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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Simplicidade do Prazer ...






A pergunta que se põe
A mais pertinente
A mais profunda e subjacente
Neste momento é esta :


Por que somos
Aquilo que somos ???


Na verdadeira reflexão
Que nos obriga a abrir
O compêndio que se escreve
Nas dobras da Alma
E nos sulcos do Coração
Podemos de certa forma
Mergulhar suavemente
Nesse lago
De tesouros antigos
E de pergaminhos
Desde a infância esquecidos
Onde as margens
Se diluem em miragens
Onde os contornos
Se perdem
De muitas das nossas actuais
E rotineiras paisagens


Cada vez mais
Apesar das travessias
Das escolhas de risco
Impressas
Por cores de ousadias
Por dores que nos cercam
Quase todos os dias
Que o preço da liberdade
E independência
Constantemente emergem
Num fluxo aleatório
Proveniente da molécula
Ou do átomo de onde nasce
Esta insubstituível essência


Cada vez mais
Dizia eu
Posso-me orgulhar
Desta pequena
E humilde Existência
Porque
Já pouco ou nada
Me faz inchar o ego
Já pouco ou nada
Me faz
Sacudir a crista
Saltar petulante
Do alto do trapézio


Como há dias dizia
A minha máxima
É como uma flecha
Que dói e perfura
Na minha carne mais dura
E me faz a cada instante
Lembrar que
O sabor do mel
Que há tanto tempo procuro
Está na sapiência com que
Colho o fruto da árvore
No seu ciclo e movimento
Simbiose natural
Que considero ser
O Verdadeiro e maduro


Esse fruto que falo
Doce
Suculento e maduro
É a estação que se alcança
Quando o trem da viagem
No seu ritmo constante
No encosto do pensamento
Em segredo nos alerta e diz
Esquece o circo das feras
Esquece o brilho acetinado das esferas
Esquece a poluição dos ruídos
E busca o sabor pleno
Do que é simples
Tranquilo e real
E encontra
O superior valor
Das pequenas grandes coisas
Na sensação fresca que sempre vem
No soprar
Do vento ameno


Sinto orgulho sim
Porque na distancia
Com que observo
Tudo
Tudo e mais tudo
Agradeço a essa divina brisa
Que me encharca de lições
Que me agride
Com inúmeras confrontações
E me derruba
Na gerência das emoções
Apreendo e alcanço soluções
Pelas escolhas que faço
Muitas vezes
Perdido na complexidade
Deste vastíssimo espaço


O Ego
Cada vez mais
Mais pequeno vai ficando
Já não se deslumbrando
Com vagas aromatizadas
Que bailam no palco
Contra balançando com
A tal liberdade providencia
Sustentada e mantida
Pela coerente independência
Onde existem substratos
De valores e princípios
Adubo vital
Da permanente consolidação
Da verdadeira consistência



Simplificar
Mais
Mais e mais

Simplificar
Tudo
Tudo e tudo



Sentir o sabor
Sentir
Cada vez mais
Esse Prazer
De ser dono e senhor

Das pequenas grandes coisas


Que modelam


E são o Fruto maduro




Das Suas


Próprias Escolhas ….


















domingo, 26 de julho de 2009

O que Eu Quero ...







O que eu quero é
Continuar
Colhendo os grãos
E as sementes
Das coisas
Intensas e suaves
Que me fazem serenar


O que eu quero é
Escolher
Os caminhos simples
Que me alegrem
A alma
O coração e os olhos
E que assim me deixem
Sabores duradoiros
Nas várias tonalidades
Do meu paladar


O que eu preciso é
Desmultiplicar
Reduzir
E no máximo simplificar
Para poder sentir que
Existem brisas lá fora
Que vale a pena respirar


Não quero mais
Tentações
Saltos desmedidos
Sons meios e sustenidos
De alguns amores
Montes
E vales incontidos


A vida que eu quero
Não permite mais
Gestos
Olhares
Trilhos antigos
De várias coisas
Como também
Zonas camufladas



Por tentações de




Amores Proibidos ….

















sábado, 25 de julho de 2009

Refinada Loucura ...







