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sábado, 25 de dezembro de 2010

Nosso Castelo ....


São vários os momentos
Em que penso em tudo
São vários os elementos
Que eu ainda sinto
Brotarem deste silêncio
Que nada tem de mudo


É como alimento
Rico em fibra e sedimento
Que me faz sentir
Este calor
Esta serenidade
Que talvez seja
A própria evolução do Amor


Nosso castelo
Em cada pedra
Nossa vontade
Nosso suor
Nossa luta
Mistura na argamassa
Deu-lhe esse tom de amarelo


Há muito que eu sei
Que não há nada
Nada mesmo
Que para além deste espaço
Eu queira


Há muito que eu sei
Que é aqui
Que existe
A verdadeira essência
Da minha harmonia
Da minha Paz
E de toda a minha valência


Quando olho para o resto
É como esse resto fosse o vento
Um vento
Por vezes forte
Outras
Por vezes lento


Mas simplesmente
Nada mais que isso
Somente



Um elemento natural do tempo …..











domingo, 12 de dezembro de 2010

Gloriosa Simplicidade ....


No dorso
Deste momento terno
Que de certa forma me embala
No silencio
Destes meus pensamentos
Que em cada sequencia
Algo simples
Mas de significado forte
Me traduz
E em surdina me fala


É nesta cadência
Que tento guardar
Cada instante
Cada imagem
Próxima ou distante
Para que
No Universo infinito
Do todo o sempre
A minha Alma viajante
Nunca perca o sabor
Desta essência



Nesta gloriosa simplicidade
Onde se misturam
Texturas macias
Mas plenas de tenacidade
Abraço as minhas vontades
Recupero-me
Das quedas e fatalidades
E assim
Nos instantes longos
Em que sinto as tuas mãos
Ainda sinto o pulsar
Das décadas da nossa história
Escritas por letras invisíveis
Onde residem
As nossas cumplicidades



Assim espero
Que consigamos resistir


Sempre Juntos


A todas



As adversidades ….












domingo, 5 de dezembro de 2010

Conjunções Condicionais ....


Sim
Eu sei

Que nem tudo está escrito
Nas páginas ocultas do futuro
Nem nas dunas de areia
Que separam o mar
O horizonte
E a pedra fria daquele muro


Sim
Eu sei


Que a enxurrada
Provocada pela chuva intensa
Retirou a solidez do chão
Colocando na esteira do tempo
Fragmentos de antigas certezas
Que se misturam
Com pedras roliças
Cobertas de imprecisão


Sim
Eu sei


Que a cada dia
Novas conjunções condicionais
Pausadamente chegam
E se instalam
Na berma de algumas considerações
Em lugares de acesso
Onde habitam percursos e hesitações



Na realidade
Eu sou e continuo
Permanentemente Agradecido
Independentemente
De qualquer enxurrada
De qualquer corda mal atada



Talvez
Tenha chegado a hora
Que põe à prova
A verdadeira substancia
Das profundas palavras
Que põe à prova
A verdadeira essência da combustão
Da transpiração
Do calor
Da simbiose complexa
Provocada pelas múltiplas vezes
Em que as mãos são dadas



Por isso eu digo
Nada é por acaso


Todos os Sinais
Todas as curvas
Todas as estradas
Me dão azo


A observar


Pequenas pétalas imaginadas
Encanto das madrugadas
Salpicadas
Por pequenas gotas de água

Que alimentam

Uma qualquer vida


Minorando assim


Sintomas de dor


Ou por ventura resquícios





De qualquer mágoa ….









quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Hoje ....


Hoje
É daqueles dias

Em que o silencio é ouro


Hoje
É daqueles dias

Em que o silencio é tudo


Em que uma palavra menos pensada

Pode ser granada arremessada

Uma peça de metal estilhaçada


Hoje
É daqueles dias


Em que tudo perde o seu rumo

Em que pouco ou nada


Parece fazer sentido


Hoje
É daqueles dias


Em que o silencio


Vale mais que tudo …..






quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Para Além de tudo ....

