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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2008 ... Milagres Acontecidos



O fecho de um ciclo
E o abrir de um outro
Numa cadencia
De acontecimentos
De revelações
E de memórias
Que ficarão sempre
Em alguns corações

Um tempo já escrito
Feito de vagas premonições
Objecto de claridades
Neblinas e nevões
Que definiram os traços
De tantas emoções

Um tempo
Onde a Mão do Divino
Cruzou e marcou
O sulco profundo
Do destino
Onde as fagulhas de luz
Cumpriram no sublime
Milagres acontecidos
Em filamentos
De um traçado fino

O fecho de um ciclo
Abençoado
Guardado e protegido
Por Anjos e Mensageiros

Na sua invisível demanda

Justos cumpridores


Do seu Sagrado

Oficio ….






segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Ecos de Silêncios




Nos meandros da voz
Na sublime marca do olhar
Na ténue frescura
Com que alguém
Se deixa encantar
Encontra-se a magia
Da meta fonia
Onde se penetra fundo
Na sonoridade da melodia
E se bebe a poção
De cada palavra
No fluxo significativo
Cenário único da sintonia

São ecos que retornam
Na simbiose mesclada
Que drena
O fluido da osmose
Num trilho
Cuja incógnita está
Em cada pedra
Na borda do caminho

Ecos de silêncios
De palavras invisíveis
Que o xamã declama
Na oratória do encontro
Que acontece na magnitude
Do ínfimo fragmento
Que contem o código
Que define o sorriso
Ou a lágrima
Com que se contempla
A beleza do firmamento

Nem todos conhecem
A legenda escondida
Nos grãos de areia
Nem as imagens contidas
Em nuvens de poeira
São incidências
Intenções e convergências
Que confundem propositadamente
Algumas fragrâncias
E outras transparências

Saberá o humano
Decifrar os meandros
De tantas constelações
E incidências ?


No vão da escada
Que separa o corredor
Do portal do tempo
Encontra-se a arca dos sonhos
Que se fecha de madrugada
Evitando a luz do dia
Não é medo nem mania
É coragem bravia
É consciência dos limites
Na contenção e equilíbrio
Desse rio transbordante
Que desagua
Numa cascata imensa
De sabores e apetites


Por hoje é tudo
Guardo nos ossos
Da minha mão
As palavras que não disse

Debaixo dos meus dedos

Ficaram

Pausas

Ecos de silêncios


Da Minha

Construção ….



sábado, 27 de dezembro de 2008

Nada vem do nada ...



A pedra que se solta
Na escarpa da montanha
A folha seca
Na corrente de um rio
Passagem de um vulto
Resíduos que não ficam
Em campos férteis de amigo

Nada vem do nada
Nem a pobreza
No âmago de um espírito
De um qualquer ser
Encrostado no tempo
Esperando talvez pelo eco
De uma qualquer chamada


Entender os sinais
Nos gestos
Cada vez mais
Comuns e normais
É mergulhar
Pelo lado de dentro
No avesso da gravura
Que decora
O que parecem ser
Imagens do centro


É nesse outro lado
Que se conhece
A geografia do lugar
Os detalhes e o espanto
Os dizeres despidos
Os quadros colocados
Numa qualquer intenção
De embelezar o canto


Nada vem do nada
Cada sopro
Cada brisa
Cada elemento
Que promove
Qualquer chegada
Nasce de uma fricção
Inicio de uma vibração
Que em tal momento
Agita a corda
Que solta o timbre
De uma qualquer vontade


Nas dunas deste deserto
Nestas planícies áridas
A céu pleno e descoberto
Cada valiosa presença
Quando valiosa mesmo
Deverá beber a água
Pura e fresca do discernimento
Respirar a brisa da noite
Onde se espelha a luz
De Agradecimento
Porque uma valiosa presença
Na pobreza deste imenso deserto
É queda de chuva
É oásis
É movimento e criação
Em puro florescimento


Nada vem do nada
Qualquer cobrança
Qualquer distorção
Não vale nada
O que
Realmente importa
É proteger sempre
Regar sempre

Quando na profundidade
Se reconhece o teor



De uma qualquer


Valorosa Presença …..








sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Na Magia da química ...



