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sábado, 13 de junho de 2009

Palavras surdas ...







A mão
Não cabe na luva
O pé não cabe no sapato
Cada medida foge
A qualquer intenção
Antecipadamente concebida


É como que
Uma fantasia requerida
Mas que não serve
Aquela necessidade
Que no mais fundo
Grita e clama
Pedindo por ser conseguida


Talvez
Tudo isso seja
A dor da ferida
Latejante
Que na sua cor tremida
Amordaçada diga
Palavras surdas que
Sem culpas de ninguém
Activam a contagem
Do ciclo da vida


A mão
Não cabe na luva
O pensamento
Não cabe
Na compreensão
E quase tudo foge
Ao discernimento
Do entendimento


Está chegado o momento
Em que o tronco
Ressequido
Perde a humidade
Como seu
Mais velho elemento
E cada vez mais
Vai perdendo
No seu seguimento
Flexibilidade
Para seu sustento


A vida sustentada
Necessita
De uma grande enseada
Porque
Já está visto que
Sem ela

As conexões se perdem


Com a oxidação


Provocada


Por um universo de vontades


Sistematicamente anulada


Que nunca serão mais que



Pedaços de coisas




Que respondem

A quase nada ….