Nas explosões
Das acções e dos gestos
Que libertam a nossa postura
Degusto os sabores
Mais vivos
Existentes em ti
Que extraio da nossa
Minha e Tua
Refinada loucura


Sou alguém
Que em quase tudo
Existe deste lado de fora
Da comum formatura
E como tal
Quando vagueio ousadamente
No reino
Dos teus incandescentes sentidos
Exponho
Esse teu lado soberbo
Puro e brutal
De Mulher inteira
Na sua expressão plena
Total e verdadeira


A minha cadência
É sinónimo de confluência
Pois em cada degrau
Liberto espontaneamente
O laço da tua compostura
E revelo
O que existe em ti
Em tamanha efervescência


Gosto de Ti assim
Saborosa e louca
Com água
Crescendo e invadindo
Essa tua
Insaciável boca
Onde os prazeres fluem
Numa intensidade vibrante
Que nunca e jamais
Será pouca


A verdade é que
Estes momentos
Singulares e únicos
Existem
Em que Tu e Eu

Empreendemos


Longe
E fora disto tudo


Numa epopeia incondicional


Uma viagem soberba
Numa atmosfera exclusiva



Deliciosamente louca …








quarta-feira, 22 de julho de 2009

De Um Só Lugar ...







Como seria bom, para nossas vidas agitadas,
se pudéssemos
recolher-nos dentro de nós mesmos,
todos os dias,
preparando nossas mentes
para ouvir a Voz do Grande Silêncio.

Mahatma Gandhi



= * =



Chego ao vale escarpado
Desta montanha
E ao sentar-me
Neste pedaço de rocha
Cada vez mais me convenço
De que todas as pegadas
Na terra seca e molhada
Deixadas
São ínfimas parcas e poucas
Na medida em que
Cada vez mais me entranho
Por orlas
De paisagens verdes
Por vezes sacudidas
Por intempéries
De ventanias loucas


Nesta cordilheira
Cujos níveis e frequências
Imprevisivelmente se alteram
Obrigando-me a reconhecer
A fragilidade artificial
Do inconsequente elo
E a plasticidade
Com que os contornos
Se movem na metamorfose
Das supostas verdades
Que caem na rede do vazio
E que jamais se devolvem



Na subjectividade
Das arestas por polir
Das minhas palavras
Reside na poeira
Que as cobre
Uma película fina
De matéria indefinida
Composta
Por pingos secos
Outrora derretidos
Pelo calor
Dos velhos apegos


Eu sei
Não é fácil não
Entender o significado
Do impacto que embate
Na rugosa parede
Desta imensa cordilheira
Provocando ecos sonoros
Surdos
Por vezes hipotéticos
Que relatam
O som das incongruências
Que inevitavelmente
Interferem
Em quase tudo



Como diz
O Grande
Sábio e Mestre
Parte da solução
Contra a depuração
Esteja talvez sim
Na recolha interna
Mergulhando
No núcleo da esfera
Estendendo a esteira
Limpando o cálice
Que devagar se enche
Com a voz do silencio



A matéria do pensamento
Cria possibilidades desconhecidas
Que estão eventualmente guardadas
Em tesouros espalhados
Na linha do firmamento


Eu Acredito
Nas coisas que me alegram
Nas coisas
Que me doem
Pois se me doem
É porque Acredito
E se Acredito


É porque


Esta força
Que me protege e abriga
Que me sustenta e instiga


Está nessa brisa que inspiro


Que vem
De um só Lugar



Que Existe


No Sagrado Infinito ….



















domingo, 19 de julho de 2009

Don't you Forget about ...








