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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Ser, outra vez




SER, OUTRA VEZ


Tantas vezes
Queria voltar a ser criança
Perder esta adulta ignorância
Queria voltar a ter
Aquele olhar, aquela forma de estar
Onde não há memória
De qualquer dura lembrança

Queria sentir a leveza
Voar na fantasia
Abrir asas, ser albatroz
Planar, na onda térmica da melodia
Ser mágico brilhante
Nos eventos da minha magia

Sentir o sorriso quente
Inventar reinos, desvendar mundos
Em qualquer chama reluzente
Ser puro, ser novamente inocente
Regressar ao olhar limpo
Chegar ao outro lado do mundo
Abraçado, ao sol poente

Pois, é assim tantas vezes
Este desejo, de voltar a ser criança
Brincar com a terra
Encher-me de areia
Sentir-me livre
Estar longe, de qualquer teia
Abrir o coração
Acariciar a vida
Desbravar o chão, como quem semeia


Luis de Sousa in “ Ser, outra vez “
Em “ Poemas Rasgados “