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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Complexidade Inebriante ....







Estender os meus dedos
Na teia dos pensamentos
Como quem procura
Um pedaço qualquer
Que no escorrer do tempo
Nos contornos das marcas
Sabe que
Nos meandros dos passos
A essência verdadeira e pura
Na alma e no coração
Ainda perdura


Nessa brusca clareira
Que se faz o palco
Que ostenta
A forma e a figura
O som e a cor
O Amor
O sexo endiabrado e louco
E a mais doce ternura
Rendo-me ao aveludado
Aromático da tua pele
Ao lado policromático
Do teu olhar
E ao segredo
Cúmplice e mágico
Que me faz
Por inúmeros momentos
Simplesmente levitar


Rendo-me às coisas simples
Ao fragmento genético
Que nos faz ser o que somos
Na espontaneidade sem esforço
Impulso natural
Inteligência cósmica
Carta invisível
Há muito escrita
Que assim permanece
Na cartografia do universo


Nessa complexidade inebriante
Buscamos o que queremos
Na composição
Da nossa experiencia
Canalizando a especial atenção
Sobre o que realmente desejamos
Sabendo que
Nas notas escritas da pauta
Que compõem
A melodia da vida
Acontece
Depositando essa atenção
Para que se realize
A verdadeira experiencia
E a total integração


No inicio era a noção
E a noção se transformou
Em ideia
E tornou-se pensamento
E o substrato
Antes de ser ideia
Residia no inlocalizável
Na mão de algum deus
Que vive talvez numa estrela
Algures no Universo


É esta noção
Que se transforma em ideia
Que se faz realidade
E mostra com simplicidade
A verdadeira profundidade
Que retrata
Um conjunto de factores
Onde emergem os elementos
Que fazem a tua beleza



É essa vontade
Singular particularidade
Que faz nascer o desejo
Potencialidade pura
Emergindo
Buscando e procurando
Por sinais de manifestação
Por isso somos
Consciência plena




Existência viva



Da Nossa


Alucinada Criação ….














domingo, 1 de novembro de 2009

Eterno Desafio ...







São vezes já sem conta
Em que me vejo forçado a abrir
Aquela mesma e velha caixa
Arrumada no meu velho armário
Onde guardo a armadura
O escudo e a espada
Para entrar em mais um circulo
Onde rolam muitas esferas
Duelos e esgrimas
Próprios de circos povoados
Por inúmeras feras


Mas este mundo de feras
Ainda rola desta forma
Sobre o seu eixo
Continua girando assim
Por muito que se façam campanhas
Mentalizações e solidariedades
A vida dessas regras
Há muito cultivadas
Pelos poderosos impostas
Mantendo-se velhas formatações
Globais padronizações
E pela maioria
Naturalmente alimentadas e aceites
Parece que nunca terá fim


Sob a capa do civilizado
O poderoso corrompe o fraco
Sob o argumento da migalha no prato
O marginalizado vinga-se no inocente
E no meio dessa encruzilhada
Toda essa manada
Já há muito aceitou
Participar nesse jogo
Onde a principal regra é
Vence
Quem melhor mente



Por vezes eu não sei
Qual a roupa
Devo eu vestir ou usar
Que sapatos
Devo eu escolher e calçar
Quando o terreno que vou pisar
É uma incógnita
Por vezes é pantanoso
Outras
Seco e poeirento
Para além de
Acidentado e irregular



Por outro lado
Chegam-me mensagens
Palavras e conteúdos
Ideias e pensamentos
Filosofias e ensinamentos
Em cartas e pergaminhos
Escritos feitos
Por homens simples
Dignos e sábios
Habitantes de um outro mundo
Gente da cidade e do campo
Sendo que
Cada um deles à sua maneira
Nas suas individuais jornadas
Têm lançado sementes
Na esperança de que esses frutos
Contaminem homens e mulheres
Para que os trilhos
E os caminhos a construir
Fossem muito mais além