Após o serenar
No refugio do meditar
Na inspiração da reflexão
No colher da essência
Na vanguarda da energia
No valor da sabedoria
Na certeza da determinação
No ausentar da emoção
No pragmatismo da visão
Na supremacia da ousadia
Nos momentos sublimes
Da conversão
De todas as possibilidades
Absolutamente consciente
Do nascer
De todas as oportunidades

Desfraldei o pano
Abracei a transparência da entrega
Que vejo em cada fase da lua
Viagens de cada ano
Observei o meu rosto
No reflexo do espelho
Do um pequeno lago
E senti a magia da química
Que me está no espírito
Na alma
Nos ossos e no tutano
E assumi que
A maior e a mais valia
Reside
No cerne eterno
Da minha interior
Alquimia

Um Caminhante
Jamais pode ignorar
Seus amuletos protectores
Sua visão e sua Fé
Sua armadura e sua espada
Polidas pelo óleo da justiça
Limpas pelo tecido do bem
Abençoadas pela força da luz
Esculpida e guardada
Pelos Mensageiros do além

Um Caminhante
Por mais que se esqueça
Por mais que não se lembre
Deverá se recordar que
O destino é incógnito
Provocador e dual
Inspirador
Borbulhante
Desafiador e factual

Em resposta
Construída a directriz
Na emergência
Da plena e lúcida
Consciência

Observo os carris
Sem fim

Onde faço por esmerar
Cada centímetro

Da Minha


Sapiência …..




terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Onde está a verdadeira Magia ?



Neste rodopio horário
Onde o mundo se agita
Na sinceridade e na hipocrisia
Dos acenos e festividades
Eu pergunto-me
Onde está a verdadeira magia ?

Nos contra tempos
Nos Inesperados movimentos
No gesto obediente
Que se faz necessário
Sim eu posso
Escolher os passos
Avançar nos espaços
Recuar os braços
Tudo numa perspectiva
De observar os traços

No meu olhar
Pressinto
Movimentações
Colocações periféricas
No intuito de adquirir
Informações estratégicas
Sim
Claro que eu posso
Mergulhar no pântano
Enfrentar os meio dragões
E sentir o ar
Roçando e abrindo
Os alvéolos dos meus pulmões

Feliz Natal
Pois
Frase na ordem do dia
É regra do parecer bem
Mas não sei não
Desta vez
O puzzle desencaixou
Desta vez acho mais
Desta vez sinto mais


Que não passa de uma frase
Puramente espontânea


Cada vez mais oca
Cada vez mais vazia .....








segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Vozes Interiores



Nesta Cadência
Deste tempo presente
Seguido da incógnita
Da sua consequência
Acredito
Nesta determinação
Energia dual que equilibra
O movimento
Nesta onda de influência

Chamem-se
O que quiserem
Vozes interiores
Ecos vindos
De um lugar bastidor
Algo invisível e incolor
Sinais
São sim antes de mais
Fagulhas de luz
Que imprimem
Na tela do meu espírito
Pigmentos
Energias
Aproximadas certezas
Súmula enquadrada
No sentido criador

Existem fracturas
Nos leitos de pedra
Na argila seca
Sedimentos cortados
São efeitos
Do calor que quebra
Sintonia dos elementos
Crises
Equilíbrios
Derivações e oportunidades
Pelo universo formulados
Oportunidades cíclicas
Para empenhos renovados

Vozes interiores
Segredos divinos
Trilhos inspiradores
Indicações abstractas
Onde o concreto se apresenta
Com contornos repentinos
Onde transformam
Círculos e quadradinhos
Em interpretações factuais
Promovendo orientações
Amplas e globais

Ecos passados
Novos rumos pensados
Novos cenários projectados

Numa equação incerta

De inúmeros
Dados ….






sábado, 20 de dezembro de 2008

Chegou-me na Melodia




Na neblina
Que veio na corrente
Do rio imenso
Que separa as duas margens
Chegou-me na melodia
De um certo momento
Uma frase que registei
Pela sua beleza e profundidade
Contendo uma vontade impar
Acesa
Numa centelha de alento


Cumplicidade
Reciprocidade
E uma dose de amor …


Confesso que perante
A perspectiva inspirada
E a profundidade que extraí
No contexto destes dizeres
Deixaram-me por instantes
Embrenhado e envolto
Mergulhando
No leito profundo
Dos meus íntimos desejos
Há muito sonhados e comungados


Cumplicidade
Reciprocidade
E uma dose de amor ….


Quem aspira
Ao sublime peneirar
Dos derivados preciosos
Que se podem retirar
Desta simbiose localizada
Na fronteira da utopia
Só poderá ser alguém
Que conhece
O sabor rugoso da dor
O vazio cinzento da ausência
E o valor sem igual da presença


Cumplicidade
Reciprocidade
E uma dose de amor ….