Para além dos dias
Para além do prazer
Para além do corpo
Para além das dúvidas
Para além de todas as incertezas


Obrigado Meu Amor


Para além do presente
Para além do passado
Para além de qualquer fase ou momento



Serás sempre tu

Meu Amor

domingo, 21 de novembro de 2010

Conexões Invisíveis ...







Ainda sinto o sabor
Da intensidade das palavras
Ainda me perco na imensidão
Daquelas encruzilhadas
Audazes e cristalinas
Criadas
Por vontades tão bravas


Ainda me lembro
Do brilho dos dias
Da música da lua
De todas aquelas nuances
Que perfumavam o ar
E tornavam a linha do horizonte
Numa emoção
Meia despedida e nua


Guardo na gaveta dos meus sonhos
Um pedaço de papel
Que rescrevo com um lápis
Palavras
Frases
Conexões invisíveis
Como se fossem pingos de mel


Por vezes
Neste mar conturbado
Distancio-me de tudo
Procuro por algo que não sei
E sem saber encontro
Aquele trilho esquecido
Que na vertigem da febre
Eu percorri e caminhei



São assim os ventos
Que transportam as folhas
Num Outono cinzento
Onde jazem entre elas
Pedaços soltos
De criações imaginadas
Nos labirintos profundos
Dos meus pensamentos



São assim os sons
O ranger insistente das texturas
Os cânticos doridos da matéria
Os silvos quase mudos
Que assolam a minha Alma
E suas janelas



Tal como dizia


Ainda sinto o sabor


Daquelas intensas paisagens




Ainda sinto
A aguda subtileza da magia



Que tremendamente
Me envolvia




Naquelas complexas





E Poderosas Viagens …











terça-feira, 26 de outubro de 2010

No Vácuo das Monções ....







É como se eu estivesse
No parapeito do muro
Que envolve o miradouro
Da encruzilhada dos tempos


É como se
Cada capítulo
Já fosse previsível
Nos meandros
Dos meus pensamentos



Será este um dom
Ou será este o preço
De quem sem saber
Orbita no vácuo das monções
Toca as extremidades das estações
E sente uma afinidade particular
No universo aleatório das colorações



Mas na verdade
É todo o caminho
Que define o processo
É todo o achado precioso
Na poeira
Do velho pergaminho
Que está a necessidade
Do avanço e do retrocesso



É como se o trapezista
Soubesse
Que a distancia do chão
É grande
Que a concentração se faz
Na capacidade
Do olhar distante
E no ímpeto
Que lentamente emerge
Em cada instante



Tudo vozes
Ecos projectados no espaço
Imagens definidas




Que se enrolam entre si





Tomando formas de um laço …..














quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O Esplendor da Essência ...







Quando os humanos
São verdadeiramente humanos
Quando os Seres são verdadeiros
Nas palavras
Nos actos e nos dizeres


Quando os homens
Reconhecem
O lado verdadeiro da Vida
Quando as pessoas
Se confrontam
Com os abismos e as vertigens
Sem medida


Quando o esplendor
Da essência
Transborda na borda do copo
Quando a emoção
Entrava a garganta
Quando a lágrima insolente
Escorre na face de alguém
Que pelos outros Agradece e sente


Quando se vê a determinação
Em prol do resgate do outro
Quando se vê a energia
A Fé e a Alegria
Quando o Milagre
É noite
É dia
Quando o sonho desejado
É a realidade
Enfeitada de fantasia


Quando me orgulho
De Alguém
Que nunca vi
Que não conheço


É porque na verdade

Aquela gente


Me fez Acreditar
Em algo


Que desde há muito


Eu não sentia ....














domingo, 10 de outubro de 2010

Desvendando Estes Tempos ...






No desvendar destes tempos
Desvendo também
Outros lugares desconhecidos
Que habitam neste circulo
Como de um regresso se tratasse
À partilha genuína
Aos momentos
Quase esquecidos do Amor



Chega dos meus tormentos
Chega desses amargos momentos
Em que só eu sei
A cor do meu sangue
Nas suas várias tonalidades e pigmentos



Julgo que é possível
Continuar
Sim continuar algo
Que sempre considerei único
E inesquecível



Nos claustros
Nas torres
Nos degraus
Onde observo as estalagmites
Não tem sido fácil



Não
Não tem sido fácil
Exterminar os fantasmas
Criar os anticorpos
Proceder à regeneração
Revogar os conceitos
Destituir enraizados pensamentos
Desistir de padrões
Segurar ferozmente
As mais importantes Reflexões
E corajosamente manter
Os mais distintos e valorosos Ensinamentos



O que posso dizer
Perante tudo isto ?



