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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Minha dependência ....







Numa das curvas
Dos meus dias
Dei comigo
Pensando nesta mania
Diria que
Quase uma
Salutar demência
Que desde há muito
Se tornou uma minha
Pura dependência


Uma fuga
Em jeito de mergulho
Fornalha
Misto de pensamento
Sentimento
Emoção e reflexão
Que me faz incinerar
Muito lixo e entulho
Ciclo de fermento
Uma pausa
Onde faço silenciar
Muito do
Envolvente barulho


Preciso dela
Necessito dela
Pois é nela
Que me encontro
Desta estranheza de mim
Desta coisa inexplicável
Que me faz ser
Frontal opositor
Compulsivo gladiador
De tudo
O que mais discordo
Neste mundo construído
Por humanos assim


Na fermentação
Das ideias
Na convulsão
Dos sentidos
Nas agudizadas dores
De muitos até hoje
Caminhos traçados


Procuro nela
Nesta dependência
De pensar e escrever
De projectar
Reflectir
Repensar
Criar
Imaginar e querer



Pois é nela
Que tento encontrar
Mágicas poções
Que me
Acalmem a raiva
Que me
Segurem a revolta
Frutos amargos
Desde há muito provados
Pelo que
Em cada dia
Rotineiramente
Fatalmente
Me confronto e vejo


Sim
Dependo dela
Preciso dela
Alimento-me dela
Curo-me com ela


Desta dependência
De pensar e escrever
Porque é ela
Uma ancora de peso
Que me segura
Na necessária sanidade
Que me protege
E me faz caminhar
Providenciando o sustento
Que me ajuda a viver
Nesta coisa a que
Estes carneiros formatados
Chamam simplesmente
De nossa sociedade



Nesta minha tendência

De pensar
Reflectir
Crescer para dentro
Escrever
Observar e muitas vezes
Não alinhar


Tento-me ajudar
A estar
No mundo
Destes humanos


Preservando assim
Alguma possível Sanidade



Com




Esta Minha



Confessada dependência ….