Quem ousa querer criar
A filigrana deste sonhar
Só poderá ser alguém
Que colhe sensibilidade
No vapor
De um qualquer lugar
Que respira inteligência
Em cada acto coroado
Entre o receber e o dar
E que vislumbra nos contrastes
Nos relevos
Nas sombras e claridades
De uma paisagem
Sinais puros e valiosos
Para abraçar e guardar


Na constatação
Dos significados subjectivos
E na dimensão singular e bela
Que encontrei na envolvência
Desta simples frase
Única e simplesmente
Me deixei ficar
Passeando-me
Pela imaginação aleatória
De substratos e imagens

Que nessa instantânea viagem

Pude eu
Gostosamente

Desfrutar ….









quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Marcas Solitárias ....



Os pingos de desejo
No fervor que emerge
No encosto da pele
No sabor molhado
De um demorado beijo

A força que persiste
Lagoa silenciosa
Vontade que renasce
Contra tudo o que
De pior existe

O sabor a sal
Daquela lágrima
Incontida
Que cai desprevenida
No cume da emoção
Que explode e se exprime
De forma intensa e sentida

Marcas solitárias
Nas esquinas dobradas
Pelos teatros da vida
Mágoas guardadas
Que se querem longe
Distantes
E se possível
Esquecidas e eliminadas

Os prazeres degustados
Pecados em êxtase
Saboreados
Fluidos transpirados
Vozes e palavras
Desejos de malícia
Na pele derramados

O Amor partilhado
Em laços embrulhados
Na devoção presente
Num mundo privado
Que cada um sente

A constatação
Da inutilidade do Conhecimento
Sem sobriedade
E o vazio da Sabedoria
Sem generosidade


Vivencias
Intima verdade

Expressas

Pelos ventos

Da minha liberdade …..









terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Xeque Mate



No mundo dos humanos
É sabido que
Os cabos que dobramos
Podem ser declives nublados
Fruto de imensas
Vontades egoístas e tiranas

No mundo dos humanos
Apesar dos valores e princípios
Que possamos defender
Jamais é permitido
Viver na inocência

Xeque mate
Palavra chave da
Ambição frequente
Viciada tentação
Que desfigura
Toda e qualquer razão
Nos gestos e acções
Teatros legalmente instituídos
Aplaudidos e programados

Numa sociedade
Cada vez mais isenta
De qualquer valor
Onde fica a bondade
Onde fica a justiça
Da palavra Verdade ?

Da ignorância à ganância
Da exploração ao explorado
Tudo se permite
Neste caldo coalhado
Pois o coração
Não está no seu lugar
Fugiu definitivamente
Para qualquer outro lado

No mundo dos humanos
Apura-se
A arte do camaleão
Decora-se
A máscara que encobre o fraco
Pois tudo se rege na sombra
Sombras do opaco

Os paraísos só se constroem
Em lugares restritos
Onde a confiança possa existir
Onde a alma se condensa
Onde a mente se eleva
E aí descansa e assim não pensa

Em outros
Comuns lugares
O mesmo de sempre
Todos os lances são pensados
Planeados e elaborados
Para a “glória” letal

Do Xeque Mate


Fatal ….





domingo, 14 de dezembro de 2008

Pensamentos e divagações ....


Quem sou eu ?
De onde vim ?
Porque aqui estou ?
Para onde vou ?


Simples questões
Para um mar imenso
De pensamentos e divagações ….


Há muito que me encontro
Nesta incursão
Tal como um geólogo
Ou um mineiro
Pesquisando e garimpando
Solos dispersos
Buscando pedras
Ou sinais preciosos
Que me indiquem o trilho
Da sabedoria e da pura compreensão


Através de todas as experiencias
Que até hoje tenho vivido
No meu mundo interior
E na permuta inevitável
Com a realidade exterior
Bem como através
Do universo decisivo
Mágico
Maravilhoso
E fecundo da leitura
Tenho consolidado ideias
Reunido elementos
Observando e vislumbrando
A vastidão das inúmeras dimensões
Que compõem a consciência humana


Tal como um grande sábio indiano disse :
Se os nossos desejos forem puros
É certo que eles se tornam realidade ….


