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domingo, 23 de novembro de 2008

Este Meu Rio ....

Entre a minha paz
E a naturalidade dos factos
Que circundam a paisagem
Dos meus lugares
Resta-me a clareza
Da água cristalina
Que ao longo destes tempos
Correm no riacho que desviei
E que regam subtilmente
Os canteiros do meu jardim


Nada que não mereça
O perdão dos deuses
Nada que seja fatal
Na comissão dos juízes
Pois na verdade se
O meu pecado
É ser quem sou
Descartar o vazio
No olhar que dou
Provocar o sorriso
No entrelaçar da sílaba
Reflectindo
Códigos de pensamento
Que registam imagens
Que na tela de um céu
A tinta manchou


Mas que interessa isso agora
Habito a ilha deserta
Lá por vezes
Só o meu sonho desperta
Entre o fustigar das chuvas
E a realidade dos indicadores
Que marcam o compasso
Entre as noites e os dias
É junto do clã que procuro
O desvendar
De muitas magias


A cada passo
Esqueço a dor da picada
Que o insecto
Me deu no braço
O sentido vai seguindo
A órbita do destino
Em cada estação
Uma nova pausa
O sentir de uma brisa
O respirar de uma aragem
Observando as luzes
Na outra margem
Deste meu rio
Que vive nas sequências
Influências da lua
Umas vezes cheio
Outras vazio
Alagando campos
Criando erosões
Possibilitando até soluções
À sua passagem


É assim
Quanto mais este meu rio
Se aproxima do mar
Mais estou eu sujeito
Ao fluxo e refluxo

Dos ventos e tempestades

Que chegam
Na força das marés ….