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domingo, 2 de novembro de 2008

No Vazio da Luz ....


Viajo na convulsão
Da beleza
Afundo-me no turbilhão
Da incerteza
Caminho na fusão
Das correntes da emoção
Onde sempre encontro
Sinais de orientação


Deixo-me arrastar
Pela sedução e leveza
Entrego-me na singularidade
Das sensações harmonizadas
Que traçam os relevos
Das paisagens
Por mim criadas


Sou pigmentação
Em fotossíntese
No vazio da luz
Sou detalhe marcado
De um sopro veiculado
Por um pensamento
Que não se traduz


Perco-me nos vales
Deixo água
Da minha boca
E marcas de mim
Em esconderijos de ti
Que me deixam sempre
Entre o muito e o pouco


Sou assim
Por vezes
Longe e distante
Sensível e lúcido
Na fronteira que marco
Entre mim
O meu mundo
E o universo dos outros


Quero entender mais
Porque saber
Não será pouco jamais
Vivo em sons musicais
Sento-me na beira da estrada
Penso e admiro a criação
Das elaborações mentais


Sou gesto concedido
Num qualquer desejo
Tal como uma folha
Que voa
No embalo de um suspiro
Elevação ou vento
Que eu sinto
Mas não vejo


Sou assim

Realidade

E alucinação


Num horizonte

Que não decifro


Sempre em contínua



Transformação ….






Luis Sousa