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sábado, 16 de janeiro de 2010

Lembras-te ?







Lembras-te?

Quando
Naquele dia
Me disseste
Que querias ver
Até onde ia
A minha ousadia
Desafio que me fizeste
No espaço daquela casa
Imensa e vazia


Lembras-te?

Quando
Me disseste que
Tudo na tua vida
Se transformou
Por causa
Da força e da magia
Oportunidade que acontecia
Na tarde daquele dia


Lembras-te?



Quando
Ao meu ouvido
Sussurraste baixinho
Que nunca
Jamais
Tinhas sentido
Nesse ritual
Dança rítmica e dual
Tamanha simbiose e sintonia


Pois
Talvez ainda te lembres


Do som que fazia
Aquele soalho de madeira
Que na incandescência mais viva
Braseiro do nosso fogo
Por vezes vergava e rangia


Talvez te lembres também



Daquela tarde
Naquela casa vazia
Onde tudo
Entre nós valia
E a água na janela
Persistia e batia
De tanto que chovia


Mas eu lembro-me
Como se fosse hoje
Daquele dia


Dia esse em que
Pude sentir e conhecer
O resultado da química
Da mistura dos elementos
Da decomposição
Criada pela combustão
De nossa alquimia


Lembras-te ?



Daquela casa vazia
Do cheiro a verniz
Das madeiras seculares
Polidas e tratadas
Em lenta restauração


Das paredes
Brancas e vazias
Dos pórticos fechados
Dos metais antigos
Arestas trabalhadas
Ainda luzidias




E a chuva constante
Persistia

Mas o sorriso
Nos teus lábios permanecia


Colaste-te ainda mais

E disseste-me



Que para Ti
O mais importante
Estava ali


E que o mundo lá fora




Para Ti


Não Existia …