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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ser Livre ....


Não é fácil
Ser livre
E permanecer imune
À psicopatia colectiva
Do tresmalhado rebanho


Não é fácil
Ser livre
Mantendo um rumo
Distanciado
Das investidas dos esquivos
Que no caldo salubre
Da manifesta ânsia
E hipocrisia
Sem qualquer pudor
Se deleita
Tomando assim
O seu auspicioso banho


Na verdade
Não é fácil não
Ser livre
Num circo onde
A matilha dominante
Aglomerado
Por traiçoeiras feras
Dita as regras
De qualquer jogo


Neste circo sem sentido
A máxima
É a regra do vale tudo
O que importa é
O objectivo conquistar
Conseguir
Em frente seguir
Fazer o outro não pensar
Tornando-o assim mudo


Mas
Como pode alguém
Apagar as luzes
Do seu discernimento?
Jamais pode alguém ignorar
O seu sentimento
Essa raiz profunda
Que em permanência
Fecunda a essência
Do seu alimento


Apesar do fio
Que não se quebra
No trilho da permuta
Que traça a real conduta
Por vezes
Fica-se em perigo
De pelos humanos
Na generalidade
Se perder a compaixão


Não é fácil
Ser livre
Baixar o escudo
Guardar a espada
Acreditando
Na pura bondade
Que neste carrossel
Se reveste tantas vezes
De envoltos pigmentos
Da mais sinuosa maldade


Ser livre
Ser autêntico
Não se deixar
Pela mentalidade
Do rebanho subjugar
É pagar um preço alto
Próprio de quem jamais abdica
Da liberdade
Da sua independencia
Na intrangigencia
De qualquer submissão
Ou de qualquer vassalagem
Nunca prestar


Ser livre
É sofrer
Não vacilando
Sem nada dizer
É saber o traçado escrito
Pelos ventos
Ora puros
Ora cinzentos
Que trazem
As folhas do destino

Sem nunca se afastar

Um milímetro


Do Traço


Do Seu Caminho …..







Luis Sousa