Sabe-se que o escultor
Miguel Ângelo
Revelava-se
Na sua capacidade de
Visualizar uma estátua acabada
Dentro de um bloco de mármore
Que estaria ainda por esculpir
A tradução
Desse tipo de visualização
É como que um acto
De libertação
Da imagem aprisionada
Que o génio
Do artista sentia
Que já existia
Nesse bloco de pedra
Como parte e elemento
Da natureza que o envolvia
Transferindo
Esse quadro de analise
Para uma interpretação
De reflexão pessoal
Posso concluir que
É isso que cada um faz
Quando trilha o caminho
Na busca
Do seu próprio equilíbrio
Na regulação da sua saúde
Multidisciplinar e individual
Nesse caminho
Não estou a criar
Nada de novo
Mas sim a libertar
Um lado oculto
Num processo intimo
E multidimensional
Da minha própria e contínua
Auto descoberta
Sei que esse lado
Subtil e oculto
Que parece pretender
Em algumas fases de evolução
Emergir
E ser-me assim
Auto revelado
Encontra-se
Desde o meu nascimento
E desde sempre
Em perfeito equilíbrio
Neste universo
E nesta sociedade
Onde o rei é o contraste
E a rainha a incerteza
Desde a infância que somos
Atingidos pelos efeitos colaterais
Que nos retiram a inocência
E toda a pureza
Confronto-me assim
A meio desse trajecto
Com interrogações
Desvirtuações
E todo o tipo de confrontações
Que em cada um
A vários níveis vai provocando
As suas mazelas
E no esplanar da saúde
Os seus desequilíbrios
Pela coerência
Pela real interpretação
De que somos
Elementos inter-ligados
Com a Mãe Natureza
Sigo assim
De outras latitudes
Ensinamentos e sabedorias
Ancestrais
Em busca
Da manutenção
E do restabelecimento
De tão necessário
Essencial equilíbrio …
