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domingo, 20 de junho de 2010

Purgando a Realidade ....







Há momentos
Em que o silencio
Vale mais
Que todas as palavras
Sejam elas
Parcas ou inteiras


Há momentos
Em que
O silencio que nos invade
É a aragem mais pura
Que extraímos do vento
E a corda robusta e segura
Que se agarra
Na corrente tempestiva
Da insatisfação e do desalento



O silencio
É esse Amigo presente
Da mais intima verdade
É o espaço envolvente
Que se relaciona com o Ser
Purgando a realidade



Aí se descobrem
Pedaços soltos
Peças perdidas
Curvas apertadas
Velhos passeios
E outras calçadas
Onde na espiral dos dias
Se tentam encontrar
Possíveis sentidos


Em etapas sensíveis
Na convulsão do contraditório
As palavras podem ser rastilho
Cogumelos envenenados
Estilhaços colaterais
De motivações sem brilho


Na reflexão
Pede-se a contemplação

Respiração necessária

Na revitalização

Do corpo e da alma



Para tudo isso


Só mesmo



No espaço interior






Puro de Silencio ….










sábado, 12 de junho de 2010

Luzes Fugidias ...







Não sei como têm sido
Todos estes dias
Nem sei como
Tenho eu resistido
Às vertigens
Dos abismos provocados
Pelos raios
Dos meus pensamentos
Cujas luzes são tão fugidias



Encontro-me
Num lugar
Cujo nome desconhecia
Encontro-me
A caminho de qualquer coisa
Ignorando por completo
O relevo e o tempo
Desta travessia



Hoje
Deixo-me ficar
Na expectativa
Aguardando por algo
Talvez sagrado ou superior
Ou então algo
Que inunde por completo
Este meu espaço interior



Hoje
Vivo entre a nascente
E o rio que segue
Rumo ao poente
Hoje
Por mais que pense
Nunca sei
O que se esconde
No dia a dia
No seu ritmo
Irreversível e cadente



Hoje
Só sei que

Existem desígnios


Escritos no tempo


Acontecimentos
Letras
Sinais e símbolos



Talvez
Guardados há muito




E prontos a eclodir






Em Vários Domínios ….












domingo, 6 de junho de 2010

Um Lugar ...







Nesta etapa da nossa vida
Neste rumo
Cujo sentido não tem volta
Sendo ele só de ida
Quero aniquilar os fantasmas
Exterminar os demónios


Quero um lugar
No camarote da tranquilidade
Quero desfilar
Na passadeira da serenidade
Quero somente um lugar
Onde possa
Deliciosamente provar
Os condimentos possíveis
Que compõem
A minha felicidade



Nesta etapa
Onde tudo se renova
Onde tudo
Se põe à prova


Eu só quero
Sentir a sensação
Da glória da predestinação
Ao viver este enlace
Acreditando ser algo único
Fruto de merecimento e eleição



É assim que eu vejo
Os tons da realidade


Os contornos de qualquer verdade



A força da sincronicidade




E a essência digna




Da Verdadeira Singularidade ….