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sábado, 1 de maio de 2010

A Frescura e a Sombra ...







Entre a vertigem
Do maior sucesso
E a intimidade do processo
Existe aquela pausa
Distancia prudente
Entre a queda e a causa


Entre a glória
E as raízes
Dessa Árvore Mãe
Que fornece
A frescura e a sombra
Da minha história
Existem canaviais
Latitudes
E pontos cardeais
Que cimentam os degraus
Dos meus presentes actos
Alicerçados nos rochedos
Da minha memória



Nesses canaviais
Aprendi a reconhecer a força
Das correntes fluviais
Aprendi a respeitar
Os momentos cruciais
E fiz emergir
Da essência e do substrato
As resinas e os filamentos
Que transportam os significados
Que traduzem os meus sinais




É nesta canoa
Que navego pelo leito
E pelas margens
Paro e contemplo
A beleza
De algumas paisagens
Decomponho
Pensamentos e ideias
E divago
Entre algumas miragens



Mas é assim
O fluxo
Que impele este meu destino
É assim o cinzel
Que esculpe o meu olhar
Numa variante
Por vezes intrigante
Mas nunca perdendo
A noção do milagre
Guardando sempre
A gratidão do presente
A humildade necessária
Num viajante





Quero ver se consigo
Não perder este elo

Continuar a deixar aqui
Uma parte
Deste lado de mim


Esta neblina catártica
Que quase lhe sinto
O aroma a jasmim


Pois é de dentro
Que este magma flui



Parecendo sempre




Nunca Ter Fim ….