
Nesta encruzilhada dos dias
Por vezes paro
E sento-me na escada do tempo
Pausadamente contemplo
As imagens que vagueiam
Nas divisões
Desse templo
Na verdade
Sem esquecer as perdas
Durante o percurso
Deste sinuoso Caminho
Não deixo de sentir a força
Que chega daquela Luz
Que entra pela frecha
Naquele cantinho
Nada mais sou
Que este pedaço premente
Uma poeira permanente
Que flutua suavemente
Na distancia
Na orla circundante
Onde se misturam
O ausente e o presente
É o rasgo
Que desce desse cantinho
Que ilumina a cada dia
Que me constrói e me guia
Nesta viagem
Ao longo deste rio
Sem margem
É a noção
É a poção
É esta silenciosa premonição
É este som multifacetado
Parecido com o mar
Cuja melodia
Tem laivos de oração
É o Amor
É a Dor
É a fortaleza
Construída pelo tempo
É o pesado portão
Gasto pelas dúvidas
Gasto pelo vento
Foi ficando transparente
E perdeu a sua cor
É a solidez
É a convicção
É a interna determinação
Talvez fosse essa
A verdadeira vocação
Talvez um dia
Eu alcance
O esplendor
Dessa verdadeira imensidão …