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terça-feira, 30 de junho de 2009

Cada Traço ...







Afinal
O que é isto aqui
Este espaço só meu
Onde
Em alguns pedaços
Dou azo e extravaso
Fluxos e refluxos
Que emergem
Neste meu espírito
Nesta minha alma
Que Algo concebeu



Afinal
O que faço
Aqui eu
Num tempo
Já tão longo
Onde um manancial
De acontecimentos
E de histórias
No desfilar
De imensos e tantos dias
Por aqui
Já aconteceu



Entre factos e actos
Ternuras
Carinhos
Empatias
Amores amigos
E amarguras
Fui sentindo
A textura
A temperatura da terra
Que em alguns
O seu íntimo encerra


Entre
Tantas outras razões
Onde encontro
Motivos e soluções
Vou por aqui estando
Meus olhares
A cada intervenção
Vou continuando e pintando
Numa sequencia
Indeterminada
Que me esvazia
E me preenche
De nutrientes necessários
Com que me vou
Alimentando



Já foram tantas
As vezes
Que pensei
Soprar com força
Definitivamente
Para esta vela
Apagando
Esta chama
Que por aqui
Me vai
Fazer ficando


Mas por enquanto
Permaneço aqui
Não sei até quando
Neste Meu canto
Mantendo esta chama
Longe sempre
Do passeio
De qualquer fama


Este é
O Meu Espaço
Onde faço e desfaço

O nó preso
De qualquer laço


Neste Meu Espaço


Onde misturo e amasso


O pó
A água e a terra


Com que desde sempre


Vou desenhando

E construindo




A silhueta
Com que vejo




Cada Traço ….




















sábado, 27 de junho de 2009

As vagas destes dias ...







Estranhas têm sido
As vagas destes dias
Entre a claridade
Das estrelas
Os desafios rotineiros
E as nuvens
Que se formam
Em momentos aleatórios
Que alternam
Entre texturas densas
Porosas
Construindo formas
Circulares e esguias


Estranhas têm sido
As emoções
Que no gráfico dos significados
Impressos
No manual das razões
Oscilam
Em vértices
Curvas de ondas
Que vagueiam
Entre o sim e o não
Dos horizontes imaginados
Das minhas cogitações


Estranhas têm sido
As encadeadas resoluções
Em face
De cada instante
De muitas destas equações
Numa sequencia
Que não identifico
Pois abri as portas
Do meu cacifo
Criando assim uma explosão
De ínfimas partículas
Que apesar
Do intemporal conteúdo
Ainda não decifro


Escuto ecos
Vozes viajantes
De outros quadrantes
Leio as dobras que chegam
No vórtice tubular do vento
Espanta-me o ênfase
A intensidade
A persistência e o alento
Por vezes sorrio
Pois
Na verdade sincera
Não sei o que pensar
Pois no vazio que ficou
Restou em mim
Somente
Uma página
De nenhumas certezas
E um dicionário
De interrogações no ar
Mas admiro sem dúvida
A grandeza da construção
O aroma adocicado
O perfume da inalação
No contexto
Da qualidade impar
Da sublimada narração


Estranhos têm sido
Estes dias
Em que por vezes
Me sinto pouco
Algo distante
Perante
Irreversíveis
E gigantescas tarefas
Num quadro
Cujas exigências
Me causa
Aqui e ali
Algum desconforto
Mas a verdade é que
Sem se esperar
Num contexto impensável
Sábias palavras
Nestes dias
Simplesmente guardei
E que dizia alguém
Que o mais importante
Em qualquer situação
É tentar sempre
Estar bem


Apesar de tudo
Da bagagem que carrego
Dos registos efectuados
E que destrinçam
O sim de mim
E destes dias
Que passam velozes
Totalmente impiedosos
Onde milagrosamente
Restam
Minúsculos oásis

De especiais momentos
Em que o mundo
Se acalma

E por instantes
Fica simples e mudo

Mergulho na borda
Deste rio quente

Que no seu caudal

Contém fauna

De espécimes diversos


E uma flora

De pequenas verdades




De quase tudo ….






terça-feira, 23 de junho de 2009

Chego aqui assim ...