E nesta longa caminhada
De participada
Simples
E complexa viagem
Por vezes ainda não sei
Qual é a estrada
Qual é a rota
A mais certa coordenada
Que me poderá levar
Aquela tal ilha
Aquele monte
Aquele intermédio lugar
Onde posso encontrar
A mais acertada
Sensata aprendizagem



Eterno desafio este

Que me esfola
Que me agride
Que me revolta
Mas que de seguida
Abraça-me
Ilumina e me consola
Deixando em cada marca
Um pigmento de renovação
Um segmento de força redobrada
E uma certeza de que
Cada passo que dou
Próximo
Distante
Procurando todos os lados
São diplomas selados
Passados pelos deuses
Testemunhas presentes
Da minha intima
Pequena ou grande gloria


Eterno desafio este

Na certeza de que estou
No traçado escolhido

Num caminho
De um objectivo determinado



Que é chegar a um dia
Em que eu consiga aceitar
Sem esforço
Todas as contradições
Deste mundo dual
Que em permanencia retrata
Esta realidade


E conseguir sem resistência
De forma tranquila e confortável
Mergulhar neste imaginário rio
Deixando-me pela corrente levar


Simplesmente fluir
Entre as margens
Da dor e do prazer
Vivendo a experiencia de ambos
Sem contudo
A nenhum me deixar prender



Terei eu
Então conquistado



A Minha Mais Valiosa


A Minha Mais Grandiosa




Preciosa
E Saborosa Liberdade …







quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Extractos Adocicados ...







Após este apeadeiro de conteúdos
Paragem essa necessária
Para que os relevos naturais
Das texturas que envolvem
O granulado das palavras
E assim se abram à luz
Permitindo
A fotossíntese pura das emoções
E em que os campos observados
Percam a cor mesclada dos tons
E nesse sentido se tornem
Cada vez mais nítidos
Cada vez mais verdes
Contrastando com os azuis fortes
Bem vindos
Que relaxam e tranquilizam
O fervilhar contraditório
Do mundo dos sentimentos



Volto aqui outra vez
Sorrindo
Perante essa beleza
Que nesse olhar de mulher
Contagia-me de vontades
Distanciando-me forçosamente
De quase todas as realidades
Numa epopeia digna
Das mais cobiçadas
Marginalidades



Nesta aventura
Onde a vida por vezes é noite
E outras vezes é dia
Experimento e conquisto
Territórios adjacentes
E saboreio oásis de ousadia
Tornando assim independentes
Alguns dos mais Especiais
Momentos de alquimia



Todo o mistério
Que envolve a Existência
Reside no seu máximo significado
Procura e busca essa
Tentando saber e conhecer
Onde de verdade habita a Felicidade



Mas é nessa vertente essencial
Que vive aqui em mim
Em qualquer pessoa
Como seguramente também em ti
É a nascente
É cascata
É a fonte que detêm o Poder
De fazer acontecer
Todos os substanciais desejos
Libertando os Seres de muitos medos
Fazendo em harmonia fluir a Vida
Criando espaços criativos
Multidimensionais
Onde as verdadeiras aspirações
Na realidade e no tempo
Simplesmente se concretizam



Dimensão pura
Num universo complexo
De ingredientes participativos
Onde se aprende a cada dia
Interpretando o mundo disto tudo
Através das várias frequências
Das variantes dos sentidos
Cambiantes racionais e irracionais
Detonadores e provocadores emocionais
Construindo assim cada patamar
Desse magistral edifício
De experiencias percepcionais



É nesse campo adubado
Totalmente fertilizado
Onde tudo o que existe
Está unificado
Que eu aprecio melhor
Gestos dessa tua leveza



Pedaços singulares


Relíquias e tesouros



Que graciosamente compõem





Os extractos adocicados



Dessa Tua


Infinita Beleza …











domingo, 25 de outubro de 2009

Paisagens dos Meus Olhos ...







