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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Não Esperes ....


Faltam-me palavras
Que abafem o rugido
Desta frequência sísmica
Ainda não sei bem
O que dizer
Sinto réplicas subtis
Que espicaçam o meu Ser


Preciso reencontrar em mim
O sal da minha serenidade
Acalmar a ferocidade
Estabilizar a minha realidade


Estou entre a planície
Da erosão
E a sombra da ficção
Estou testando
A minha assimilação
Estou mais distanciado
De qualquer perfeição


Estou na minha recuperação
Sinto ainda
O fumegar da combustão
Procuro na respiração
O retorno da tranquilidade
Da minha comunicação


Mais do que nunca
Necessito do teu sabor
Da saliva da tua boca
Do cheiro do teu beijo
Do fervilhar do teu corpo
Na loucura
Do meu desejo


Quero viajar no teu relevo
Quero beber os fluidos
Dos teus cantos
Visitar os teus labirintos
Quero mergulhar fundo
Na decadência
Dos meus selvagens
Instintos


Necessito
Que me afagues
Esta dor

Não esperes

Apaga-me já
Esta dor

Com o vapor


Do teu Corpo quente


E do teu

Calor …..







Luis Sousa