Existem em nosso redor
Factos e acontecimentos
Sinais e evidencias
Que subtilmente nos dão
Um orientação inspiradora
Para uma manifestação incisiva
No contexto desta nossa existência


Nesse trajecto e neste conceito
É possível ir encontrando
Fórmulas concretas e abstractas
No sentido de aumentar
Em intensidade e em qualidade
O apreço por todos os aspectos da vida


Neste caminho ondulante
E curvilíneo
Despertam-se intuições
Algumas das quais profundas
Indicando o direito inato à genialidade
Que existe em cada ser humano
Ultrapassando e transcendendo
Medos e ilusões
Consolidando assim os traços
Que definem as linhas individuais
De cada singular existência


Qualquer que seja
A circunstancia pessoal
Ou os sinais que transmitimos
Ao mundo que nos rodeia
Tudo o que nos acontece
Destina-se simplesmente
A despertar e a desenvolver
Cada vez mais o nosso potencial

Na realidade
Quando sentimos o apelo
Da nossa inspiração
E da nossa intuição
Transcendemos em potencial
E aproximamo-nos cada vez mais
Das nossas infinitas capacidades

São estas mensagens
Que nos chegam
Através
Dos nossos mensageiros invisíveis
E que nos indicam a fonte
Da sabedoria plena

Que interiormente
Em cada um de nós

Existe

De forma inequívoca


Ao nosso dispor ….





sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Na esfera do Tempo ...


Existem momentos
Na minha vida
Em que sinto em mim
Acontecer
Uma brisa oculta
Silenciosa
De inspiração divina

Existem momentos
Em que é sábio e sensato
Deixar
Nas invisíveis mãos
Dos anjos mensageiros
A definição das cores
De cada amanhã

Na indefinição das coisas
Na incógnita dos resultados
Condicionantes que destilam
Aquele tal vapor acre
Que envolve as opções
Emergindo algumas erupções
Provocando na paisagem
Zonas arenosas e movediças
Que dificultam o escrutínio
Das imagens de cada fotograma

Mas na pura verdade
A maior sabedoria
É aquela que apreendemos
Quando reconhecemos
Os singulares tons e filamentos
Das nossas maiores bênçãos

Por isso
É necessário tranquilizar
Deixar o vento
Calmamente soprar
Observar
E escutar os sons
Das conchas e dos búzios
Do fundo do meu mar

Um caminhante
Na esfera do tempo
Encontra pelo caminho
Texturas incertas
Viaja no vapor da nuvem
Deita-se nas dunas dos areais
Corre pelas planícies horizontais
Descendo aos confins das cavidades
Experimentando as ambiências
Nas entranhas do magma


O que eu guardo
E que jamais perderei
É o Amor que tenho
É o Amor que dou
É o saber que apreendo
Nas vagas que retenho


Que fazem de mim
A essência do que eu sou ….


terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Amo-Te Meu Filho ...


Neste tempo
Para nós sempre pequeno
Que juntos passamos
E que na tua presença
Me ensinas
Sem te dares conta
Os saberes múltiplos
Da tua inocência

São várias as vezes
Que ao longo de cada dia
Sinto aquela saudade
Dormência deste amor
De pai para filho
Que a nós nos liga
E que em cada singular memória
Se transforma em magia

Meu filho
Meu pimpão
Meu príncipe
Hoje
E em cada dia
És aquela luz que encontro
Ao chegar ao nosso mundo
Ao nascer de cada noite
O meu espírito alumia

Na descoberta de cada pedaço
Do teu complexo e novo mundo
Encontro a tua alegria
A fagulha da inteligência
O filamento da tua sensibilidade
Que no brilho do teu Ser habita
E se faz assim
Pura alquimia


Pedaços do nosso tempo
Tesouros que guardamos
E que serão lembrados
Em cada passo dado
Na comunhão
Das nossas vidas
E nas estrelas luzidias
Do nosso firmamento


Adoro esse teu sorriso lindo
Amo cada minuto
Da tua companhia
Pois a cada dia que passa
És cada vez mais
Meu maior companheiro


Amo-te


Meu filho ….








domingo, 7 de dezembro de 2008

Por Favor ....


