Arquivo do blog

domingo, 19 de outubro de 2008

Sinto-me assim ....


Sinto-me assim
Tantas
Tantas vezes
Assim
Espreitando e observando
O lado difuso
Complexo e oculto
Das sombras que vagueiam
Nos corredores intermédios
Entre as estações e os apeadeiros
Que marcam cada paisagem
Deste meu tempo



Sinto-me assim
Por vezes
Não conciliado
Neste movimento
Vivendo entre a margem
E a utopia
Da minha miragem
Delineando os meus passos
Por estradas
Em zonas solitárias
Pedaços de um chão
Ausentes de nomes
Desertos e oásis
Que são
Terras de ninguém



Sinto-me assim
Fragmento desintegrado
Na proximidade distante
Do complemento alargado
Preso
Livre
Liberto
Na vertigem da minha alucinação
Estico a minha mão
Agarro suspiros de emoção
Os meus dedos
Transpiram pingos de histórias
Onde vivem olhares
Longe do selo da razão



Sinto-me assim
Por vezes dentro
De uma bola de sabão
Viajando numa outra dimensão
Sou estrangeiro
Viajante
Talvez expedicionário
Em qualquer aldeia ou nação
Topografando relevos
Registando dialectos solúveis
Refluxos que desenham mapas
Cartografias de sentimentos
Sinais de visões
Coordenadas de sonhos
Que podem nascer
De um qualquer
Nobre Coração



Sinto-me assim


Sempre dialogando
Algumas vezes gritando
Muitas vezes clamando



Neste silencio Meu


Que acontece


Por vezes



Em Mim …..









Luis Sousa