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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

São Milagres senhor



Evocam-se Sinais
Chegam Mensageiros
Na neblina perfumada
De madrugadas caladas
Aconchegam-se com ternura
Almas inocentes
Áureas necessitadas



Bem-vindos
Solidários Caminhantes
Que chegam
De lugares sagrados
Envoltos em brumas
Que guardam
Singulares magistérios



Peregrinos
Parecem solitários
Desfraldam bandeiras
Nunca estão sozinhos
Enunciam
Simples gestos
Orações substanciais
Sabiamente iniciam
Movimentos precursores



São Milagres senhor
Eles acontecem
Em cenários
Longe de qualquer pudor
Onde o horizonte se funde
Com o Universo imenso
Emitindo ondas
De perfeito esplendor



Cada passo
Cada pedra na calçada
São impressões
De cursos de rios
Que deixaram de existir
Em muitos corações



São Milagres senhor
São gritos
São escritos
São ecos de uivos
De lobos proscritos
Vozes de sábios
Que registam rotas
De águias e gaivotas
Antes dos homens navegarem
Com o suporte e a ajuda
De úteis artefactos
Chamados astrolábios



Mensageiros
Solitários
Peregrinos de sempre
De ontem
De hoje
E do antigamente
Contemplam pigmentos
Que descodificam
Os sabores da brisa
Que chegam em cada vento

Tranquilamente
Reúnem Sinais

Sinais
Verdadeiros

Referências
Essenciais


E agem
Simplesmente


No espreguiçar


Do

Nosso
Tempo ….







Luis Sousa