Nada

Absolutamente nada

Remeter-me ao Silencio

E não dizer nada



E nas horas do silencio profundo

Nas horas em que se faz noite
Em cada canto do mundo


Aos poucos

Descobrir que existe mais Caminho


Mais Essência


Para no Conhecimento e na Descoberta


Continuar a desenrolar o pergaminho




E ir cada vez mais



Ainda mais fundo …..












domingo, 3 de outubro de 2010

Este Silencio ....






Este silencio
Que vale mais
Que todas as frases
Que sobrepõe-se
A todos os pensamentos esculpidos
A todos os travos amargos
A todos os actos declarados
E a que todos os desejos inibidos


Este silencio
Que traduz os voos esquecidos
Que se exprime
Em dialecto desconhecido
E que é o eco contido
De algo profundo
Que perde o seu sentido


Este silencio
Que é fruto de tantas coisas
Antigas viagens
Vertiginosas romagens
Auto-estradas
Rápidas e sinuosas
Para as mais elevadas paisagens


Este silencio
Que representa o fio quebrado
A circunferência
Das vontades e dos sonhos
Que se transformam
Cada vez mais
Num deserto árido
Cada vez menos resguardado



Este silencio
Este cansaço de tudo


Esta nave
Esta carruagem
Este passageiro clandestino
Que habita
Um corpo conturbado


Esta voz surda
Esta saturação
Que por vezes excede
Todas as componentes da razão


Esta estrada
Prematuramente cansada



Esta colheita

Que nas mãos


Parece



Já não deixar nada …..

















domingo, 19 de setembro de 2010

É Neste Mapa ...







Nestas confluências
De novas constatações
Que fazem emergir à superfície
Novas considerações


Mais não posso que
Reposicionar
A minha Consciência
Numa realidade
De novos horizontes
Onde se reinventam
Novas abordagens
Novas tonalidades
Para as mais importantes conexões


Se a ditadura do Ego
Há muito perdeu sua influência
Não havendo espaço
Para a sequência
Da sua cruel e habitual turbulência



Reposicionou-se
Em seu lugar
Uma outra Consciência
Na experiência das revelações
E das demais observações
Nas suas coordenadas
Nas suas directrizes
Que fornecem
Uma vasta dimensão
Em cada janela
Que se abre à visão
Nas suas múltiplas faces
Em que é construída
A sua infinita abrangência


Assim sendo
E perante a angústia provocada
Perante uma sociedade
Que sem qualquer protecção
Se tornou globalizada
E sem quaisquer regras
Ficou à mercê
De ser cada vez mais estropiada




Se por vezes penso
Que não tenho o suficiente
Nada devo fazer
Senão procurar o que preciso
Dentro de mim mesmo




Se algum sonho meu fracassar
E eu perceber
Que esse não passava
De mais uma fantasia
Terei que descobrir outro sonho
Que caiba na minha própria realidade


Se eu estiver angustiado
Inseguro
Perdido no marasmo pantanoso
Dos mais fatais pensamentos
Devo desligar-me totalmente
Dessa situação
Até encontrar de novo
O Lugar do Meu Centro



E acima de tudo
Nunca me deixar abalar
Pelos meus êxitos
Nem pelos meus fracassos
Pois o fluxo da vida
Transporta sempre os dois
Enquanto simples estados transitórios
E puramente temporários


É neste mapa
Que eu sigo o meu trilho


É nesta confluência
Onde em permanência
Emergem
Todas as minhas considerações


E é aqui
Que eu me deixo ficar


Pois Eu sinto


Que este Lugar



É cada vez mais




O Lugar do Meu Lar ….

























domingo, 12 de setembro de 2010

Tudo é Relativo ...