Esta música emociona-me
Ela toca-me fundo
E na sua mensagem sublime
Simples e profunda
Comove-me


Duas crianças
Uma promessa
Que a protecção
A ajuda e a Amizade
Serão
Para todo sempre
Eternas



Na emoção que me toma
Neste eco das suas vozes
Que se entranha
E me comove

Viajo na penumbra do tempo
E revejo-me
No espelho da minha inocência
Num sonho inacabado
Interrompido
Que foi algures escondido
De certo modo esquecido
No desabrochar da adolescência


Queria eu
Viver cada momento
Cada instante
De cada fragmento
Na pura
Cristalina transparência
Daquela longínqua inocência


Queria eu
Viver as palavras
Que espelham
Os ecos mensageiros
Que escuto nesta música


Queria eu verter
A ultima gota de sangue
Acreditando sempre
Que é possível viver
No mundo
Destes homens e mulheres
Essa verdade


Sabes Amor
Vivo tempos conturbados
Onde todas as emoções
Pensamentos
Duvidas
E sentimentos
São milhares de vezes
Multi ampliados


Queria de volta
Aquela minha pureza
Aquela minha inocência


Queria de volta
Aquele tempo
Onde o sorriso
Habitava no meu rosto
Em constante permanência


Parabéns Amor
Hoje completamos
Mais um ano
A todos estes anos
Que são mais
Que muitas vidas
Que são mais
Que muitas separações
E muito mais
Que tantos outros amores


É assim Amor

Escuto esta música
E emociono-me


Pois

Esta é uma mensagem

Que guardo

Bem cá no fundo

Para todos nós






E essencialmente


Para Nós dois …










sábado, 18 de julho de 2009

Entre o Som e o Sentido ...








Incógnitos visitantes
Fieis viajantes
E outros tantos
Simples ambulantes


Como sempre tem sido feito
Quere-se que em cada escrita
Desta insignificante passagem
Aqui fique registada
A imagem que espelha
Cada momento que
Por aqui vai passando



Na expressão da palavra
No sentido
No som
Fica aquele espaço
Que define
O verdadeiro significado
Da intenção
Da emoção
Da curva e da dor
Que reacende a força
Que faz o laço



Os passos que por aqui se dão
Neste agora presente
São passos que
Avivam a memoria
Dos fascículos de outrora
Que a cada dia confirmam
Argutos sentidos
Que na sua visão advinham
Os trilhos do futuro
Que farão a sua história



O que aqui se escreve
É rastilho
Da própria resistência
Nas suas múltiplas formas
Entre a distancia e a essência
Entre a neutralidade
E a incógnita consequência



Se quisesse
Poderia aqui se escrever
Fragrâncias de beleza
Alimentando
Apetites alheios
Fomentando ruídos
Expressões inócuas
De significados não verdadeiros


Ao tempo
Que aqui se anda
E que aqui por enquanto
Ainda se vai estando
É porque
Faz bem escrever
Porque
É preciso dizer algo
No ar que envolve
A simbiose
Da necessária catarse

Palavras
Que esvaziam
O grito


Palavras
Que ajudam


A manter viva
A verdadeira essência

O espaço vazio
Entre o som e o sentido

Significado subjectivo



Que desde sempre



Tenta-se que por aqui




Seja dito ….







quarta-feira, 15 de julho de 2009

Doses Puras ...




Encontro
No odor perfumado
Da tua pele
Os motivos
Que me levam
A soltar as rédeas
Da minha loucura


Nesta vida
Por vezes sem nexo
É nos recantos
Do teu corpo
Que mergulho na fantasia
Perdendo assim
A noção plena
De qualquer razão


Na busca de algo
Na fuga da agrura
Refugio-me
Na tua textura
Aveludada e macia
Que de tudo me alivia


Necessito
Preciso


Doses puras de ti

Que me despertem
Que me levem


Para universos inebriantes


De Magia ….













terça-feira, 14 de julho de 2009

No Lastro Profundo ...