Tomar uma corda
Por uma serpente
Num lugar sombrio
Pode produzir
Medos devastadores
Mas quando
A claridade incide
Sobre essa mesma corda
Tais medos
Deixam de ter quaisquer razões
Para existirem


O fim de toda a ilusão
Na relação plena
De uma abertura ampla
Para a compreensão sem limites
Caminho do auto-conhecimento
E do mundo exterior que nos rodeia
É o objectivo permanente
Na busca incessante
Para uma capacidade maior
Na eliminação de marcas e resíduos
Da panóplia do sofrimento


Essa abordagem
De um conhecimento
Que diverge da acumulação de dados
Com que se rege o cientifico conhecimento
Para uma compreensão profunda
Da existência
Na sua verdadeira natureza
São os parâmetros que se registam
Como antídotos fundamentais
Contra a inércia e a ignorância

Não de uma ignorância
Por falta de informação
Mas sim de uma visão falsa
Da realidade
Que normalmente nos faz crer
Que o que nos envolve
É permanente e sólido
Confundindo na generalidade
O prazer ilusório e passageiro
Com a pretensa felicidade

Assim sendo
A confusão mental
Vai-se instalando
Gerando no seu sequente processo
O turbilhão flutuante
No nosso espírito
Desaguando quase sistematicamente
Num comportamento primário
Onde se confrontam
As estrelas que orbitam os desejos
E as crateras onde se depositam
As desconfianças e o medo


A ignorância perpetua-se
E os oásis resistentes
Que ainda habitam as planícies
Da suposta paz interior
Desaparecem
Deglutidas pelas areias movediças
Da insegurança do medo
E do terror


Assim se observam
Os cais de desembarque
Onde acenam sofrimentos e dor
Próximos dos jardins circundantes
Que em desespero se lamentam
Porque perderam inesperadamente
A sua ultima flor


Palavras sinceras
Sentimentos genuínos
E bosques de amor

Venham a este mundo
Por favor

Para que se acabem


Com tantos gritos
De dor ….






sábado, 6 de dezembro de 2008

Metamorfoses


Na semente que lanço
Crio uma esperança
No embrião
Que vejo nascer
Espero por sinais
Metamorfoses
Convergências reais
Dos meus sonhos e pensamentos


Fico-me pelos resultados
São como desígnios
Predestinados
Revelações concretas e abstractas
Onde emergem transparências
Ou derivações opacas


Resta-me continuar
No tempo e no espaço
Persistir e caminhar
Nunca abdicar
De princípios e regras
Que no seu conjunto
Estruturam-me
E fazem
O meu edificar


Quanto ao rebanho
Nada tenho
Com que me identificar
Reconheço que por vezes
Por assim ser
Seja necessário algo mais
Para a semente medrar
No sentido puro e verdadeiro
Em que o movimento
Se possa sintonizar


Sei da resistência do meu escudo
Sei das dores que se assistem
Em frases magoadas
Sei da força da minha espada

Sei da verdadeira substancia
Com que Existo


Consagrando


A minha Palavra …..







sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Fluxo Vibrante


Hoje não estou virado
Nem receptivo
A quaisquer tipo de ruídos
Poluidores da minha paz
Pretensiosos invasores
Da minha serenidade

Hoje não estou disponível
Para projecções alheias
Conjecturas programadas
Que correm em outras veias
Planos engendrados
Criados por outras ideias

Hoje não estou disponível
Para nada
Que eu não queira
Para as adulteradas intenções
Que reinam neste mundo
De sinuosa cegueira

Hoje só estou disponível
Para ti
Para o fluxo vibrante
Que vem até aqui
Para o fio condutor
Que nasce em mim
E de forma brutal
Explode em ti

Hoje
Quero inalar
Esse teu cheiro de mulher
Quero beber os fluidos
Do teu sabor
Sentir em nós o suor molhado
Que reflecte a nossa vontade
No seu máximo fulgor

Hoje
Quero escutar
Teus segredos de desejo
Entrelaçados
Nos teus gemidos
Roucos
Agudos e graves
Que incendeiam o rastilho
Da minha fome
E detonam os estilhaços
Da nossa loucura

Hoje
Não quero mais nada


Hoje
É somente isso

Que eu quero ….





quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Magia divina ...


Hoje nos beijos
Que te dei
Nos afagos meigos
Que nas curvas do teu corpo
Eu deixei
Nas palavras quentes
Que ao teu ouvido
Eu segredei
Em cada pedaço
De qualquer coisa
Sabe-me sempre tão bem
Esta sensação
Pura e simples

Existem dias
Com este começo
Deste dia de hoje
Em que sinto
Essa luz envolvente
Essa magia divina
Brilhando
Em cada rosto de nós
Deixando-me
Solenemente agradecido

Os milagres
Da minha vida são estes
Viver reconhecidamente
Cada bago de sintonia
Cada segmento de delicia
Fruto das conjunções
Combinações acontecidas
E presentes
No contexto complexo
Da nossa alquimia

