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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Ladrão do Tempo ( excerto)




(…) Cada instante é rápido e efémero, a secura é tão grande, e não há terra que amoleça.

O Sentimento, esse fluxo imaterial, é uma fragrância cada vez mais rara, cada vez mais distante no horizonte, e nós, em resposta ao que vemos e percecionamos, respondemos com os olhos poisados no umbigo, ornamentando e fortificando as vedações das nossas pequenas ilhas.

Mas permitir o Sentimento é outra coisa, é assumir que a chuva nos molha por dentro, amolecendo a cartilagem rugosa da nossa distancia, como água que bebemos submergindo a indiferença, o egoísmo, e transmutando-nos para aquele palco, onde nascem pensamentos nutridos por todos os Sonhos.

© Luis de Sousa in “ O Ladrão do Tempo “ - Excerto
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