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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Solidão Cruel ....




No meio
Desta tristeza que sinto
Não digo as palavras que vejo
Na fragilidade de alguém
Que os anos desgastaram
E na sua solidão cruel
Que fatalmente o envelheceram

Um homem só
Na curva derradeira da vida
Entregue à incógnita do destino
Perdido nos labirintos
Dos seus confusos pensamentos
Esquecido
Pelos mesmos que ele
No esplendor da vida
Mais acarinhou

A verdade humana
Por vezes quando emerge
Pode ser assim
Cruel e fatal
Ignorando memórias
Privilegiando
Somente o presente
No contexto
Das suas histórias


Quando a solidariedade
Se perde
Num tempo medido
Que se esgota a cada dia
Sentimo-nos impotentes
Vazios de soluções
Derrotados por uma dor
Corrosiva e incolor

Mas esta dor será
Sempre pequena
Comparada com aquela
Que um homem só
Sente
Desamparado pela vida

E esvaziado
De si mesmo

Quase

Totalmente …..