No embalo desta viagem
Preenchida por este som
Vislumbro cenários
Fantasias e caminhos
Criações e reconhecimentos
Que só a minha Alma faz



No embalo desta viagem
Descodifico cada timbre
Caixa de ressonância do meu silêncio
Onde encontro
Esse recanto mágico e único
Solitário do meu refúgio



Numa cadência abrupta
De novas
E incógnitas paisagens
Não tem sido fácil
Gerir o trapézio do meu lugar
Onde o equilíbrio
E a sabedoria adquirida
Se digladiam
Nas suas fronteiras
E nas suas diluídas margens



Desta minha montanha
Observo a imensidão
De outros topográficos relevos
Outras serras e montanhas
Trilhos e novas travessias
Que me estão
Assim destinadas



No recanto
Desse meu solitário refúgio
Eu escuto
O que os Mensageiros me dizem




E o que Eles dizem



É para deixar ir
Deixar fluir
Fluir
Fluir



Pois tudo é relativo
Tudo é substantivo
Que se sequencia
Com um qualquer adjectivo




E esses Mensageiros
Que ao longo deste tempo
Sempre me acompanharam
Em todas as caminhadas


A mim Me dizem



É que
Ao longo da história


De qualquer forma
Eu sempre completei





Todas as simples



E as mais complexas jornadas ….























domingo, 5 de setembro de 2010

Pigmentos da Percepção ...







Amigos do Além
Estou de regresso
Após este pequeno período
Onde da monotonia fugi
De mãos dadas
Com a minha Alma
Corri
E perante a tranquilidade
E o deslumbramento da natureza
Profundamente
Em alguns mágicos momentos
Eu Agradeci



Estou de volta
Já sentado na carruagem
Da rotina de cada dia
No movimento do trapézio
Na equação tentada
Permanente na busca
Inspirada no equilíbrio
Que na neblina densa
Até hoje me guia



Dizer que estou bem
Ou dizer que estou mal
Seria mentir
Na presença
Dessa luz longínqua
Que me chega das estrelas



Seria deturpar
Os pigmentos da percepção
Os trilhos e os caminhos
Das imagens provocadas
Pelo timbre de cada pensamento
Que dá cor ao embrião da emoção



Seria não reconhecer
A dimensão infinita da Existência
Que em cada esquina do tempo
Me instiga a procurar mais e mais
Me convence
Da singularidade das coisas
Que em cada momento
Toma a direcção
Inspirada pelo sopro do vento



Sinto-me assim
A meio desta viagem
Cujo destino ignoro
Não sei
Qual será amanhã o lugar
O cenário da eventual paisagem



Se será a diversidade
Se será o destino incerto
A possibilidade natural da decadência
Ou talvez
A pura e refinada excelência



Se será numa cidade

Na berma de um rio

Não sabendo nunca




Qual o lado designado
Da sua margem …





domingo, 15 de agosto de 2010

Esta Imensidão Oculta ....







Estes mares ocultos
Que emergem
Nas horas caladas
Dentro das memórias
Futuras
Presentes
E passadas



Esses ventos
Que tornam
Alguns dos pensamentos
Vagas
De premonições pictóricas
Onde a nuance das cores aleatórias
Se mesclam
Em abraços lentos



Esta imensidão oculta
Que existe
Em cada partícula
Em cada pedra
Sinalizando cada instinto
Cada intenção
Na procura sempre
De matar a fome
A uma vontade
Ou a um desejo faminto



Esta tradução
Que na aparência do acaso
Emerge
Na pegada de cada passo
Assim floresce
E numa boca
Desinteressada e livre
Subtilmente
Um sorriso verdadeiro
Agradecido cresce



Parto neste período
Em busca de coisas simples
Em busca de coisas tranquilas
Que só a natureza
Na sua pujança
Na sua energia e beleza
Me sabe realmente dar




Vou em busca do verde
Do azul calmo das lagoas
Do silencio das manhãs
Do cheiro primário dos tempos
E do céu pigmentado
Estrelado das noites




Vou em busca de algo
Que me preencha a distancia
Entre o mundo que penso
E o mundo
Em que eu existo



O que me alimenta
E o que me conforta

É porque sinto
Que os códigos subtis da Vida

A criação Pura

Floresce e renova-se


Numa Mensagem
Permanente e fluida


Que é Eterna





E que
Para sempre perdura …..










sábado, 31 de julho de 2010

Absolutamente Tudo ....

