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sexta-feira, 5 de junho de 2015
Palco dos Olhares ...
No arco das apreciações
Pediram-lhe delicadamente
Em tons de sugestão
Para escrever
Na tela palco dos olhares
Coisas agradáveis
Em cores suaves
No recanto das divagações
Disseram-lhe em surdina
Para desviar o seu olhar
E só falar de coisas belas
Que façam os corações suspirar
Coisas belas
Que façam avivar luminosidades
Das naus que passam
Com as suas velas
Como poderá ele
Desviar o seu olhar
De realidades instaladas
Tão verdadeiras
Tão nuas e cruas
Como poderá ele
Ocultar o seu olhar
Criar a montra
Fazer de conta
Que não vê e não alcança
Ele não quer
Porque na verdade
Um Caminhante
Dos relevos do Tempo
Jamais desvia o seu Olhar …
Luis Sousa
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6 comentários:
" Não devia desviar o olhar " , mas há quem o faça . Não desviar o olhar incomoda e provoca dôr , e há quem prefira fugir dela .
Belo texto .
Um abraço , Luís , e bom fim de semana ,
Maria
Olá Luis,
Belo Poema e importante intervenção , pois realmente para a multidão é bom escrever e falar de coisas belas , fantasias e outras tantas, porque falar de realidades nuas e cruas , chamar a atenção das consciencias para criar um mundo melhor , são muito poucos os que o fazem .
Gostei muito da intervenção "quase" política do poema .
Beijinhos
Paula
Olá Luís,
Quando estive aqui ontem cheguei a ler esta sua postagem. Somente não comentei no momento porque estava com muito sono e desejava reler, o que fiz agora.
Lindo seu poema. Como seria bom se pudéssemos pousar nossos olhares apenas sobre coisas belas, assim como falar apenas coisas belas. Contudo, não é assim que a vida funciona. Não podemos desviar o olhar daquilo que nos desagrada ou que não consideramos correto. Temos que participar de tudo para que tenhamos condições de emprestar nossa colaboração para tornar tudo mais bonito.
Ótimo final de semana.
Abraço.
Um poema a fazer-nos pensar que o poeta como ser social que é não deve ignorar o que se passa à sua volta...
Beijo.
muito belo!
e por vezes o Poeta não pode(nem deve) alhear-se da realidade, e essa nem sempre é bela, por vezes (muitas) é bem triste e dura.
um bom domingo!
beijo
:)
Um verdadeiro caminhante... jamais desvia o olhar... e se o faz... será apenas para tentar ver mais além...
O objectivo... jamais será o destino final, do seu caminho... mas em desfrutar ao máximo, os prazeres da viagem...
Excelente poema, Luís!
Abraço!
Ana
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