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sábado, 8 de agosto de 2009

Recônditos Lugares ...











Sei reconhecer
A voz cansada da realidade
Sei escutar o som
Do vento da madrugada
Que chega repentino
Sem aviso
E que causa um arrepio
Como se fosse uma fatalidade



Aportar em lugares
Ausentes de realidade
São apeadeiros conhecidos
Por estes lados
Onde todo aquele que
Renuncia à incongruência
E à humana hostilidade
Escolhe para si mesmo
Como se fossem
Oásis de vitalidade



Quem achar que
A sua felicidade está condicionada
Pelo invólucro de alguém
E pela imagem que transparece
Dessa salubridade
Pode bem
Escolher um lugar ermo
Para derreter
O resto da sua identidade



A construção de alguém
Se faz com combate
Por princípios e valores
Acima de qualquer futilidade
Se faz com muita dor
Distancia dessa alcalinidade
Que irriga a normalidade



Aportar em lugares
Longe da realidade
É saudável desde que
Saibamos conter
As vagas da irracionalidade
Porque nestas estações
Por onde decorrem
Coreografias inspiradas
Por afluentes muito distantes
Da comum racionalidade
É necessário
Ter a ancora lançada
Segurando o pano
No fundo da esteira
Da coerência
Da lucidez
E da frontalidade



Nessa longitude
Nessa latitude


As gotas que caem

Constroem estalagmites

Formam estalactites




Nos baixos relevos

Nas grutas

Nos recônditos Lugares




Da complexidade
Que constrói




Cada personalidade ….