceptivas ,
está muito para além do material e do nosso corpo físico …


Talvez , dando mais e melhor atenção ,
a esse espaço de comunhão silenciosa
com a nossa Alma , seja assim possível ,
criar no planisfério dos nossos pensamentos ,
na cascata das nossas emoções ,
e no relevo topográfico e acidentado dos nossos sentimentos ,
uma nova assimilação , uma nova interpretação,
algo que as palavras por mais que elaboradas que sejam,
não conseguem a esse nível tão delicado, exprimir,
podendo assim , criar na combustão lenta do nosso Ser,
novas paisagens assertivas, valências únicas ,
que ao longo desta etapa a que se chama vida ,
fazem acontecer sincronismos,
coincidências significativas e Milagres reais que ….




Só nos podem enriquecer ….








sábado, 26 de setembro de 2009

Água da Fonte ...







À medida que o tempo passa
A água dessa fonte
É tão escassa
Pois o desgaste
Foi no passado tanto
Por vezes continua sendo tanto
Incisivo e continuado
Sem contemplações
Decisivo e persuasivo
Ao ponto de
Ao mínimo sinal repetitivo
Tudo mudar
Do estado normal
Para o desalento total


A verdade é que
A água dessa fonte
Já foi demasiado consumida
Violentada e abusada
Espremida
Que por vezes
Já não há dosagem
Que possa ser explicada
Pois não há tempo
No reciclar da fonte
Renovando a água
Que já vem escassa
Do cimo do monte


Talvez ninguém entenda
Ou compreenda que a vivencia
Sistematicamente violentada
Constantemente assaltada
Levada ao limite dos dias
Por vezes
Tal como a fonte
Vai secando
E sem renovação se esgota



Nada disso
Tem a ver com falta de amor
Com ingratidão pela vida
Ou uma outra qualquer
Injustificada dor
Tem a ver com o facto de
A consumação permanente
Ser tão persistente
Que não deixa quase
Nenhum espaço ...








quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Escandalosa Beleza ....




No parar do meu olhar
Silenciei-me
No aveludado da pele
No sabor mágico
Que sobressai na água
Que lentamente invade
A secura
Do meu paladar
É impossível resistir
Impossível retrair
Perante
Todos os quês
Todos os porquês
Provocados pelo insinuado
Chamamento chamado
Do Ser feminino
Absolutismo
Total de Mulher
Na sua brutal subtileza
Única
Só sua
Escandalosa beleza


É sim
Sedução perfumada
Fórmula espontânea alcançada
Onde pecado é omitir
Fingir
Que a beleza ali
Não se vê
Pois pecado é resistir
À tentação perfeita
Perpetrada
Pela silhueta
Corpo roliço
Gesto insinuado
Pelo olhar desinibido tentador
Apimentado e sublimado
Pela irresistível carnuda boca


Atentado é
Passar ao lado
Deixar para lá
O fatal destino
Para que
A fusão da magia
Fique no tempo suspenso
E seja assim um momento
Perdido ou adiado


Oh santo deus
Não pode ser
Como podem meus olhos
Ignorar essa passagem
A tontura da vertigem
A distancia
Entre cada margem
Esquecendo o rubor da face
A chama flamejante que se vê
Na nudez crua e insinuante
Desses estrondosos lábios ?



Serei eu santo
Aquele que não vê
Ou serei eu sim
Imensamente pecador
Onde todos os momentos
Todos os indescritíveis actos
São como destilados
Concebidos mútuos pactos ?


Todos o pecados
Acontecem na volúpia da carne
Textura sentida da pele
Saliva alagada na boca
Fluidos salgados
Sabores agridoces
Recantos saboreados
Na viagem plena
Nesse corpo de Mulher


Pecados explosivos

Vividos

Impossível serem amordaçados

Mas sim exaltados


Perante a sublimada leveza

Que acontece assim




Numa brutal e única
Completa
Como esta


Escandalosa Beleza ….







sábado, 19 de setembro de 2009

Pura Fantasia ...


