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domingo, 25 de outubro de 2009

Paisagens dos Meus Olhos ...







Estes não são
Os meus olhos
Mas são sim
Os tons
As cores e as linhas
Das paisagens que
Na maior parte das vezes
Ele percepcionam
Interpretam e reflectem



Essas paisagens são exemplos
Das várias facetas
De outras coisas
Que esses olhos
Por vezes sem contudo verem
Despertam sinais no meu espírito
Alertando o véu da minha Alma
Para as várias substancias invisíveis
Não fácilmente perceptíveis
Que circulam nos corredores
Da mansão dos seres
Que visitam as velhas arcadas
Registos monumentais de aqueles
Que um dia julgaram encontrar
Nas linhas enviusadas
Os suporíferos necessários
Que eventualmente poderiam envolver
Os genuínos sentimentos
Propulsores sagrados esses
Dos mais profundos saberes



Estas não são as imagens
Dos meus olhos
São sim as paisagens que
Nesta diáspora de contradições
Que alguns desses seres
Seres esses impregnados de gente
Criam nos seus próximos e iguais
Enredos simulados teatrais
Cujas chantagens emocionais
Estão velhas e gastas
Depositando na terra vermelha
Argila fértil terapêutica
Para outras vertentes medicinais



Cresci neste mundo contraditório
Enfeitiçado pela magia das coisas boas
Que em tenra idade julguei
Eternas e facilmente realizáveis
E num lado frio da montanha
Conheci em devido tempo
A pedra essência da ilusão
Que em certo dia
Me contou a verdade da realidade
Que em poucas palavras arrasou
A inocência do meu coração
Fazendo com que
A Palavra Verdade
Fosse bandeira única
Em qualquer herdade
Em qualquer bastião
Fosse essa ou esse
De pequena ou grande dimensão



Estas palavras que profiro
Não são feitas de entrelaçados
Entre a mentira
A dúvida e a indecisão
São provas vivas revisitadas
De viagens ao mundo profundo
Onde a razão não vale nada
Vale menos que qualquer tostão
Portanto
Gotas de pedra por aí
Que procuram criar mossa na água
Vejam bem a cor da pretensão
Pois há muito a observar
Nesse contexto que define
A ténue fronteira
Entre a transparência
Da autenticidade cristalina
E o engano estudado da ilusão



Ser tudo ou ser quase nada
Está na dobra da imperfeição
Solução essa que reside
No custo pendente
De uma obra inacabada
Que significa
Para todos aqueles que
Um dia já conheceram
A mensagem que chega
Na consciência que desperta
Na mais tranquila madrugada
É a permanência sólida
Consistente de que
Existem valores na Vida
Que estão muito para além
De qualquer simulação
Ou jogada subtilmente articulada


Tudo o que aqui
Foi dito
É tão pouco
Tão pouco

Mas talvez em qualquer altura
Eu vá dizendo mais um pouco

Pois o sabor do que vejo
Neste mundo de gente
Tão inteligente
Gente tão boa
Mas também de gente de sabor
Tão vazio e tão oco



Tem um travo multidisciplinar




É preciso saber observar

É preciso saber apurar o paladar
E assim depois distanciar


Para nessa mesma distancia



Saber o que na realidade
De tudo isto




O que vale realmente a pena peneirar




Para depois tranquilamente



Com Ternura Guardar …