Tal como
As gotas do vapor
Que pigmentam
A experimentação
E o levitar
Na dimensão livre
Do sonho fecundado
No que chamam de
Surrealismo
Com todas as suas
Misteriosas cores
Apelando à descoberta
De balões flutuadores
De correntes quebradas
E de outros
Escondidos sabores
Que no decorrer do degusto
Revelam montes alísios
E vales imensos
De profundas dores


Chego aqui assim
Neste ponto mudo
Questionando tudo
Numa travessia onde
Todos os significados
São a cada dia
De certa forma
Transformados
Numa dicotomia
De verbos
Palavras
Gestos
Gritos roucos
Amordaçados
Por imagens sucedidas
Gravadas nas encostas
De pensamentos
Criados por conexões
Neuronais
De intermitências fugidias


Chego aqui
Neste ponto onde
Sei que
Tudo o que existe
Jamais suplanta
A força
A permanência
Com que
O denominador comum
Tempo
Elemento
Neutro e saliente
Em cada coisa persiste
Insiste
E por vezes
No tropeço desiste


O que está aqui dito
Tem traços riscados
De desenhos infantis
Histórias registadas
Guardadas
Que ficaram para sempre
No regaço das memórias
Paisagens sonhadas
Divagações esquecidas
Paraísos tocados
Oásis traduzidos
Que na tal
Exigência de consciência
Algemas de aço
Da crua realidade
Se abafa e se mata
No escárnio contraditório
Desta necessária loucura


Talvez
No horizonte
Do olhar que alcança
A linha que marca
A vida e a morte
Do rei astro
Mutações
Nascente e poente
Transformações emergentes
Se avizinhem
Novas realidades
Nos aleatórios segmentos
Que nas sincronicidades
Se alinhem
Num ribeiro cujas cascatas
Inundem devagar
Pois
De nada mais me importa
No desafio deste contexto
De diversos significados
Que também pressinto


Atrás de cada palavra
Existe um caminho
Criado pela subtileza
Espora do instinto
Sabendo que

Tudo o que nasce

Um dia termina

Como uma gota de orvalho

Que no calor do dia

Se evapora


Deixando um qualquer Ser


Com sede



E também
Algo faminto …..







domingo, 21 de junho de 2009

Em estado devoluto ...





Bom dia
Que é dia

Boa tarde
Que já é muito tarde

Ou boa noite
Que essa lamparina
Há muito se apagou

Num gesto único
Rápido
Como o silvo da foice



No ontem
No antes de ontem
No antes de antes de ontem
Sim
O que quer o vento
Será mesmo da argamassa
Ou será amostra já vista
Falsa de sedimento


Na virgula
No acento
Na reticencia
No ponto final
Existe aquela estação
Em estado devoluto
Aquele terraço
Em ruínas
Que já não serve
Mais de culto



No sol
No raio
Na claridade da lua
Na queda da chuva
Prefiro de longe

A tranquila transparência


A essa água salubre


Contaminada e turva ….







Essa coisa pintada ...







No mundo
Em que vivemos
Na rotina
Na exigência
Nas obrigações

Apesar do Amor
Do companheirismo
De perfume intenso
Com aromas
Puros de incenso

Haverá alguém
Que possa
Sem hipocrisias
Sem subtilezas fugidias
Afirmar que é
Totalmente feliz ?

Nunca
Jamais
Assumindo dizer não
A todas as camuflagens
A todas as mascaras
Incongruências
E outras danças mais


Porque eu falo
Eu choro
Reconheço
Amo
Esfolo-me
Alegro-me
Revolto-me
Mas sinto o calor
De cursos de água
Profundos
De um traço
De um abraço
E derreto-me
Perante sinais
De sinceridade
De absoluta verdade
De pura ternura
Carinho
E saudade


Sou Homem
King
Rei privilegiado
No mais absoluto
Reino privado
Alvo de Amor
Total
Jamais virtual
Vivido
Verdadeiramente real