Num dado momento
Em que
Sentiu na sua pele
O arrepio do vento
Nada mais fez que
Parar
Algo surpreso
Na borda
Do seu caminho
Deixou-se estar


Sentiu que
No lastro profundo
Do seu mar
Corais criados
Imersos há muito
Estavam em mutação
Era a sua génese
A mudar



E na sequencia
A voz permanecia
Forte e possante
Apesar de algo rouca
Mas não queria
De forma alguma
Perante tudo o que via
Em algum momento
Deixar-se afundar



No frio árctico
Pedaço
De alguma parte
Acabou por congelar
Perdendo
Elos e conexões
De alguns motivos
Confortos e prazeres
Magias ilusórias
De outros dizeres



Mas na areia
Onde o cheiro a mar
Sugere um desejo quente
Viaja pelos meandros
Dos sabores inconfessáveis
Escapando deste tudo
Deixando-se invadir
Pelas fragrâncias
De sublimes imagens
Construídas em vagas
De inúmeros percursos
Feitos sempre
De silêncio mudo



Sabe que
Por dentro da casca
Existe
Um recheio de amor
Doce
Animal
Amargo
Brutal de sabor
Próprio de alguém
Que conhece o travo


O simples
Não combina
Com o atribulado

A serenidade
Não combina
Com ansiedade



Será que
Algo combina


Com o vazio espalhado ?



















domingo, 12 de julho de 2009

Jardins da Sua Alma ...







Nos vales que percorre
Encontra canteiros
Flores
De várias cores
Arbustos
Arvores e plantas
Brisas
De vários odores



Nos montes
Escarpados e frios
Por onde
Por vezes se perde
Encontra
Pedras cortantes
Formas angulares
Glaciares gélidos
Perfis planos
De congelados rios



Na sua
Natural imperfeição
É assim
Elemento inconformado
Com o formatado
E o comum
Deste tempo
Um Ser
Por vezes desconsertante
Que ainda
Se mantém na busca
Sedimentado
Em princípios e valores
Sustentação sua de alento



Mas
Nas incomensuráveis
Modelações
Que formatam
Que vestem de igual
A génese
Que vem construindo
Este mundo
Em cada momento
Não passa de insecto
Coisa micro
Que por vezes se revolta
Repelindo a passividade
Destruindo a calma



Porque neste ir e vir
Na pedra da calçada
Na espada
E no escudo
Que o protege e guarda
A rebeldia
Da sua liberdade
A ousadia do seu Ser
Oásis de prazer
Estão e existem
Nas deambulações
Nos canteiros e comunicações
Nos espaços e irrigações


Dos Jardins


Da



Sua Alma ….












quinta-feira, 9 de julho de 2009

Composto volátil ...











Na sequencia do traçado
Alimentado
Pelo composto volátil
Que circunda o meio
Gota a gota
Mata-se a sede
Com a agua
Contida num cantil
Pequeno e robusto
Que outrora
Esteve quase cheio


O relógio prossegue
Implacável
Impiedoso
E imperturbável
Descartando noites
E dias
Cremando horas
Fundindo minutos
Tal como
Numa siderurgia
Onde se extinguem
Micro
Infra pensamentos
Num mar de sonhos
Impossível de mergulhar
Pois a lucidez
Transforma-os
Em meros resquícios
Decimais



É tudo
Uma questão processual
Onde convivem
Factos e elementos
Que desde há muito
Se consideram
Comuns e normais
Silenciando aos poucos
Os cantares da alma
Esvaziando a cada sopro
A brisa do espírito
Num degrau lento
Onde a neblina instável
Provocada
Pelo ar quezilento
Não deixa ver mais



Procura-se o norte
Num ritmo onde
Se vive aquém
Do Nascente e Poente
Do ciclo da espiga
Que nasce no campo
Do verde do chão
Que humedece a mão
E do sentido único
Sagrado
Profundo e verdadeiro


Que jamais se encontra


Nas traduções

Nos significados

E nas direcções




Guiadas por estes



Pontos cardeais …










terça-feira, 7 de julho de 2009

A Coragem do Homem ...







