Arquivo do blog

domingo, 1 de novembro de 2009

Eterno Desafio ...







São vezes já sem conta
Em que me vejo forçado a abrir
Aquela mesma e velha caixa
Arrumada no meu velho armário
Onde guardo a armadura
O escudo e a espada
Para entrar em mais um circulo
Onde rolam muitas esferas
Duelos e esgrimas
Próprios de circos povoados
Por inúmeras feras


Mas este mundo de feras
Ainda rola desta forma
Sobre o seu eixo
Continua girando assim
Por muito que se façam campanhas
Mentalizações e solidariedades
A vida dessas regras
Há muito cultivadas
Pelos poderosos impostas
Mantendo-se velhas formatações
Globais padronizações
E pela maioria
Naturalmente alimentadas e aceites
Parece que nunca terá fim


Sob a capa do civilizado
O poderoso corrompe o fraco
Sob o argumento da migalha no prato
O marginalizado vinga-se no inocente
E no meio dessa encruzilhada
Toda essa manada
Já há muito aceitou
Participar nesse jogo
Onde a principal regra é
Vence
Quem melhor mente



Por vezes eu não sei
Qual a roupa
Devo eu vestir ou usar
Que sapatos
Devo eu escolher e calçar
Quando o terreno que vou pisar
É uma incógnita
Por vezes é pantanoso
Outras
Seco e poeirento
Para além de
Acidentado e irregular



Por outro lado
Chegam-me mensagens
Palavras e conteúdos
Ideias e pensamentos
Filosofias e ensinamentos
Em cartas e pergaminhos
Escritos feitos
Por homens simples
Dignos e sábios
Habitantes de um outro mundo
Gente da cidade e do campo
Sendo que
Cada um deles à sua maneira
Nas suas individuais jornadas
Têm lançado sementes
Na esperança de que esses frutos
Contaminem homens e mulheres
Para que os trilhos
E os caminhos a construir
Fossem muito mais além



E nesta longa caminhada
De participada
Simples
E complexa viagem
Por vezes ainda não sei
Qual é a estrada
Qual é a rota
A mais certa coordenada
Que me poderá levar
Aquela tal ilha
Aquele monte
Aquele intermédio lugar
Onde posso encontrar
A mais acertada
Sensata aprendizagem



Eterno desafio este

Que me esfola
Que me agride
Que me revolta
Mas que de seguida
Abraça-me
Ilumina e me consola
Deixando em cada marca
Um pigmento de renovação
Um segmento de força redobrada
E uma certeza de que
Cada passo que dou
Próximo
Distante
Procurando todos os lados
São diplomas selados
Passados pelos deuses
Testemunhas presentes
Da minha intima
Pequena ou grande gloria


Eterno desafio este

Na certeza de que estou
No traçado escolhido

Num caminho
De um objectivo determinado



Que é chegar a um dia
Em que eu consiga aceitar
Sem esforço
Todas as contradições
Deste mundo dual
Que em permanencia retrata
Esta realidade


E conseguir sem resistência
De forma tranquila e confortável
Mergulhar neste imaginário rio
Deixando-me pela corrente levar


Simplesmente fluir
Entre as margens
Da dor e do prazer
Vivendo a experiencia de ambos
Sem contudo
A nenhum me deixar prender



Terei eu
Então conquistado



A Minha Mais Valiosa


A Minha Mais Grandiosa




Preciosa
E Saborosa Liberdade …