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terça-feira, 26 de outubro de 2010

No Vácuo das Monções ....







É como se eu estivesse
No parapeito do muro
Que envolve o miradouro
Da encruzilhada dos tempos


É como se
Cada capítulo
Já fosse previsível
Nos meandros
Dos meus pensamentos



Será este um dom
Ou será este o preço
De quem sem saber
Orbita no vácuo das monções
Toca as extremidades das estações
E sente uma afinidade particular
No universo aleatório das colorações



Mas na verdade
É todo o caminho
Que define o processo
É todo o achado precioso
Na poeira
Do velho pergaminho
Que está a necessidade
Do avanço e do retrocesso



É como se o trapezista
Soubesse
Que a distancia do chão
É grande
Que a concentração se faz
Na capacidade
Do olhar distante
E no ímpeto
Que lentamente emerge
Em cada instante



Tudo vozes
Ecos projectados no espaço
Imagens definidas




Que se enrolam entre si





Tomando formas de um laço …..