


Apesar da normalidade
Apesar da constante dualidade
Dos ciclos intermitentes
Que se aglutinam
Nos cantos e nas esquinas
De qualquer cidade
Há muito que
Deixei de querer entender
Quais os padrões
Da palavra sanidade
Quero sim
Sempre que possível
Aqueles momentos
Perfumados e translúcidos
Onde acontece a evasão total
Deste mundo
Tantas vezes demasiado normal
Buscando eu cascatas e rios
Paisagens surreais
Que me trazem sublimes viagens
Feitas de sonhos múltiplos
Quero a descoberta
Numa cadência aleatória
Por vezes
No cosmos sintonizada
Que me faça sentir
Que essa é de facto
Uma viagem predilecta
Onde a frequência
Me deixa em cada escalada
De espírito livre
De Consciência pura e alerta
Nesta vida
Onde a exigência
É constante
A pressão dominante
Distante da cor da emoção
E da química da poesia
Jamais se pode deixar
Que a vida perante tudo isso
Se torne mundana e vazia
Há Vida
Muito para além
Da rotina
De cada dia
Ela simplesmente existe
Nas sinapses que criam
As imagens
Dos meus pensamentos
Nos momentos singulares
Que desfruto e partilho
Algumas alquimias
E nestas estrelas cadentes
Que agora caiem
Devagar
Devagar
E que transformam
Ideias minhas
Palavras minhas
Em simples poesias ….