Meus Amigos
Aqui neste espaço
Muito raramente falo de gente que
Por este ou por aquele motivo
Abandonou o palco da vida terrena
Não o faço habitualmente
Por uma questão pessoal
Pois acho que a memória
Desses homens e mulheres
Fica sempre registado nas estrelas …


Hoje
Meus Amigos
Vou fugir a essa regra


Hoje
Vou falar de um Homem
Que partiu esta semana
A caminho da Luz
Seu nome
ANTÓNIO FEIO
Um Actor singular
Um Homem
Extraordinário e Único
Que perante a doença
Sublimou-se e mostrou
Ao mundo a grandiosidade
Que qualquer comum dos mortais
Pode conseguir absorver
E assim a todos
Grandes Ensinamentos oferecer …




Se existe uma pergunta
Que é constante
E que consciente
E inconscientemente me faço
Vezes sem conta
É se na verdade
Perante as bênçãos da vida
Com que sou agraciado
Se realmente as valorizo
E se sou verdadeiramente consciente
Da colossal sorte
Com que fui bafejado ?



Meus Amigos
Certamente que todos
Sentimos o desconforto
Desta pergunta
Perante as realidades atrozes
Que nos cercam …



A Mensagem que
O Actor
O Homem
O Ser Humano António Feio
Deixou-nos no trailer do filme “Contraluz “
Realizado por Fernando Fragata
Diz-nos tudo
Absolutamente o Verdadeiro
Absolutamente o Essencial
Absolutamente Tudo ….


Apela-nos à Consciência
Apela-nos à Essência
Apela-nos ao Reconhecimento
Apela-nos à Humildade
E apela-nos acima de tudo
Á Simplicidade com que devemos
Viver as nossas Vidas ….




A verdade é que


Tudo seria diferente


Para nós próprios

Para todos
Os que nos são próximos


Se na maior parte do nosso tempo


Vivessemos totalmente Conscientes



Dessa Total



Grandiosa e Única





Imensa Verdade ….








terça-feira, 27 de julho de 2010

Minhas e Vossas ....







Meus Caros
Amigos desconhecidos
Sim vocês que aqui vêm
Que a vida nos faz cruzar
Numa leve brisa
Que nos preenche o ar




Isto porque
A cada partilha
Destas parcas palavras
Que aqui vou deixando
Fica sem dúvida
Esse elo estranho
Que a chuva das percepções
Aqui vai marcando




A verdade é que
Gosto deste meu trilho solitário
Apesar do amor intimista
Que me cerca
Porque é na minha solidão
Que encontro a minha razão
A força que constrói
Qualquer imensidão



Hoje meus Caros
Desconhecidos do além
Este improviso
Musical aleatório
De pensamentos aliados a palavras
Foi construído pensando em vocês




Gente que eu não conheço
Que ao longo destes anos
Aqui têm vindo
Buscando emoções
Contradições
E tantos outros sentimentos
Que todos incondicionalmente partilhamos


Hoje
Estas palavras



São minhas



Como serão sempre




Vossas também ….













domingo, 18 de julho de 2010

Novos Elementos ....






Se tudo na minha vida
Tivesse sido simples e fácil
Talvez eu nunca
Buscasse em mim
Esta necessidade de conforto
Só existente nas palavras



Se tudo na minha vida
Tivesse sido
Uma corrente harmoniosa
Das minhas vontades
Eu nunca teria tido
Este olhar transversal e cru
Sobre as realidades



Mas a cada dia que passa
Novos elementos
Novos condimentos
Integram a composição
Desta argamassa



E olhando para trás
Sinto que tudo passou
Muito
Muito depressa
Onde cada espaço
Aconteceu pausadamente
Na medida certa
De cada peça



Mas perante tudo
Por vezes fico
Comigo mesmo e mudo
E Agradeço tudo




Mas acima de tudo
Acima de qualquer coisa
Agradeço
Esta nossa longa história
Esta nossa
Tão longa caminhada
Com a minha mão na tua
Sempre dada


Sempre juntos



Com marcas só nossas


Únicas e genuínas



De Verdadeira Glória …..











segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Incógnita das Coisas ....