Estes não são
Os meus olhos
Mas são sim
Os tons
As cores e as linhas
Das paisagens que
Na maior parte das vezes
Ele percepcionam
Interpretam e reflectem



Essas paisagens são exemplos
Das várias facetas
De outras coisas
Que esses olhos
Por vezes sem contudo verem
Despertam sinais no meu espírito
Alertando o véu da minha Alma
Para as várias substancias invisíveis
Não fácilmente perceptíveis
Que circulam nos corredores
Da mansão dos seres
Que visitam as velhas arcadas
Registos monumentais de aqueles
Que um dia julgaram encontrar
Nas linhas enviusadas
Os suporíferos necessários
Que eventualmente poderiam envolver
Os genuínos sentimentos
Propulsores sagrados esses
Dos mais profundos saberes



Estas não são as imagens
Dos meus olhos
São sim as paisagens que
Nesta diáspora de contradições
Que alguns desses seres
Seres esses impregnados de gente
Criam nos seus próximos e iguais
Enredos simulados teatrais
Cujas chantagens emocionais
Estão velhas e gastas
Depositando na terra vermelha
Argila fértil terapêutica
Para outras vertentes medicinais



Cresci neste mundo contraditório
Enfeitiçado pela magia das coisas boas
Que em tenra idade julguei
Eternas e facilmente realizáveis
E num lado frio da montanha
Conheci em devido tempo
A pedra essência da ilusão
Que em certo dia
Me contou a verdade da realidade
Que em poucas palavras arrasou
A inocência do meu coração
Fazendo com que
A Palavra Verdade
Fosse bandeira única
Em qualquer herdade
Em qualquer bastião
Fosse essa ou esse
De pequena ou grande dimensão



Estas palavras que profiro
Não são feitas de entrelaçados
Entre a mentira
A dúvida e a indecisão
São provas vivas revisitadas
De viagens ao mundo profundo
Onde a razão não vale nada
Vale menos que qualquer tostão
Portanto
Gotas de pedra por aí
Que procuram criar mossa na água
Vejam bem a cor da pretensão
Pois há muito a observar
Nesse contexto que define
A ténue fronteira
Entre a transparência
Da autenticidade cristalina
E o engano estudado da ilusão



Ser tudo ou ser quase nada
Está na dobra da imperfeição
Solução essa que reside
No custo pendente
De uma obra inacabada
Que significa
Para todos aqueles que
Um dia já conheceram
A mensagem que chega
Na consciência que desperta
Na mais tranquila madrugada
É a permanência sólida
Consistente de que
Existem valores na Vida
Que estão muito para além
De qualquer simulação
Ou jogada subtilmente articulada


Tudo o que aqui
Foi dito
É tão pouco
Tão pouco

Mas talvez em qualquer altura
Eu vá dizendo mais um pouco

Pois o sabor do que vejo
Neste mundo de gente
Tão inteligente
Gente tão boa
Mas também de gente de sabor
Tão vazio e tão oco



Tem um travo multidisciplinar




É preciso saber observar

É preciso saber apurar o paladar
E assim depois distanciar


Para nessa mesma distancia



Saber o que na realidade
De tudo isto




O que vale realmente a pena peneirar




Para depois tranquilamente



Com Ternura Guardar …




















quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Minha, Nossa , Tua e Tua ...