Tal como
As pirâmides do Egipto
Foi construído
Com amor
Com alegrias
Com lágrimas
E com uma
Cumplicidade sem fronteira
Com momentos
De uma intensidade ímpar
Única
Distante do normal


Mas
A verdade é que
Sou humano pensante
Independente
Observador interpretador
E como tal
Vivendo muitas vezes
Inconformado
Incomodado
Em estado não conivente
Neste mundo
De outros homens
Onde reconheço existirem coisas
Imensamente boas
Mas também sei
De outras coisas
Terrivelmente más
Onde por vezes
O cheiro que delas emanam
É podre
E nauseabundo


Por isso
Eu tenho a certeza
De que

Jamais serei
Essa coisa pintada
Utopiada
Imaginada
De alguma vez ser

“ Um Homem Feliz “

No espaço
E no tempo

Que ao longo

De todas as esquinas

De todas as rectas e curvas



No decurso
Deste Caminho



Que assim
Viverei …

sábado, 20 de junho de 2009

Rubra ilusão ....







Nesta minha ânsia
De chegar
A um lado qualquer
E no espreguiçar
Dos meus desejos
Encontrar
A solução
Seja ela mágica
Num tranquilo sedar
Aliviando
Os meus pensamentos


Na solidão dos meus
Escolhidos momentos
Sou várias coisas
Entre elas
Sou albatroz
Ave demorada
Viajada
Lenta
Por vezes veloz


Que nas correntes térmicas
E no calibrar do vento
Faço-me enganar
Ao fazer planar
Longas asas
Que imagino ter
Mas que na face
Da minha
Rubra ilusão
Simplesmente
Não tenho


Sou pedaços
Arcos quebrados
De um espelho
Que numa extensão imensa
Se perde
E se encontra
Nos reflexos constantes
De pequenos e grandes
Fragmentos
Indeterminados
Da minha ausência


Grito
Palavra escrita
Voz abafada


Ecos na serra
Devolução retardada
Vanguarda
Sons na cordilheira
Conjunto de montanhas
Desta ilha cercada
Por água salgada
Onde existem
Rochas a referenciar
Indecifráveis molduras
Que flutuam neste mar



Verdadeiros sinais
Em permanência


Nós de uma vida
Onde há muito se foram



Marcas e resíduos


De uma qualquer
Inocência ….




quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Jovem da Tatuagem ...







Nestes alguns anos de vida
Que tenho
Já vi e conheci alguma coisa
Houve algo que
Há dias
Me captou
Uma estranha atenção


Deslocava-me de metro
Na grande metrópole
Onde trabalho
E de repente vejo
Um jovem de cerca de
Vinte e tal anos de idade
Que no lado interior
Do seu antebraço
Tinha uma tatuagem
De um tamanho considerável
Que dizia o seguinte

PEOPLE ARE STRANGE


( As pessoas são estranhas )


Olhei mais que uma vez
Para me certificar
Da frase tatuada
E não pude deixar de
Me confrontar
Com esta brutal
E estranha verdade
Que num gesto de revolta
De frontal provocação
Ou de outra coisa qualquer
Levou este jovem
A tatuar no seu antebraço


No meu restante trajecto
Não pude deixar
De olhar para as pessoas
À minha volta
De pensar nos inúmeros factos
Que todos os dias ocorrem
E concordar com
A estranha verdade
Que esse jovem tatuava
No seu braço
Como se
Num grito permanente
Quisesse esfregar nos olhos
De todos os que por ele passavam
Essa perturbante
Verdadeira
E estranha frase


Mas é claro
Que é verdade
Tenhamos a coragem
De reconhecer
Essa verdade de que todos
Somos inteiramente responsáveis

PEOPLE ARE STRANGE

Pois vivemos
Numa sociedade estranha
Construída por gente
Cada vez mais estranha
Que perante a estranheza
Do meio envolvente
Perde valores
Ignora princípios
E desconhece referências
Numa batalha sem nexo
Onde a ausência de verdade
Já não deixa ninguém
Perplexo


PEOPLE ARE STRANGE


Quem tem a coragem
Ou o desespero
De tatuar no seu braço
Esta frase

Conhece bem
O mundo farsante
Hipócrita e castrante que o rodeia
E sabe com toda a certeza que

A sua tatuagem


É muito mais



Que uma

Simples ideia ….










terça-feira, 16 de junho de 2009

Simples e Belas ...