Dizia um escritor
Numa entrevista dada
No auge da sua carreira literária
Algo que deixou o seu interlocutor
E muitos outros
Que não o conheciam
Chocados
Confusos e atónitos


Nessa entrevista
Ele disse :

Por vezes
Viver cansa …


Para aqueles
Que idolatram alguém
Esta é uma frase que
Defrauda e frustra
Expectativas
Perspectivas
E toda uma panóplia de
Imagens construtivas
Fantasiosas e inventivas
Que se vão criando nesses
Cuja capacidade de distanciamento
Dos que por esses são idolatrados
É totalmente vazia e nula


Por vezes
Viver cansa


É tradução de uma imagem
Do vai e vem do trem
Que todo o ser humano
Por vezes sente
No sobe e desce
Da sua passagem



Aceitar essa expressão
Como uma forma profunda
De acutilância e sensibilidade
Como também
De invulgar inteligência
É ter a abertura e discernimento
Para reconhecer para além
Da formatação do ídolo
A humanidade que
Todo o homem
E toda a mulher tem




Admiro o escritor
Admiro a coragem do homem
Que no auge da sua fama
Reconhece
O resultado da sua soma
E na substancia da plenitude
Salpicando-se da sua humanidade disse


Por vezes
Viver cansa


Longe de ser
Um apelo a qualquer acto
De contornos macabros ou suicidas
Ele refere-se
A um outro lado


Ao lado que fica
Entre a esquina e a curva
Entre o chão
E a fasquia do salto
Entre o calor seco e a chuva
E o momento certo
Que na persistência
Continuadamente se luta
E pacientemente se espera
Pela corda reluzente
Que nos leve
Merecidamente
Ao monte mais alto



É nesta confrontação
Entre o sorriso que nos afaga
E o brilho resistente
Que ao longo do caminho
Se torna intermitente
E por vezes se apaga



Que o homem de quem falo


Corajosamente disse



Por vezes

Viver Cansa …









domingo, 5 de julho de 2009

Está no genuíno ...







A musica diz
Que tudo
É um Milagre
Mas a verdade é que
Na dúvida
Das minhas decisões
Situo-me
Entre as sombras
E a miragem das luzes
Que iluminam o percurso
Da minha felicidade


A outra musica diz
Will you send me a Angel
E eu concordo
E também suplico e peço
Venha daí esse Anjo
Um Anjo premonitor
Que me possa dizer
Do meu destino
Qual a cor


Vivi o ontem
O hoje
E também esta noite
Numa dualidade
Como se fosse uma mania
Entre a justificada razão
A certeza da convicção
E a atormentada dúvida
De uma importante decisão
Que me invade o pensamento
Congela-me a alma
E fragmenta-me o espírito
Neste filamento de tempo
Que existe noite e dia


Existem
Coisas consideráveis
Factos concretos
Outros camuflados
Por envoltos abstractos
Que emergem mascarados
Cujas premonições
já traduziram tais fenómenos
Que se dizem inexplicáveis

Existe por estas paragens
Um ditado popular
Que diz que o travesseiro
Será sempre
Nosso melhor conselheiro
Nosso maior acusador
Amigo imparcial e verdadeiro



Seja o que for
O que eu preciso

Está no genuíno

Na realização
Que busco e procuro


Num presente e futuro



A que chamo



Meu destino ….


















quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pura Osmose ...







Não sei se será porque
Nasci num País tropical
E ali vivi
Uma feliz infância
Que em mim ficou
Como uma marca
Ou um
Influente sinal


Não sei se será porque
Existe em mim
Uma mescla de culturas
Um vai e vem
De constelações
De afinidades e interpretações
E tantas outras
Coincidentes misturas


Não sei se será porque
A linha do trópico
Gravou em mim
Algo simbiótico
Que na efervescência
Desta química
Que compõe o meu Ser
Projectou no meu olhar
Maravilhas sonhadas
Do utópico


Pois não sei não
Porque será que sou
Esmagadoramente
Visitado por vocês
Na generalidade do anonimato
Aqui chegam sempre
Diariamente
Na busca e na partilha
De qualquer coisa
Simplesmente


Gente culta
Gente livre e bonita
Que chega
Paulatinamente
Pois é verdade mesmo
Nesta já longa permanência
Nesta honrada confluência
Algo existe entre nós
Efectivamente


Nesta simbiose
Nesta cumplicidade
Plasticidade genuína
Da pura osmose

Em que sinto ser
Na alma

No moldar das palavras


No abrir das asas


Num sentido íntimo


Do meu ser



Um irmão
Muito próximo




De vocês ….