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domingo, 20 de junho de 2010

Purgando a Realidade ....







Há momentos
Em que o silencio
Vale mais
Que todas as palavras
Sejam elas
Parcas ou inteiras


Há momentos
Em que
O silencio que nos invade
É a aragem mais pura
Que extraímos do vento
E a corda robusta e segura
Que se agarra
Na corrente tempestiva
Da insatisfação e do desalento



O silencio
É esse Amigo presente
Da mais intima verdade
É o espaço envolvente
Que se relaciona com o Ser
Purgando a realidade



Aí se descobrem
Pedaços soltos
Peças perdidas
Curvas apertadas
Velhos passeios
E outras calçadas
Onde na espiral dos dias
Se tentam encontrar
Possíveis sentidos


Em etapas sensíveis
Na convulsão do contraditório
As palavras podem ser rastilho
Cogumelos envenenados
Estilhaços colaterais
De motivações sem brilho


Na reflexão
Pede-se a contemplação

Respiração necessária

Na revitalização

Do corpo e da alma



Para tudo isso


Só mesmo



No espaço interior






Puro de Silencio ….