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domingo, 25 de abril de 2010

Longe e distante ...






Por vezes
Perde-se a poesia dos dias
Por vezes
Sentimo-nos distantes
Das planícies
Que despertam em nós
Viagens
Na busca
De algumas magias


Nesta exigência
Profissional
Em que mais não sou
Que um destemido animal
Dou por mim
Completamente alheio
Longe e distante
Dos momentos tranquilos
Onde tantas vezes vagueio
Nas reflexões
Nas interpretações
Deste meu mundo
Pequeno e decimal



Aproveitando agora
Esta pequena visita
A este lado
Mais intimista
E pessoal
Deixei-me levar
Pela cadencia sísmica
Deste meu
Magma espiritual



Estou nesta etapa
Exigente
Onde o lado
Viajante e puro de mim
Se encontra por agora
Algo condicionado
Talvez a ser testado



Mas a verdade
É que
Esse meu lado
Apesar de tudo
Apesar dos condicionamentos
E da pressão


Das responsabilidades
Das exigências e obrigações



Deste mundo global e real
Cheio de contradições



Não estará nunca


Em circunstancia alguma



Preso e Algemado
A qualquer situação condicional ….










domingo, 18 de abril de 2010

Sinais ....







Nos sinais da Natureza
Estão os elementos
Que nos dizem
O quanto somos
Frágeis e pequenos
Apesar da arrogância
E do desrespeito
Na ignorância de alguns
Sempre achamos
Que tudo podemos



Mas os Sinais chegam
Numa cadencia aleatória
Que muitas vezes
Nos faz avivar a memória
De outros factos
Que tendemos a esquecer
Ao longo da nossa história



Mas o chamado
Homem do mundo
Dito civilizado
É assim mesmo
Arrogante
Ganancioso
E nas leis mais básicas
Totalmente ignorante



É nessa batalha surda
Entre o refúgio dos lugares
E o lado incongruente
Da acção de muitos dos pares
Que nasce a distancia
Entre o sonho e a obrigação


Entre a vontade

O chamado progresso

A sociedade


E aquela chama ardente

Que aguenta e alimenta




O Nosso Coração ….


















sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ponto de Luz ....







Apesar da ausência
Daquela explicação esperada
Definida e racional
Existe uma sensação
Incandescente
Timbre emocional
Ponto de luz
No fundo da alma
No sentir
No filamento
Que pausadamente
Desbrava nas sombras
Da profundeza do espírito
O trilho procurado
No labirinto
Confuso e mutante
Do espectro
Do Ser individual



Na cadência
No sol
Na neblina
Na madrugada dos dias
Algo de verdadeiro acontece
Criando raízes
Que sustentam realidades
Povoadas de algumas
Necessárias magias




Existe um mundo
Um outro universo
Para além da rotina
De todos os dias
Existe um Conhecimento
Infinito
Na poeira e no sedimento
Que nos constrói
Que nos sustenta
E nos conecta
Com os canais invisíveis
Onde são possíveis criar
As mais importantes sintonias



Na superficialidade
Das aparências enganosas
Só se encontram
Restos e peças
De acções engenhosas
Que no seu tempo
Perderam o sustento
Esgotaram todas as fontes
Que alimentaram
O seu provisionamento



Há vida
Muito para além
Da imagem
Oca e vazia
Da competição
Cruel e desmedida
Da máscara
De tão velha e gasta
Já descolorida




Há muita vida sim
Nos passos simples
Que tantas vezes imaginamos
Nas gargalhadas
Na harmonia que geramos
Nos abraços genuínos
Que conscientemente damos


Há vida
No ar que respiramos


Na beleza natural
Que potencia a sensibilidade
E purifica o olhar


Na gratidão
Que preenche o coração


Nos valores e nas referências


Que por vezes exaltamos


Mas


Acima de tudo



Nas aprendizagens da Vida




Que simplesmente





Em Nós Guardamos …





sábado, 3 de abril de 2010

Esta Presença ....







Esta sensação
De uma
Permanente Presença
Esta consciência
Numa vastidão complexa
Povoada por particularidades
Que fazem a diferença



Esta Presença
Que convida à pura reflexão
Numa construção
De elementos simples
Provedores genuínos
Destes íntimos caminhos
Precursores
Da introspecção




Esta estética
Esta iluminação
Absorvida de essência
Num retiro
Inundado por um mar
Pleno de sentido
Num comunicação profunda
Feita de silencio




A purgação
A catarse
Cada vez mais necessária
Num ciclo rotineiro e mundano
Antagónico a esta harmonia
Distante dessa sintonia
Onde não chega
Esta preciosa melodia




Mas em qualquer
Esquina da vida
Chega sempre o dia
Em que a realidade
Se torna mais real
E o olhar vê mais longe
Mais distante
Do que o superficial
E tudo se torna diferente
Entre a equação e o coeficiente
Entre o pensamento
A atitude
E o mero formato normal
E suficiente




Não é miragem
Não é somente uma paisagem
É tomada de consciência
De coerência
Em cada abordagem
Em cada patamar
Em cada passagem


Pois na verdade


Entre a alegria e a tristeza
Entre o sorriso e a lágrima
Entre a realidade e a ilusão
Entre a clareza e a perturbação


A crista da onda
E a depressão

A força e a fraqueza


A cobardia e a coragem


Todos nós
Sem qualquer exclusão



Fazemos parte




Desta Mesma Viagem ….