Nestas sinuosas marchas
Em que tudo
Se movimenta e gira
Sinto o calor
Das achas e do fogo
Tal como o suor
Que das minhas mãos transpira


Sou um pouco
De mar salgado
Que por vezes arde
Sem a combustão do vento
Que se distancia do tempo
Nunca se sabendo
Se chega cedo ou tarde


Por isso
Activo a combustão
Provocada pela acção
Da sinergia
Que emoldura a tela
Dos meus sentimentos


Conheço a luz
De algumas estrelas
Pois nos momentos
Mais calmos da noite
Viajo no céu
E desfaço-me
De alguns ruidosos
Pensamentos


Continuo a acreditar
Em coisas renovadas
Simples e belas
Que alimentam emoções
Criando vibrações
Subtis e singelas


Assim caminho

Por vezes paro

E observo a beleza

Das pedras

Que desenham a calçada


Que compõem o traçado


Das minhas ruelas ….












domingo, 14 de junho de 2009

Erotika Pulsão ....







É uma fonte
De fluxos espontâneos
Flui na transparência húmida
Tornando a lingua molhada


É um novelo
Que se desenrola o fio
Na delicia do prazer
Que reflecte o brilho
De uma imagem proibida
observada no espelho


É filigrana
De rendilhado complexo
Que transpira
No pulsar da imaginação


Falo do erótico
Como uma forma de
Partilha e comunicação
Onde as notas são desejo
Emanadas
Por melodias de inspiração


Erotização
Universo livre
Onde o pensamento
A criação e a palavra
São elos entrelaçados
Em plena difusão


Erotismo
É Arte
É Cultura
Desejo e sedução
Partículas
Da mesma respiração


Paisagens múltiplas
Fisiologicamente estimulantes
Mentalmente fervilhantes


Onde as fronteiras
Não têm cabimento

Pois este

É um horizonte

Onde tudo

Deve acontecer
Na mais livre



Nua e Pura

Expressão ….







sábado, 13 de junho de 2009

Incongruência Minha ...


É português
É na actualidade
Considerado
O melhor do mundo
E para onde vai
Vai receber
30 000 Euros por dia


Sim é verdade
30 000 Euros / dia
Igual a 42 000 US Dólares / dia
E isto só porque
tem talento a jogar futebol


Mas se existe gente
Disposta a pagar isso
Ele faz o que deve
Recebe e agradece


Se perguntássemos
A essa mesma gente
Que lhe vai pagar
Tudo isso
Se estariam dispostas
Com esse dinheiro
A ajudar
A acabar com a fome
Num qualquer canto do mundo


A investir
Em educação
Em saúde
Em países carenciados
Das mais básicas necessidades


A criar empresas
E empregos
A nível global
Que se faz hoje
Tão necessário


A patrocinar
Pesquisas na cura
Do cancro (câncer)
Da sida (aids)
E na protecção do ambiente
Em todo o planeta


Será que a prontidão
E a motivação dessa gente
Seria a mesma ?


Seria mesmo ?


Estou falando
De 30 000 Eur / dia
Que se paga a um jovem
De 24 anos
Só porque o talento
Que tem
Está nos seus pés


Será que sou eu
Que estou fora
Da realidade ?


Será que
O meu olhar
Está distorcido ?


Pois
Deve ser isso
Deve ser incongruência minha

Sou eu que estou
Deslocado


Deste mundo que gira ….









Palavras surdas ...







