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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Dualidades


Por vezes questiono-me
Tantas vezes interrogo-me
Algumas vezes respondo-me
Outras tantas confronto-me



Perante tamanha voracidade
De uma inesgotável necessidade
Desferindo o projéctil palavra
Que de alguma forma
Em qualquer pequeno ou grande ciclo
Poderá criar um rumo
Talvez em irmandade
Questionando em permanência
A ignorância da superficialidade



Tantas vezes me interrogo
Sobre os conceitos de liberdade
Que permitem a dualidade
A lavagem de alguma realidade
Pois com uma grande facilidade
Se reclama a atenção de alguém
Como quem prega um prego
Procurando simplesmente
A massagem do seu próprio ego



Há quem viva
Uma vida inteira
Com uma carta esquecida
No fundo da algibeira
Isso só demonstra
Que entre o ir e o vir
Estão pensamentos perdidos
Palavras com letras esquecidas
Que a fragilidade só fez
Por encobrir



Por vezes questiono-me
Onde está a tal chama
Que não acende
Afinal só engana
Estes seres que têm casa
Comida e cama

Ah gente
Já é hora
De sair da lama
A mesa está posta
A porta está entreaberta
Sente-se o fresco aroma
Que vem ali de fora



Que alimenta a aurora

De quem vive em si

Aprendendo em tudo


Aprendendo
Consigo mesmo


Em cada dia


E em



Cada hora ….










Luis Sousa