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domingo, 16 de novembro de 2008

O Rasgo desse Olhar


De um qualquer lugar
Sinto a presença
Da sua incidência
Não sei se no distúrbio da distancia
Perco um pouco a noção
Se será mesmo meu
Ou se de alguém
O rasgo desse olhar


Na convulsão dos dias
Que seguem na linha do horizonte
Numa sequência disforme
Que penetra e consome
O tutano e o sangue
Até que a consciência tome
Os resíduos e os pingos
Na reciclagem
De tantas almas vazias


De um qualquer lugar
Quer seja na dobra que dou
Ou num gesto que me tocou
Na palavra que algures deixei
E que por aí ficou
Pois
Eu sei o que sinto
No verde da folha
Na seiva da lágrima
Nos poros do orvalho
Não sou
Homem que minto


Na minha distancia
Que destrói a fagulha
De uma qualquer ânsia
Eu pego no beijo
Que me incendiou
Seguro a revolta que me ensinou
E pego nas malas feitas de estrelas
Que a magia da noite me impregnou
E caminho
Ignorando o destino
Sentindo a presença desse olhar
Que há muito me encontrou


No expoente máximo
Da saborosa gargalhada
Ou na dilacerante dor
Que faz a diferença
Entre a Paz
A guerra e o Amor
Eu sei quem sou
Eu sei quem sou


De um qualquer lugar
Nas palavras que se quebram
Nesta minha boca seca
Que eu quero molhar
Sorvo gotas de água
Pura e cristalina
E começo por acreditar
Em sonhos
Em contos de embalar
Talvez em alguns momentos
Já não seja eu
A escrever ou a falar

Talvez seja sim

O desígnio


Desse
Oculto Olhar ….