A mão
Não cabe na luva
O pé não cabe no sapato
Cada medida foge
A qualquer intenção
Antecipadamente concebida


É como que
Uma fantasia requerida
Mas que não serve
Aquela necessidade
Que no mais fundo
Grita e clama
Pedindo por ser conseguida


Talvez
Tudo isso seja
A dor da ferida
Latejante
Que na sua cor tremida
Amordaçada diga
Palavras surdas que
Sem culpas de ninguém
Activam a contagem
Do ciclo da vida


A mão
Não cabe na luva
O pensamento
Não cabe
Na compreensão
E quase tudo foge
Ao discernimento
Do entendimento


Está chegado o momento
Em que o tronco
Ressequido
Perde a humidade
Como seu
Mais velho elemento
E cada vez mais
Vai perdendo
No seu seguimento
Flexibilidade
Para seu sustento


A vida sustentada
Necessita
De uma grande enseada
Porque
Já está visto que
Sem ela

As conexões se perdem


Com a oxidação


Provocada


Por um universo de vontades


Sistematicamente anulada


Que nunca serão mais que



Pedaços de coisas




Que respondem

A quase nada ….










quinta-feira, 11 de junho de 2009

Minha dependência ....







Numa das curvas
Dos meus dias
Dei comigo
Pensando nesta mania
Diria que
Quase uma
Salutar demência
Que desde há muito
Se tornou uma minha
Pura dependência


Uma fuga
Em jeito de mergulho
Fornalha
Misto de pensamento
Sentimento
Emoção e reflexão
Que me faz incinerar
Muito lixo e entulho
Ciclo de fermento
Uma pausa
Onde faço silenciar
Muito do
Envolvente barulho


Preciso dela
Necessito dela
Pois é nela
Que me encontro
Desta estranheza de mim
Desta coisa inexplicável
Que me faz ser
Frontal opositor
Compulsivo gladiador
De tudo
O que mais discordo
Neste mundo construído
Por humanos assim


Na fermentação
Das ideias
Na convulsão
Dos sentidos
Nas agudizadas dores
De muitos até hoje
Caminhos traçados


Procuro nela
Nesta dependência
De pensar e escrever
De projectar
Reflectir
Repensar
Criar
Imaginar e querer



Pois é nela
Que tento encontrar
Mágicas poções
Que me
Acalmem a raiva
Que me
Segurem a revolta
Frutos amargos
Desde há muito provados
Pelo que
Em cada dia
Rotineiramente
Fatalmente
Me confronto e vejo


Sim
Dependo dela
Preciso dela
Alimento-me dela
Curo-me com ela


Desta dependência
De pensar e escrever
Porque é ela
Uma ancora de peso
Que me segura
Na necessária sanidade
Que me protege
E me faz caminhar
Providenciando o sustento
Que me ajuda a viver
Nesta coisa a que
Estes carneiros formatados
Chamam simplesmente
De nossa sociedade



Nesta minha tendência

De pensar
Reflectir
Crescer para dentro
Escrever
Observar e muitas vezes
Não alinhar


Tento-me ajudar
A estar
No mundo
Destes humanos


Preservando assim
Alguma possível Sanidade



Com




Esta Minha



Confessada dependência ….




segunda-feira, 8 de junho de 2009

Percepções ...


Como Seres mutantes
Em constante transformação
E em contínua
Evolução e adaptação
Alinhamos prioridades
Escalonando-as
De acordo com
O que sentimos
Que nos faz falta
E o que
Numa certa fase
Mais aspiramos


Ao entrarmos num estágio
Relativamente experimentado
Do universo das percepções
Vamos reconhecendo que
O parecer
Sem efectivamente o ser
É igual a
Absolutamente nada


Tal como
O valor material
Ajuda
Em alguma coisa sim
Mas não é
Totalmente liquido assim
Num primeiro instante
Parece ser tudo
Mas no continuar
Por vezes
Perde o brilho
Gastando-se a magia
Na marca
Do mesmo trilho


Enfim
O universo
Das percepções
É assim
É um espaço infinito
De muitas constatações


Há gente
Apesar de pobre
Parece ser
Relativamente feliz
E há gente com
Sinais exteriores de riqueza
Que abafam e camuflam
O que
A sua Alma lhes diz


Os desafios são muitos
As interrogações são tantas
O lume brando das soluções
Fervilham nas profundezas
De muitas inspiradas percepções


Escuto
Olho
Respiro
Observo e sinto

E o que mais procuro
Encontra-se nas vagas sublimes
Do oceano profundo da tranquilidade
Libertação crua dos espaços
Em que posso soltar
O fluxo das minhas equações
Na serenidade dos momentos
Que estabilizam o pulsar
Dos meus sentimentos e emoções


É essa tranquilidade
Que valorizo

É essa tranquilidade
Que subscrevo e busco

Pois é nela
Que eu vislumbro
Pigmentos libertadores


Que se escondem por vezes



Nas minhas percepções ….











sábado, 6 de junho de 2009

A Nossa Casa ...