Houve um tempo
Passado
Passado que é esse tempo
Que numa
Determinada passagem
Eu lhe pedi
A total transparencia e Verdade
Mas essa aí na sua faculdade
Se escondeu e acobardou-se
Provocando a purga necessária
Do nucleo do perímetro do sentir
Ou de algum canto do circulo
Simplesmente


Houve um tempo
Que nos meus monólogos
Estava tudo escrito
Estava na vida
Que continuo observando
Quase tudo estava dito
Mas os passageiros
Libelinhas do tempo
Pouco ou nada entendiam
Pois não era isso que queriam
Eram palavras de amor
Que pretendiam


Agora são outras coisas feitas palavras
São palavras são actos
Sintonias criadas
São paisagens saboreadas
Que sem condescendência
Assim enfrentam e enxergam
Quantas vezes contrariadas


Que se danem esses
Passageiros libelinhas do tempo
Que nada deixam
Vão e vêm
Tal como
As ondas do mar
E o sopro do vento



Hoje no presente
Desde há algum muito tempo
Muito por aqui mudou
Hoje a ideia
A intenção desse existir
Há muito se transformou


Hoje no presente
Fala-se de sensações
Emoções
E alienações
Fala-se de afectos
Fala-se de criações

Fala-se de coisas


Que povoam as estrelas


Que temperam

A nossa vida
Minha
Nossa
Tua e Tua



De Viagens
E Belas Colorações ….






terça-feira, 20 de outubro de 2009

Nossa Dança ...







Sei que nada sei
Quando se trata de coisas
Que nos invadem sem aviso
E nos elevam ao cume
Das mais altas montanhas
E nesses lugares nos sentimos
Renovados em cada momento
Inquebráveis senhores
Perante todos
Os possíveis abismos
Donos de todo o firmamento


Sei que nada sei
Quando
No sabor que deixas
Na minha boca
Me faz esquecer
A rotina
A exigência
A batalha cruel
Desta vida tão louca


Sei que
Na forma como
Por vezes me acaricias
E por vezes me olhas
Existe um lugar
Onde tu mesmo crias
Circunstancias
Seduções
Enredos fogosos para
As mais singulares
Nossas magias



Sou assim
Parte de ti
Que na tua
Saudável vertigem e tontura
Saboreias cada circulo
Da nossa dança
Num ritmo cadente
Em fase lenta e crescente
Até à total loucura



Sei que nada sei


Quando neste
Pedaço de tempo
Construído em cada momento


Encontro-te

Com aquele teu jeito
Só teu e único



Mulher rebelde
Mulher fogo
Mulher desejo


Mas também


Mulher total


De profundo sentimento …

















domingo, 18 de outubro de 2009

Magma Constante ...







Nos bastidores
De cada nossa intenção
Existem sinais
De um fluxo intenso
Magma constante
Que alimenta de calor
Provocando a fusão
Das nossas vontades
Caldeira essa do nosso vulcão


Resides em mim
Nesse patamar
Onde tudo é possível
Onde nada é inatingível
Onde tudo é realidade
E imaginação credível


E na multiplicidade dessa expressão
Disseste-me simplesmente
Que a letra e as palavras
Desta musica
Que por aqui se escuta
Traduz em pleno
Sentimentos e emoções
Que flutuam
Nos reinos da tua divagação



Neste mundo real
Onde é permanente
A lógica da razão
Eu sou fugitivo
De toda essa pressão
E assim na inesperada curva
Da esquina do dia
E na silenciosa calada da noite
Invado esses teus reinos
Plantando flores
Com aromas de desejo
Nesse jardim perfumado
Pele dourada aveludada
Que cobre docemente
Teu delicioso corpo


Existes assim nesse limiar
Recanto deslumbrante
Onde tudo podemos ser
Miragem perfumada da realidade
Entrelaçados por desejos mais valiosos
Que qualquer diamante
Porque são esses ensejos
A essência pura de vida
De qualquer verdadeiro
E valoroso amante



Flutuas assim
Nessa penumbra da madrugada
Na claridade do dia
E no brilho das luzes
Que povoam a noite


Nesse mundo
Universo sedutor e mágico
Encaminho-me por esses trilhos
Fazendo por vezes paragens
Nos cantos desses pensamentos


E é aí que
Na degustação
E no fervilhar desses elementos


Acontecem
Pequenos Milagres


Nesses palcos
Por onde vagueiam


Alguns dos nossos


Mais inspirados Momentos ….