No universo puro da fantasia
Onde de uma janela
A imaginação sorriria
Na plenitude da tentação
No mais ínfimo pormenor
Cada instinto ousaria
Na delicia libertina do desejo
Degustar o sabor seria
Libertar o corpo e a alma
Visitar cada canto
Cada recanto
Da aveludada textura
Sabor da pele
Onde cada elemento
Se transformaria em magma
Em água
Saliva
E transpiração
Fluidos corporais que brotam
De uma nascente efervescente
Onde pairam fagulhas
Chamas de loucura
Promovida por anjos
Dessa vontade em conjunção



E se fosse
Em noite de lua cheia
Reflexos no mar
Prata cor do luar
Sinais de desejo
Ecos próximos e distantes
Sons da natureza
Cada sentido registaria
E assim constataria
Que os condimentos
Dessa singular magia
Se guardam
Num nível invisível
Oásis de cores garridas
Provocadas
Pela reacção química
Assinalada
Por essa palpitante alquimia




Nessa pura fantasia
Aproprio-me assim
Dessas cores e palavras
Numa tela magistral
Conteúdo complexo
Onde por aí desvendo
Portais
Em jardins escondidos
Canteiros
Pensamentos deslizantes
Incontidos
Notas musicais em harmonia
Melodia perfeita na plasticidade
No aroma perfumado das letras
Encontro
E assim alcanço


Esses recônditos lugares
Relevos deliciosos imaginados
Cumes inspiradamente procurados

Por esses mundos


Notavelmente construídos



Proprietários e donos
Dessa mais bela



E Pura Fantasia ….
















quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Se alguma vez ...







Se alguma vez
Toquei as cordas
Que fizeram acontecer
Ecos e sonoridades
Em lugares remotos
De uma solitária Alma
Então sou eu que agradeço
Pelo momento vivido
Pelo bem que assim
Me foi permitido
Deixando no ar
O sabor mágico
Do paladar
Da aragem do mar
E do mais sublime apreço




Se alguma vez
Num enredo atribulado
Energicamente me defendi
E assim também
De forma
Decidida e poderosa agi

Talvez tenha sido porque
Nessa etapa do caminho
Que nessa altura percorri
Eu ainda não sabia
Nesse momento
Que essa dor
Era uma pedra preciosa
Na terra do meu caminho

Que me dizia
Silenciosamente
O quanto
Em cada grito de dor
Em cada travo amargo
Com ela
Eu na vida
Aprendi e cresci




Se alguma vez
Na sequencia de uma história
De uma viagem ilusória
Eu fui
E na grandeza deste mundo
Eu voluntariamente me perdi
Foi porque achei
Que era melhor assim



Soprar a chama da vela



Chamar a Vida
Encontrar a beleza
Que existe nela



E neste labirinto
De combates
Sentimentos
E contradições




Retomar o destino de mim ….












sábado, 12 de setembro de 2009

Na Esfera da Madrugada ...







Deixo-me ir
Na esfera da madrugada
Partículas e poeiras que invadem
Lugares da minha vida
Com tons e sabores
De histórias complexas
Que se desenrolam
Numa cordilheira imensa
Que se estende
Desde vales verdes
Semeados por vontades
Até cumes altos e brancos
Repletos de realidades



Observo a beleza
Dessa paisagem vibrante
E reconheço que
Apesar da minha vontade
Existe aquela mão
Invisível do destino
Que guia
Que sacode
Aconchega e abre caminho
Numa trama onde
Tudo faz parte
Das regras de um jogo
Composto por inúmeros eventos
Onde por vezes acontecem
Acasos coincidentes
Sublimados
Por contornos que são
Ficções reais da sétima arte



Assim olho em redor
E na coloração das vias
Deixo veicular
Em certos contextos
A química da fantasia
Poção mágica que toca
Almas e corações
Onde se elevam emoções
Primaveras e monções
Vivencias substanciais
Experiencias humanas
Do fluxo dessa energia



Mas a realidade
É cruel e forte
Impõe a consciência
Dos pontos cardeais
Do sul e do norte
Onde na exigência das coisas
Guardo na arca dos meus sonhos
Peças decorativas
Algumas invisíveis
Imagens coloridas
Fronteiras tangíveis
Para mais tarde
Na neblina da madrugada
Guardar o escudo e a espada
E sentir o pequeno e valioso
Momento grande do nada