Comemorou-se ontem
Dia 5 de Junho
O Dia Mundial do Ambiente
E na comemoração deste dia
Tive a oportunidade
De assistir e ver
O filme documentário “Home “
Que retrata a nossa Casa
O Planeta Terra


Sem dúvida que
Perante o tremendo alerta
Que este filme
Em cada um de nós
De forma gritante
Faz acontecer
Deixou-me
Algo confuso e perdido
Entre a angustia
E uma réstia de esperança


Quem certamente
Teve a oportunidade
De ver este filme
Saberá com certeza
Traduzir em sentimento
E emoção o que
Eu estou a dizer


Vivemos
Vertiginosamente
O dia a dia
Das nossas vidas
Mergulhados
Nos nossos problemas
Nas exigências
A que somos sujeitos
Nos desejos que demoram
A ser cumpridos


Vivemos
Tão distantes
Desta realidade planetária
Que num prazo
De dez a vinte anos
Pode mudar radicalmente
A forma como vivemos
As necessidades básicas
Que hoje temos
E transformar por completo
O futuro que queremos


Vivemos
As nossas vidas mundanas
Cegos e surdos
Alheados
Das consequências brutais
Que hoje
Já se fazem sentir
Em inúmeros locais
E que em pouco tempo
Se estenderão
A tantos outros lugares


Desde o metano
Prestes a eclodir
Pelo degelo na Sibéria
Cujas consequências
Ninguém
Se atreve a prever
Na escalada brutal
Do efeito de estufa
Passando pela subida
Cataclísmica dos oceanos
E pelo cenário dramático
De falta de água doce
No planeta
E a desflorestação compulsiva
Sinto-me algo perdido

Pela enorme dúvida
Que me assalta
Na real possibilidade
De se reverter este processo
Tendo em conta
O curto espaço de tempo
De que a humanidade
Com todo o seu Saber
Cientifico e tecnológico
Dispõe actualmente
Para o fazer


Sinto-me apreensivo
Sinto-me algo revoltado
Porque decididamente não foi este


O futuro de uma vida

De um Mundo

De um Planeta



Que para os meus filhos



Algum dia



Eu imaginei ter …






terça-feira, 2 de junho de 2009

Calor Único ....







Normalmente
Aqui
Poucas vezes
Falo de nós dois

Mas
Dando continuidade
Ao que
Anteriormente disse
E escutando
Por mais um tempo
Estas melodias
E estas sonoridades


Sinto-me levar por elas
Recordando
Viajando
Por outros tempos
Aconchegando
A tua mão no presente
Guardando esta emoção
Com a tua presença
Num futuro Nosso
Sempre


Quando hoje
Em certos momentos
Olho
Para nós dois


Para além
Deste Amor que Sinto
Para além
Das montanhas que juntos
De mãos dadas
Os dois subimos
Para além dos mares
Do nosso Sentimento
Que juntos navegamos
O que mais me fica

É esta
Incrível sensação

De Agradecimento



Agradecimento
Aos Deuses
Às forças cósmicas
Do Universo
Às linhas
De convergência invisíveis
Que no silencio do vazio
Traçaram
Roteiros soberanos
Que nos seus cálculos
De ínfimas possibilidades
Definiram
Em certo tempo

O Encontro
Das Nossas Almas


Pelo teu Amor
Incondicional
Pela tua dedicação
Sem limites

Quero até
Ao findar dos tempos

Sentir

O sabor
Da tua Presença


E o aconchegante
Calor único


Das


Tuas Mãos ….