Em cada carinho
Em gesto de amor
Em cada afecto
Cuja temperatura
É sempre quente
Está o silvo
Da minha alegria
E a lágrima da minha dor
Reflexos
Desta imensidão de sentimentos
De emoções e desejos
Em ebulição
Que em cada acção e movimento
Queria eu
Somente parar o tempo
Para em mim
Guardar eternamente
O gosto único
Deste especial sabor

O ar que respiro
Sinto-o puro e leve
O colorido das paisagens
Que me circundam
Vejo-as com cores
Límpidas e suaves
O magma do meu espírito
Sinto-o sereno e tranquilo

São estas harmonias
Conjugações sintomáticas
Roçando quase a perfeição
Que me deixam extasiado
Numa profundidade
De elementos substanciados
Que se evidenciam
Alimentando assim
As minhas convicções
Decapando resíduos
De gordura
Das minhas percepções

Declamando baixinho
Quase em segredo

O Valor Sagrado

Significativo


Das Minhas

Emoções ….






quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Minha Viagem ....


Na minha viagem
Na procura
De uma mágica
Poderosa aragem
Estou ciente
Da minha loucura
Esta coisa
Vibrante e sem margem
Este despertar
Constante
Num provocar penetrante
Que toca o sensorial
Deixando um ar
Não sei como dizer
Talvez
Algo entre a vertigem
E o emocionante


Neste encontro
Entre esse lado
Libertino e louco
De mim
Passo a língua
No doce derretido
Que apanho no vento assim

O céu que me falta
O chão que preciso
Mas que não tenho
Nesse voar que faço
Nesse correr
Que não detenho
Malha do enredo que sou
Entre a planície e o horizonte
Por vezes perco-me
E não sei onde está o fio
Do meu sonho


Nesta aragem
Nesta simples abordagem
Neste ir e voltar sem fim
Nesta escrita
Sem dobragem
Derramo a seiva
Em lados escarpados
Inclinações vertiginosas
Que abraçam vales
Onde existem sintomas
De origens milagrosas

São ecos de mim assim
Pressinto
Uma brisa fresca
Aqui e ali
No refluxo intuitivo
Manuseio
Nas asas da intenção
Embalagens criadas por essências
Desenlaço frascos de aromas
Que espalho pelas estrelas
Talvez despertando nos olhares
Paisagens sem fim

Nesta minha viagem
Sinto-me assim

Procurando

O respirar sereno
Tranquilo e profundo

O sabor genuíno
Que alaga o meu paladar

O olhar intenso
Pelos fenómenos

Que fazem

Os meus sentidos

Vibrar ….





terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O Vazio e o Nada ....


Aqui estou eu
Na delicia eterna
Que guardo
Nos meus confins
Na gotícula de água
Que molha
Um tecido de linho
Nos afagos ternos
De impagáveis momentos
Nas palavras sinceras
Trocadas numa fosca luz
Num todo indecifrável
Que torna o cerne do meu ser
Num adubo que alimenta
Meu pedaço sagrado de terra
Tornando-o assim
Mais arável

No sorriso que deixo
No sentido que agarro
E na mão que fecho
Entrego-me
No sabor da entrega
Escolhendo a plenitude
Da profundidade do nada
Nesse vazio de tudo
Onde reconheço o poder
Valor sem igual
De fragmentos simples
Que ninguem apaga

Do nada
Inicio o gesto
Que acciona a ignição
Que gere a criação
Que aqui ou ali considero
Elementos essenciais
De um pouco de tudo

Do nada
Crio linhas e pontos
Referencias espirituais
Mentais
Que ditam
Digestões leves desta globalidade
Do que julgo serem
Coordenadas
Das minhas aptidões
E trabalhadas soluções

Do vazio
Inspiro-me no deleite cru
Do simplesmente estar
Respirar
Sentir o prazer único
De naquela fagulha de tempo
Em total liberdade
Sentir o pleno
E em silencio desfrutar

Do vazio
Mergulho no espaço
Onde a ausência
De qualquer resistência
Me faz flutuar
Levitar
Sob o véu da serenidade
E do bem infinito
Dessa sua complexa
Permanente essência

Deleito-me
Na observação
Da gotícula de água
Que no tecido fino
Se alojou
E assim humedeceu
Delicadamente
Na sua passagem simples
De fugaz Existência

Existência que me inspira

Sublimes

Retratos profundos

De rara

Excelência ….