Se é verdade que nunca sabemos
O que está
Em cada esquina da vida
É verdade também que ultimamente
Em cada viragem
Cruzo-me com
A inclinação do abismo
Numa quase predestinada monção
Onde todos os tons são possíveis
Criando tópicos
Da mais louca imaginação
Ao mais injusto e devastador
Dos pólipos da emoção



Nesta encruzilhada
De uma realidade sem contemplações
Em que os passos por vezes pesam
Sulcando o chão já gasto
Formam-se assim
Pequenas crateras
Relevos da entropia dos elementos



Quero acreditar que
Por detrás da névoa
Existam dignas razões
Benesses de algumas provações
Que desgastam tão fundo
Este magma já sem nome
De algumas colorações



Mas se a intempérie é agreste
As bases e a estrutura sofrem
E no ranger dos seus tormentos
Fertilizam novas sementes
Que aligeiram
Pedaços de um corpo e espírito
Cujas zonas
Se encontram dormentes



A incógnita das coisas
Provoca por vezes
Amargos momentos
A incógnita das coisas
Pode também
Fazer acontecer



Grandiosos



Dignos
E tão raros





Sentimentos …..















domingo, 4 de julho de 2010

Vibrações Simples ....







Neste tempo recente
As motivações
Têm sido outras
Em novos universos
Novas incursões
Condição de aqui
Ter estado ausente



A caminhada continua
Entre o prazer agridoce
Da fantasia
E a realidade permanente
Fria e quente
Despindo-se de magia
Na passerelle de cada dia
Mostrando-se crua



Tento situar-me
Nas coordenadas do equilíbrio
Agarrando cada fio
Que se desprende da sintonia
Porque é assim
Que a vida corre
Na sua melodia
Na volta e reviravolta
Procuro por sinais
Neste labirinto
De ramagem bravia



Persisto na esperança


Espero por vibrações simples



E por noites
De lua cheia




Que nos tragam




A tal Magia ….












domingo, 20 de junho de 2010

Purgando a Realidade ....







Há momentos
Em que o silencio
Vale mais
Que todas as palavras
Sejam elas
Parcas ou inteiras


Há momentos
Em que
O silencio que nos invade
É a aragem mais pura
Que extraímos do vento
E a corda robusta e segura
Que se agarra
Na corrente tempestiva
Da insatisfação e do desalento



O silencio
É esse Amigo presente
Da mais intima verdade
É o espaço envolvente
Que se relaciona com o Ser
Purgando a realidade



Aí se descobrem
Pedaços soltos
Peças perdidas
Curvas apertadas
Velhos passeios
E outras calçadas
Onde na espiral dos dias
Se tentam encontrar
Possíveis sentidos


Em etapas sensíveis
Na convulsão do contraditório
As palavras podem ser rastilho
Cogumelos envenenados
Estilhaços colaterais
De motivações sem brilho


Na reflexão
Pede-se a contemplação

Respiração necessária

Na revitalização

Do corpo e da alma



Para tudo isso


Só mesmo



No espaço interior






Puro de Silencio ….










sábado, 12 de junho de 2010

Luzes Fugidias ...







Não sei como têm sido
Todos estes dias
Nem sei como
Tenho eu resistido
Às vertigens
Dos abismos provocados
Pelos raios
Dos meus pensamentos
Cujas luzes são tão fugidias



Encontro-me
Num lugar
Cujo nome desconhecia
Encontro-me
A caminho de qualquer coisa
Ignorando por completo
O relevo e o tempo
Desta travessia



Hoje
Deixo-me ficar
Na expectativa
Aguardando por algo
Talvez sagrado ou superior
Ou então algo
Que inunde por completo
Este meu espaço interior



Hoje
Vivo entre a nascente
E o rio que segue
Rumo ao poente
Hoje
Por mais que pense
Nunca sei
O que se esconde
No dia a dia
No seu ritmo
Irreversível e cadente



Hoje
Só sei que

Existem desígnios


Escritos no tempo


Acontecimentos
Letras
Sinais e símbolos



Talvez
Guardados há muito




E prontos a eclodir






Em Vários Domínios ….