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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Zona de Transição


Todos os dias chegam
À minha mente
Duas vozes

Uma acredita na Luz
Feita de plenitude e transparência
Consequência dos desígnios
Cujos rasgos
Observei no plasma mental
Da minha criação
E que pelos processados ciclos
Minuciosamente
Foram escolhidos

A outra chega
Com sintomas viciados
Pela órbita onde gravitam
As incidências das sombras
Exerce assim a sua reivindicação
Na praça da minha interpretação
Fazendo eco da sua prepotência
E reclamando testemunhos
De um passado colonizado
Por desertos de calor intenso
Provocados por vazios
De alinhamento e configuração


Eu paro
E penso que na verdade
Só uma voz se pode registar
Nesta minha vontade
Mais intima e real


No conflito provocado
Pela combustão das forças
Refugio-me num lugar
Divino e Sagrado
Onde contemplo
O desmembrar das teias
Na erosão das areias
Que decifram a minha escolha


Zona de transição
É o nome
Desse recôndito lugar
Onde não existem sons
Sinais de luz ou de luar
Um lugar que me deixa longe
De qualquer pedaço
De terra ou mar
Na transição entre
O que o mundo
Chama de realidade
E o que eu quero
Em mim consolidar
Ou se necessário
Também transformar


Zona de transição
Lugar que descobri
Ao longo da fértil morosidade
Que jaz no aprofundamento
E que emerge na substancia
Da alquimia mágica que surge
No processo introspectivo
Do ritual da contemplação


Zona de Transição

Lugar

Onde escuto

Vozes divinas


Que visitam
E acalmam

O Meu


Coração …..