Arquivo do blog

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Coreógrafos do Destino


Diria que
Ao longo dos tempos
E nos imensos diálogos
Já partilhados com tanta gente
Dos mais variados quadrantes
Onde por vezes emerge
Uma necessidade intrínseca
De aclarar e desobstruir
As ruas e avenidas
Dos labirintos da mente
Amenizar pensamentos
Restaurar emoções e sincronias
Algures no tempo sentidas
E outras tantas já perdidas



Na constância verifica-se
Que existe um elemento fulcral
Que sem querer
Determina os movimentos
Numa textura contextualizada
Emanada por cada pessoa
Que inevitavelmente deriva
De uma história pessoal
Cujo peso e suas amarras
Se entranham no reduto
Do seu passado individual



A insistencia em permanecer
Nesse constante recordar
Em muitos casos
Até mesmo venerada
Nessa contínua retrospectiva
Histórica e memorizada
Define os contornos
Que nos deixam cativos
Desse mesmo tempo
E que em grande medida
É o maior responsável
Por grande parte
Do sofrimento vivido
Em cada momento presente


Por vezes
Faz-se necessário
Isolar essa memória
No casulo do esquecimento
E viver de forma livre e vibrante
O dia presente
Encontrar o voo da liberdade
Ignorando pensamentos
E preocupações com o futuro
Deixá-lo entregue
A essa inteligência superior
Ou nas mãos de Deus
Ou como queiramos designar
Essa Entidade Maior
Buscando esse sentido único
De Ser verdadeiro e Livre



Pois ao invés de
Meros observadores
Somos companheiros
E fazedores do nosso destino
Ao contrário de dançarinos
Cujos passos dados
São derivações impostas e alheias
Conclui-se que
Neste processo permanente
É de vital importância
Transformarmo-nos
Em compositores e coreógrafos
Dos nossos intrínsecos apelos
E dos movimentos
Inspirados e singulares
Do nosso próprio bailado


No nosso interior
Existe uma
Capacidade transformadora
E inspiradora
Que não conhece
Limites nem fronteiras
É o Sagrado individual
Na sua expressão
Mais pura e verdadeira
Basta somente
Cultivarmos em permanência
O potencial nele latente
E outrora adormecido



Acreditar
Confiar sempre
Nessa melodia divina
Que nasce e flui
Na nossa
Mais profunda essência
É escutar as vibrações
Dos ecos sagrados
Que existem em nós
Criando sons
Despertando considerações
Projectando imagens
Polindo circunstancias
Palavras e ondulações
Que nos guiam
No sentido mais apurado
Da nossa Existência


Acreditar
É cultivar a Esperança

Confiar

É sentir o Poder
Da Orientação Divina


De cada Nosso

Interior


E Intimo Pulsar ….









Luis Sousa