Sou assim
Corredor de fundo
Adoro transpor
Barreiras e metas
Mas o que me dá gozo e prazer
São viagens sublimes
A universos esquecidos
E assim enriquecidos
Por conhecimentos
Aventuras e texturas
Salpicados por loucuras
Onde residem tranquilamente
Ensinamentos profundos
Dos mais valiosos nadas



Assim neste manto
Frequencia vibratória da Vida

Onde muitas vezes me espanto


Acontecem verdadeiras histórias




Transcendências pictóricas


Autenticas criações feitas






Por mãos sábias ou divinas



Seguras
Intensas
Intencionais



Mas nunca e jamais



Aleatórias ….




domingo, 6 de setembro de 2009

Cadências Térmicas ....




Esta forma de ver
Nesta transmutação que consigna
Expressão profunda
Que emerge na leveza
Que dá sentido
À emoção que vibra
Dando vida a cada cor
Arco-íris
Sindroma metamorfósico
Que faz a catarse
Entre a alegria e a dor



Palavras
De concessão e alforria
Libertação plena
Asas de albatroz que
Na frequência certa
Sintonizam
Cadências térmicas
Fluxos
Vibrações e vagas
Impulsos de energia
Que projectam ficções
Ecos polvilhados
De subtilezas e magia



É nessa plenitude
Que vive o sonho
Fruto da coragem
Dos viajantes da utopia
Visionários
Compulsivos criadores
Que vivem na dualidade
Entre a escrava razão
E a infinita dimensão
Das escaladas
Das montanhas do desejo
Cujas escarpas são íngremes
Ravinas
Onde reside a tentação
E de todo um universo
Onde convivem sentidos
Espuma da emoção
E toda aquela humidade
Que alaga e irriga
A boca que conhece
O prazer da degustação


Tocar esse suave
E sublime algodão
É lançar sinais
Roteiros marginais
Nesta imensa vastidão
Onde magos
Dançarinas e coreógrafos
Das mais diversas peças
Se deliciam com
Castas desse fruto
Suculento
Que absorvem e espalham
Em seus espiritos e aveludados corpos
Esse óleo transformador
Milagroso
E cobiçado unguento



Em Almas
De sensos sensíveis
Tais cadências térmicas
Servem de lastro
A cascatas de fantasia
Cujas quedas se revêem
No mais inusitado momento


É tempo e hora
De absorver inspiração


Na vertigem da eloquência


Libertam-se aromas das palavras


Preenchem-se espaços
Oásis da criação


Com tonalidades várias


Predestinados a serem


Pedaços e elementos
Alheios da razão




Hóstias partilhadas


Nutridas
Do mais rico alimento ….












quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Complexas Alquimias ...







De facto
Na realidade ainda guardo
Alguma inocência
Aquela leveza e displicência
Que só me faz bem
Que me faz ir a outros lugares
Atravessar as fronteiras
Sentir o calor
De algumas fogueiras
Sentir o sopro
E escutar sons e melodias
Que chegam de algum lado
Da terra de ninguém
Onde existe a fonte
Vida do além


Nessas magias
Onde borbulham composições
Substratos provocados
Por efeitos e combustões
Resultados multifacetados
Destas complexas alquimias


Deixo na areia serena
Dessa adocicada ilha
Pegadas minhas
Pistas dos meus segredos
Devaneios
Dos meus enredos
Que a cada gesto elevam
Os degraus do êxtase
No mais puro deleite
Onde se fixam os olhares
Num horizonte verdadeiro
Onde sinto de perto cada textura
Tonalidades e fragrâncias
Odores
Inebriantes apetecidos
Fazendo
Perder a compostura


Nessa alucinação
Que põe em ebulição
Cada partícula
Cada inspiração
Gota de orvalho
Que salpica a pele da mão
Estou certo que
Tudo é vida
Tudo é força que gira
Cujo sentimento
Também se faz de amor
Pois
Ele transforma e melhora
A Alma das flores
A Alma das árvores
Das estrelas do universo
Como também revigora
A Alma deste mundo



A vida é suave
Terna
Por vezes dura

Apeteceu-me hoje


Inclinar o pote
Fazer escorrer

Pingos de mel



Também de Amor


Entrelaçados de Ternura …